Pequenos Deuses

Pequenos Deuses Terry Pratchett




Resenhas - Pequenos Deuses


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Ballubs 11/08/2023

Terry Pratched sendo maravilhoso
Terry Pratched é simplesmente genial e esse livro é um ótimo exemplo disso. Ele consegue discutir questões de filosofia e teologia extremamente sérias e atemporais em um livro de fantasia sobre uma tartaruga.
O humor ácido com questões de religião, fazendo piadas com a forma que (principalmente) a religião católica se estrutura e as diversas mentiras e contradições que permeiam por ela, trazendo sempre um questionamento de o que é crer de verdade e se realmente existe uma religião melhor que a outra.
Eu comecei a ler esse livro junto com o meu pai e eu tenho memórias incríveis desse livro.
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Sami 15/02/2023

Um ótimo livro de fantasia que me tirou da ressaca e que me fez dar algumas risadas.
Recomendo e espero ler outras obras do autor...
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RNA 05/06/2022

Muito bom
O livro faz críticas bem humoradas as religiões e seus seguidores, mas não para por aí, até ateus são satirizados pelo autor, as aventuras da tartaruga e do Brutha são ótimas.
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Pedro P. R. 23/04/2022

fantastico
Sempre ouvi falar muito bem da escrita de Terry Pratchett e de sua fantástica obra Discworld, mas agora que terminei Pequenos Deuses, fico me perguntando por que demorei tanto para ler esse clássico.

“Você pode morrer por seu país, seu povo ou sua família, mas por um deus você deveria viver de forma plena e ativa, todos os dias de uma vida longa”.

Pequenos Deuses é uma sátira a religião, onde acompanhamos a historia dentro de um império religioso e intolerante. Ele brinca com o que acontece quando um povo começa a adorar uma divindade e com o passar do tempo, essa adoração se desvia. O “deus” fica em segundo plano, enquanto as pessoas começam a cultuar a instituição (Igreja) e a adoração se desvia para o temor, enquanto uma ideia errada, uma palavra mal dita, acaba levando uma pessoa para as facas da inquisição.

Nessa obra acompanhamos Brutha, um noviço, um crente do Grande Deus Om, um rapaz de pensamentos lentos que não sabe ler ou escrever, mas que tem o talento de nunca esquecer o que escuta ou vê, o que lhe permite saber melhor do que qualquer pessoa todos os mandamentos do Grande Deus.

Nessa historia, vamos acompanhar também o próprio Grande Deus Om, preso no corpo de uma tartaruga caolha, caçado por uma águia que deseja joga-lo do céu para que se espatife no chão e se torne uma saborosa refeição.

Durante o livro, vamos acompanhar Brutha e Om, assim como outros ilustres personagens nessa jornada para descobrir como o Grande Deus ficou preso no corpo de uma tartaruga.
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Thalles 23/02/2022

Não tinha a menor noção do tamanho desse universo (aqui a palavra serve como uma luva) de mais de 40 livros. Acabei comprando esse muito por conta da capa que me chamou a atenção e pelo meu conhecimento de que o autor é renomado, principalmente das coisas que ele fez em parceria com o Gaiman, que são as que eu conhecia.

A pancada inicial me deu um certo susto e uma ponta de desânimo para continuar. Eu ainda não entrei de fato nesse lado da literatura inglesa muito doida, e cheguei a cogitar deixar de lado ou talvez tentar começar com o Guia do Mochileiro, que imagino que tenha alguns paralelos com o estilo de escrita satírico, mas que deve ser levemente mais acessível.
Por sorte, acabei dando o braço a torcer e fui até o final desse. E vale muito a pena.

As críticas são tão diversas que nem vale ficar enumerando, mas, todas que eu consegui identificar, são extremamente pontuais, muito bem elaboradas, cirúrgicas (ha ha ha). E a capa de entretenimento veste muito bem. O roteiro te envolve e dá vontade de saber o que acontecerá com Brutha, o humilde sacerdote.

