Poe - Histórias Extraordinárias

Poe - Histórias Extraordinárias Edgar Allan Poe




Resenhas - Histórias Extraordinárias - Poe


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Fabio Shiva 28/08/2010

Já perdi a conta de quantas vezes li as histórias desse livro
Curiosamente, só agora fui perceber a real importância dessa obra para a cultura ocidental!!!

Edgar Allan Poe é um nome único na literatura mundial. Foi o inventor da história policial (inaugurada com “Os Crimes da Rua Morgue”), precursor da ficção científica e fantástica, e alçou as histórias sobrenaturais a um novo patamar, dando-lhes a estrutura básica que passaram a ter desde então. Influenciou grandes nomes como Júlio Verne, H. G. Wells, Hermann Melville, Oscar Wilde, Kafka e muitos outros. Charles Baudelaire o considerava uma “alma irmã” e foi um dos grandes responsáveis por sua divulgação. Arthur Conan Doyle imitou-o desbragadamente ao elaborar seu imortal Sherlock Holmes.

Resumindo: Poe é o cara!!!

“Histórias Extraordinárias” foi originalmente publicado como uma coletânea de contos chamada “Tales of the Grotesque and Arabesque”. Foi Baudelaire, ao traduzir para o francês, que adotou o título “Histoires Extraordinaires”. A cada vez que li esse livro, foi com uma edição diferente, e a cada vez o número de histórias incluídas variou. Creio que essa “folga” dos editores decorre do fato das obras de Poe já serem de domínio público...

A leitura que fiz dessa vez foi especialmente rica, pois creio que pude mergulhar um pouco mais no homem por detrás da obra, na mente tão única que concebeu essas “histórias extraordinárias”! Conhecer a vida de um autor sempre contribui para uma maior compreensão de sua obra, e Poe não é exceção. Sua vida foi marcada por azares e sofrimentos, dentre os quais o principal foi o alcoolismo que acabou por levá-lo precocemente para a sepultura.

O alcoolismo de Poe (e possivelmente também o consumo de ópio) são essenciais para a gestação de suas histórias de sonho e pesadelo. Creio que muitas de suas tramas surgiram em intensos estados de intoxicação. O que não tira em nada o seu brilho... (mas não deixa de ser curioso que o próprio Poe alegasse seguir um rigoroso método de composição, e inclusive publicou um manual de escrita que foi considerado totalmente impraticável por um escritor do porte de Scott Fitzgerald).

A viagem que fiz nessa leitura foi a seguinte: Poe olhou nos olhos do Abismo, do grande Irracional. Esse encontro marcou sua profundamente sua obra, dividindo-a em duas vertentes principais: a história policial e a história de horror.

A história policial é a tentativa de impor a razão sobre o caos, de fazer a luz vencer as trevas. À desordem e violência do crime de morte, opõem-se o racionalismo e o método do detetive, o herói incumbido de elucidar o mistério e fazer voltar a ordem que reinava antes da abrupta intervenção do caos (o assassinato). O detetive das histórias de ficção surge como o guerreiro da razão em um universo que se apresenta como irracional.

A história de horror, por outro lado, nasce da desistência de enfrentar o irracional: é a rendição ao caos, ao inexplicável, ao icognoscível.

Que Poe tenha surgido quando surgiu não pode ter sido mero acaso: em meados do século XIX, a reboque do cientificismo e das transformações promovidas pela Revolução Industrial. Por um lado as histórias de Poe refletem a crença de que a razão humana será instrumento suficiente para elucidar todos os mistérios do Universo (e daí a figura do detetive). Por outro, refletem o vazio e o nihilismo que foram a herança maior do século XX, numa época em que as máquinas e a ciência prometiam tornar a existência de Deus algo supérfluo (tiraram Deus do trono, mas colocaram o quê no lugar?). A história de horror só faz sentido em uma sociedade tecnológica e irreligiosa.

Caramba, viajei muuuuito nessa leitura!!!

Agradeço à querida Bruna por esse inestimável presente!!!