Não garanto que irei atrás de outras coisas do Discworld, pelo menos não por enquanto, mas quem tiver disposição chuto que vale o tempo investido.
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Victor.mcrv 30/12/2021

Amo esse mundo
Todos o livros do discworld tiram sarro de alguma coisa dos tempos de hoje, só que num mundo que é plano, sustendo por quatro elefantes que estão em cima de uma tartaruga que está nadando pelo espaço, neste por exemplo vamos ver como a religião fucniona.
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none 26/05/2015

leitura agradável
personagens curiosos
linguagem acessível
piadas/enredo que podem não agradar a todos, mas independente disso é um grande livro com um grande final.
Vorbis e Brutha e a tartaruga Om (e o chinês faxineiro) são meus personagens favoritos. pisca pisca sorri.
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Vivian Pitança 23/07/2015

"Só porque você não consegue explicar não significa que não seja um milagre"
Pequenos Deuses é um livro de ficção, uma narrativa, para ser mais específica. Só que enquanto lia o que eu mais via eram reflexões, pensamentos a respeito da vida, da fé e da história humana. Por isso foi uma leitura até mais demorada para mim. Então, apesar da história apresentar elementos mais infantis como um deus em formato de tartaruga, um homem não muito inteligente, mas com ótima memória e outras coisas fantasiosas, e situações engraçadas, o livro é genial e recomendado para todas as idades, mas principalmente aos que já podem "entender" o que autor quer dizer nas entrelinhas. Esse autor... fiquei com vontade colocar num chaveirinho! Primeiro pela foto com carinha de senhor fofo, depois pela mente sensacional. Sua escrita é irônica, sagaz e inteligente. Conta uma história e a cada linha nos faz refletir.



Neste enredo o que se passa é que o Grande Deus Om, cultuado por um povo de forma fanática, com direito a perseguição a infiéis e torturas e mortes, perdeu poder. No mundo retratado todos os deuses em que as pessoas acreditam existem, só que são retratados como seres que possuem sentimentos humanos e que não dão a mínima para seus seguidores. Só recorrem a eles porque precisam da crença das pessoas para existir. Quando muitas pessoas acreditam, há um deus com poder. Quando nenhuma acredita, o deus se perde. E quando poucas ou uma pessoa só acredita, o deus se vê limitado, é um "pequeno deus". É isso que acontece com Om. Seus muitos seguidores mesmo estando ali, enchendo templos, na verdade não acreditam nele, no Deus. E ele só se mantém no corpo de uma tartaruga, sabe-se lá como, pela crença de um único fiel: Brutha.



Brutha ocupa um cargo pequeno dentro da religião. Foi criado por um homem de maior influência dentro dela e aprendeu o que pôde com ele. Apesar disso, não sabe ler e não parece "culto" ou "esperto" para o meio em que vive. O que o diferencia e marca suas qualidades são uma excelente (de verdade!) memória e um coração gigante que acredita verdadeiramente na sua fé e tem esperanças de melhora, esperanças nos seres humanos. Por ser o único que acredita verdadeiramente no deus Om, é quem consegue ouvi-lo quando a pequena tartaruga se aproxima e começa a falar. No início você não coloca tanta fé no personagem, mas depois vê que é ele e seu coração bom que fazem a diferença num mundo onde isso é raro.



O autor cria cenas engraçadas, que dão pequenas alfinetadas no modo de viver a fé e na sociedade que diz protegê-la. Cada coisa que ele monta nesse mundo parece uma reflexão sobre a nossa realidade. Por exemplo, é impossível não ver reflexos dela quando o homem com maior cargo religioso é um tirano sádico que não tem fé em nada e nem conhece o deus por quem diz torturar e matar. Só sacia seus desejos de sangue em nome da religião. Como isso pode não nos lembrar do Tribunal da Inquisição de séculos atrás e as caçadas para garantia do poder? E a existência de várias crenças deve lembrar também a competição que as pessoas fazem para falar de sua crença como melhor que outra, quando na verdade fica claro o modo de divisão e que deus fica com mais fiéis. E como seria possível não reparar que a morte é uma só para todas as crenças? Em cada linha que o autor nos faz refletir sobre a realidade do que as pessoas chamam de fé de forma irônica e sagaz, o que torna o enredo aparentemente juvenil em algo maior.

O livro faz parte da série Discworld, que possui 40 livros, sendo este o primeiro publicado pela Bertrand. O autor faleceu recentemente, em março. E eu espero ter mais dessas preciosidades deixadas por ele publicadas aqui.

Visite o blog: http://vivianpitanca.blogspot.com.br/2015/06/resenha-pequenos-deuses.html

site: http://vivianpitanca.blogspot.com.br/2015/06/resenha-pequenos-deuses.html
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spoiler visualizar
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@solitude_e_books 23/10/2018

Sem dúvidas o último capítulo achei mais do que perfeito!!!
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Caroline 08/01/2017

‘Pequenos Deuses’: um livro que mostra que o divino pode estar em qualquer lugar
Em Pequenos Deuses, parece que o principal objetivo é transmitir uma única e absoluta mensagem: a de que tartarugas dão ótimas refeições.

Brincadeira. Essa foi só a frase mais dita ao longo de todo o livro – é sério, só teve um personagem que não falou e nem pensou nisso em momento nenhum. Essa frase foi tão usada que eu quase consigo visualizar Prattchet debatendo consigo mesmo se deveria ou não usá-la como título do livro. Mas imagino que, assim como eu, ele tenha concluído que, se lançasse um livro chamado Tartarugas dão Ótimas Refeições, as pessoas provavelmente pensariam que se trataria de um livro de receitas. Então, ele arranjou um substituto: Pequenos Deuses.

Um título muito coerente, por falar nisso. Muito poético.

Devaneios à parte, tudo começa, acredite ou não, com a queda de uma tartaruga caolha em uma horta. E não para por aí! A melhor parte é que essa tartaruguinha é o Grande Deus Om, adorado por um dos maiores impérios de Discworld.

Pois é… Quando eu soube disso, eu também fiquei: “QUEEEEEEEÊ???”

Obviamente, alguma coisa deu errado, uma vez que o Grande Deus Om ficou preso por um bom tempo na forma de uma TARTARUGA – nem foi uma tartaruga gigante ou uma mordedora, não, foi uma tartaruguinha de jardim e caolha, ainda por cima. Então, ao longo de toda a trama, Om, junto com Brutha, o seu único e fiel restante, precisa encontrar um jeito de voltar a ser o Deus Todo-Poderoso que ele havia sido e que as pessoas ainda acreditavam que ele era. E, de quebra, salvar o seu império à beira da guerra.

Com isso, Terry Prattchet conseguiu montar, desenvolver e concluir uma trama brilhante, transmitindo uma mensagem muito legal, usando elementos mais do que improváveis e absurdamente cômicos.

Não é genial? Eu achei.

O fato é que Prattchet não apenas criou uma trama muito boa e uma história envolvente, ele brincou com ela. Ele escreveu um ótimo livro e fez parecer fácil.

Pequenos Deuses nos dá tudo o que precisamos em uma história: aventura, mistério, uma mensagem enriquecedora, um mocinho, um vilão e problemas a serem resolvidos. Ah, e humor! Não podemos nos esquecer do humor, porque é um dos traços marcantes do livro também.

Outra coisa da qual eu gostei bastante foi o fato de que o vilão é mau mesmo. Ele é do tipo que vira uma tartaruga de barriga para cima, sob a mais quente luz solar, só para ver o que vai acontecer em algumas horas. Ou seja, o cara é perverso por curiosidade e diversão. E, cá entre nós, temos que respeitar um escritor que consegue criar um vilão assim.

Só sei que, depois de ler esse livro, eu nunca mais vou olhar para uma tartaruga com os mesmos olhos.

site: www.vailendo.com.br/2016/09/09/pequenos-deuses-de-terry-prattchet-resenha/
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Marcus 11/12/2016

Crenças e descrenças
Deuses dependem de pessoas que acreditem neles. Essa é a essência de "Pequenos Deuses", obra que com muito humor questiona as motivações das crenças da pessoas, como elas podem ser manipuladas e o que move as religiões (algumas, todas?). Leitura rápida, divertida e capaz de despertar muitas reflexões, desde que o leitor esteja aberto a questionamentos.
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Mah 24/10/2015

A Tartaruga Se Move!!!
Hey leitores! Que tal um livro que mescla filosofia, religião e muita ironia?

Este livro foi uma cortesia da editora Bertrand, e confesso que nunca tinha ouvido falar do escritor Terry Pratchett (vergonha), já que ele é um escritor brilhante, ganhador de vários prêmios e tem quinze livros publicados no Brasil, sendo Discworld uma das séries mais vendidas e que já fora traduzida para 37 idiomas!

Pequenos Deuses é um livro... complexo, mas vamos lá!

Brutha é um sujeito simples e sem grandes ambições, de uma fé implacável e com uma memória de dar inveja, capaz de guardar cada minucioso detalhe do que ver e ouve. Ele é o noviço no Templo do Grande Deus Om, que outrora se manifestara em forma de touro para os antigos Profetas, mas dessa vez... ao tentar se manifestar no Discworld, bom, não foi bem o que ele esperava.

“-Veja desta forma – disse. –Será que o Grande Deus –fez os chifres sagrados – Om já se manifestou como uma humilde criatura deste tipo? Um touro, sim, claro, uma águia, com certeza, e acho que, em uma ocasião, um cisne... mas uma tartaruga?”

Om então se depara com uma realidade abusiva ao entender que somente Brutha podia ouvi-lo, ou seja, será que Brutha, o noviço do templo, esse sujeito inocente e ingênuo, é o seu único crente?

“O problema em ser um deus é que não se tem ninguém para quem orar.” – Om
Brutha é o Escolhido. E a tartaruga é Grande Deus Om. E juntos, eles embarcam numa perigosa aventura, ainda mais porque Brutha quer desmascarar a poderosa Igreja corrupta, e evitar uma terrível Guerra Santa.
Vorbis é o Exquisitor (sim, é assim que está escrito no livro) que desperta pavor em todos; um homem cruel e que ouve somente a si mesmo. Ele fará de tudo pra destruir todos que acreditam na Tartaruga que se Move, ou seja, que o mundo viaja através do vazio sobre o casco de uma enorme tartaruga, e ele usará Brutha e sua incrível memória como uma excelente arma na guerra.

“- Eu sou o Diácono Vorbis da Quisição da Cidadela – disse Vorbis friamente.
O Tirano olhou para cima e lhe deu outro sorriso lagarto.
-Sim, eu sei – disse. – Você tortura pessoas como profissão. Por favor, sente-se, Diácono Vorbis. [...]”

Confesso achei entediante o começo da história, mas à medida que o enredo desenrolava fui ficando mais envolvida até que caí em curiosidade, por não conseguir imaginar nenhum final para aquela trama.

Adorei a capa que a editora fez para o livro, achei bonita por ter desenhos tão grosseiros e “feios”, mas gostei ainda mais quando percebi que retrata uma das cenas dos livros, e é incrível para um leitor identificar seus personagens só observando suas características.

O livro é incrível, sobretudo depois que você finalmente entende aonde o escritor quer chegar (eu demorei), sendo narrado na terceira pessoa alternado entre vários personagens, nós dando uma visão privilegiada da história que se passa na maior parte do tempo em Omnia.

“-Não existe tal coisa – disse ela. –Na vida, se não prestar atenção, você afunda.”
-Rainha do Mar.
A história é carregada de personagens marcantes e sarcásticos, como o filósofo Didátilos, e seu aprendiz, Urn, o cético e ateu sargento Simony, e um dos meus favoritos que é a Morte.

“Morte hesitou. TALVEZ JÁ TENHA OUVIDO A FRASE, disse, INFERNO SÃO OS OUTROS?
-Sim. Sim, é claro.
Morte assentiu. EM TEMPO, disse, VOCÊ APRENDERÁ QUE ELA ESTÁ ERRADA”.

Enfim, indico para aqueles que adoram ironias e sarcasmo, pois Pratchett aborda o tema “deuses” com muito humor.

“Om esfregou a testa. Passei tempo demais lá embaixo, pensou. Não consigo parar de raciocinar de forma superficial.
—Eu acho –disse – que, se você quiser milhares de pessoas, tem que lutar por uma. –Cutucou o Deus Solar no ombro. –Ei, solzinho?
Quando o Deus olhou para trás, Om quebrou a cornucópia em sua cabeça.”


site: livrosemarshmallows.blogspot.com.br
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PorEssasPáginas 08/10/2015

A Bertrand enviou esse exemplar para nós e eu resolvi me arriscar na leitura. Curiosamente eu tenho os livros anteriores da série Discworld, mas nunca li. Como após determinado número é possível ler fora de ordem, eu resolvi ler justamente esse que não tinha. Foi meu primeiro contato com a série e também com a escrita de Terry Pratchett.

A história se passa em Omina – pelo menos boa parte dela, uma cidade que cultua o grande deus Omn. Lá, nós conhecemos Brutha, um rapaz ingênuo com uma memória impressionante. Ele é um noviço e não tem muita ambição na vida, sendo um verdadeiro devoto de Om, seguindo todos os preceitos de sua religião. É por isso que o deus Om, na forma de tartaruga, que Brutha o ajude a se fortalecer novamente. Pois é, por algum motivo – leiam para saber – os poderes de Om acabaram diminuindo, a ponto de ele conseguir apenas se manifestar em forma de uma forma de tartaruga, um ser super frágil e muito visado por águias. Vai entender.

No começo eu confesso que não consegui me encontrar muito bem na leitura, não consegui vislumbrar um objetivo. Mesmo assim, eu insisti, mesmo porque, apesar de não saber aonde eu ia parar, o autor demonstra um senso de humor ácido e uma crítica bem construída desde o início. Quando enfim eu entendi qual o sentido da vida, o universo e tudo o mais (42!) (ops, história errada), a leitura deslanchou e eu me surpreendi bastante com o desenrolar da trama e ainda por cima a forma como Pratchett conduzia a história e seus personagens, incluindo ainda em sua sátira ateus e filósofos – sim, ninguém escapa desse autor!

Pratchett soube manifestar de forma bem primorosa sobre o fanatismo religioso, a forma como a fé e seus ensinamentos são deturpados e ainda usados de forma corrupta por seus líderes, sobre a existência de deuses e as consequências de se seguir uma religião cegamente. Tudo isso foi muito legal, ainda mais quando você percebe a semelhança com a religião na época da Idade Média (se bem que de lá pra cá algumas coisas continuam… e não necessariamente no catolicismo). E tudo isso dentro do contexto, sempre dando uma alfinetada aqui e ali no fundamentalismo religioso (ou não religioso).

Como primeiro livro de Pratchett, eu achei muito legal. Já imaginava que ele teria esse senso crítico atrelado ao lado mais bem humorado e cínico. Eu vou me arriscar em outros livros dele, mesmo que não sejam de Discworld. Uma pena ele ter falecido justamente esse ano…

Para quem é fã de ficção e fantasia, um prato cheio! Recomendo!

site: http://poressaspaginas.com/resenha-pequenos-deuses
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Airechu0 13/09/2015

"– No entanto... a Tartaruga se Move!"
Os deuses de Discworld mantém seu status de divindade graças a força da crença dos seus fiéis mortais. Assim, quanto mais fiéis fornecendo o combustível da crença mais força e poder este deus terá. Neste cenário, em que cada ovelha conta e que tudo depende da crença, existe uma verdadeira disputa entre estes deuses, sobretudo nos mais baixos escalões divinos. Não é incomum que deuses poderosos caiam no ostracismo por perderem seus fiéis e nem que deuses menores ascendam ao topo da hierarquia divina por ganhar notoriedade rapidamente.

Pequenos Deuses é focado nestes aspectos religiosos de Discworld e trata justamente de uma destas súbitas mudanças. Om, o grande deus amplamente cultuado na metrópole de Omnia, ao tentar se materializar no Disco (já explico!) com a imponente forma de um touro, acaba surgindo como uma mísera lenta e vesga tartaruga e imediatamente se vê em apuros: tartarugas são alvos fáceis para as águias. Om escapa da morte (deuses podem morrer?) e acaba se encontrando com um de seus fiéis, Brutha, um noviço com uma carreira pouco promissora na Igreja de Omnia.

Om agora precisa descobrir porque apenas Brutha é capaz de ouvi-lo, porque não consegue manisfestar seus poderes e resolver a sua atípica situação. Brutha não lhe parece muito inteligente à princípio e nem muito capaz, mas sem alternativas se convence de que vai precisar da ajuda dele. Juntos os dois ainda vão se envolver numa conspiração da alta cúpula da Igreja encabeçada pelo temível exquisidor Vorbis, chefe absoluto da Quisição, o que poderá levar toda a Omnia a uma guerra santa contra a cidade de Efebo...

Ansiava por conhecer melhor o universo de Discworld desde que li sobre ele e a criatividade genial de seu autor nas páginas de antigas revistas de RPGs. Trata-se de um mundo de fantasia disposto num círculo plano, como um disco, sustentado por quatro grandes elefantes. Estes por sua vez ficam sob o casco de uma enorme tartaruga tal qual no antigo mito hindu. Discoworld é o cenário palco de mais de 40 livros escritos por Terry Pratchett ao longo de mais de trinta anos. Quando soube deste lançamento pela Bertrand Brasil pouco depois da morte do autor, resolvi que já era hora de me aventurar por lá. Pequenos Deuses é o 13º livro da série mas pode ser lido tranquilamente de forma independente dos demais. E já lhes adianto que a aventura vale a pena!

O grande trunfo de Terry Pratchett é o tom satírico da sua narrativa. Nada escapa da crítica e da sátira inteligente do autor e neste aspecto ele me lembrou muito Douglas Adams. Já deve ter ficado evidente que a religião institucionalizada, na forma da igreja e da hierarquia, são os alvos principais, mas o autor vai além e esta lista também inclui as práticas religiosas cotidianas, o ateísmo, o comportamento de fiéis e deuses e até mesmo algumas correntes filosóficas.

Lado a lado com esta crítica temos uma empolgante história nos melhores moldes aventurescos repleta de lugares e personagens fantásticos tendo no seu cerne o bom humor o que torna a leitura agradável e divertida.

As dinâmicas e diálogos entre os personagens são muito bem explorados e apesar deles serem um pouco caricatos e estereotipados, são bem construídos e possuem motivações fortes. O protagonista Brutha é o que mais evolui durante toda a leitura. Sua fé cega e memória sobre humana são contrabalançadas pela sua ingenuidade e simplicidade e ele nos conquista de imediato. Vorbis, o superior encarregado da Quisição é inteligentemente perverso. Ele justifica sua obsessão em punir e controlar distorcendo a fé alheia e abusando de sua autoridade. É o típico antagonista desprezível e odiável. Om, o agora pequeno deus em forma de tartaruga, não se ressente de manipular Brutha para reacender como grande Deus mas na situação em que se encontra é obrigado a engolir a própria arrogância e muito do que consegue é nos arrancar algumas boas risadas. E ainda temos Nhumrod, Lu Tze, Didátilos e os demais filósofos de Efebo, o ateu Simony e tantos outros coadjuvantes igualmente interessantes.

A trama se alterna entre os diversos núcleos de personagens e, apesar de não ser dividida em capítulos, não perde o ritmo, mantendo-se interessante e divertida, prendendo a atenção do leitor até a conclusão.

Preciso falar também do apelo visual da edição da Bertrand Brasil. A capa com letras douradas metálicas em alto relevo e com um destaque maior para a ilustração quando comparada aos outros títulos da série anteriormente publicados no Brasil pela editora Conrad ficou muito bonita e atrativa.

Enfim, Pequenos Deuses é um livro estonteantemente divertido e gostoso de ler, com ingredientes certos para quem gosta de aventura, fantasia ou até mesmo uma ‘sutil’ crítica social. Uma ida a Discworld é altamente recomendada a todos, mas aconselho que se o fizer evite voar com as águias, ainda mais se você surgir por lá no casco de uma simples tartaruga.

site: http://www.multiversox.com.br/2015/07/pequenos-deuses.html
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