(21.01.10)
Belle 27/08/2012minha estante
Obrigada pela "viagem" esclarecedora! ;)




Laura.Kuhnen 08/12/2020

Admito que para ler esse livro foi um processo lento e com muitas pausas. Entretanto, em muitos momentos eu devorava as histórias de maneira muito rápida. Como são diversas histórias sobre os mais diferente tópicos e gêneros, a leitura variava bastante. Gostei demais de muitas histórias! Tem muitos contos interessantes e diferentes que sempre nos instigam para continuar a leitura. Porém, há alguns outros que são extremamente cansativos e desinteressantes. No geral, gostei muito desse livro e gostei muito de ter me aprofundado um pouco mais na escrita do Poe!
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duda 02/08/2021

Eu amo tanto os contos desse livro que parece que eu mesma fiz a curadoria deles. Poe é fora de série!
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matheusbrnd 18/01/2024

Um gênio verborrágico
Eu realmente não sabia o que esperar lendo Poe. Conhecia parte da iconografia, até pelas referências que fez o ilustre Belchior em Velha Roupa Colorida, mas nunca havia lido nada do autor.

Foi uma experiência interessantíssima. Poe sabe como ninguém instigar sentimentos de terror, de um pavor quase primordial com suas detalhadas e evocativas descrições e sua ambientação que é simplesmente magistral.

Será que Hitchcock lia muito Poe? Pois parece que o diretor aprendeu todos os seus truques do suspense com os contos do ilustre autor. A aura de suspense cria uma grossa camada de um sentimento ominoso, de uma antecipação da desgraça que se sabe que há de cair sobre os pobres viventes que habitam em suas histórias.

Porém, como toda coletânea de contos, nem tudo são flores e mansões góticas. O autor tem uma tendência a verborragia, a estender-se em demasia nos seus contos mais voltados à ficção científica e ao mistério criminal.

Sem dúvida isso deve-se ao seu vasto intelecto, que o faz, por vezes, exagerar bastante em descrições de fenômenos e hipóteses de silogismos que, decerto são interessantes, mas se tornam maçantes no decorrer da leitura. Isso também se deve pela escolha sequencial dos contos, que começam mais curtos, mas passam à verborrágica ficção científica assim que o livro parece definir seu tom.

Apesar de alguns contos extremamente longos e por vezes maçantes, os pontos altos dessa coletânea são extremamente altos. Sem dúvida é um marco, o ápice do terror gótico que tanto foi expandido e elaborado por Poe e seus contemporâneos.
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PandaLoveBooks 24/05/2020

Ótima leitura
Eu realmente amei todas as história desse livro e não tenho defeitos para fala dele
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Nix 07/12/2021

Bom
Uma coletânea de contos fúnebres de Poe. O que mais me atrai a ler suas obras é a atmosfera sombria que ele consegue criar, junto do enriquecimento de vocabulário, pois não há como ler um mísero conto sem pesquisar alguma palavra (geralmente adjetivo) no dicionário. Gosto muito do estilo dele, chega a ser estranho que me sinto confortável até nas cenas mais escrotas. E às vezes me obrigo a reler trechos para confirmar se é aquilo mesmo que entendi, então considero uma leitura pesada.
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Bricio Cruz 31/01/2019

Poe
Mais uma leitura concluída.
Poe - Histórias extraordinárias, extraordinariamente estranhas. Não vou dizer que foi uma de minhas melhores leituras, talvez tenha descoberto, que #edgarallanpoe não venha a ser um gênero de leitura que volte a me aventurar, mas também não foi uma experiência de toda ruim.
Numa escrita com todas as regras formais e contos que às vezes começam e/ou terminam sem pé nem cabeça, ainda existem uns que se salvam te levando para o intuito que seria o terror e/ou suspense.
Talvez, também, eu não tenha dado sorte nessa antologia de contos do autor, não conheço suas obras e não sei se essa fui uma de suas menos sucedida. Pode ser também que não fosse o momento certo para ler.
Resumindo, não sei bem o que achei e nem escrever, pode ser que futuramente eu leia alguma outra coisa dele, mas a princípio voltarei aos meus gêneros habituais.
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Francisco 20/09/2020

Muito bom
Poe é incomparável. Pena que não temos uma tradução completa de seu livro “Tales of the Grotesque and Arabesque”, lançado por volta de 1840. Aqui no Brasil temos "Histórias Extraordinárias", o que difere bastante da versão original que era constituída por dois volumes (lançada por Poe), que possui uma quantidade muito maior de contos.
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Maria15670 27/01/2024

" Não inteiramente, mas é poeta, o que o coloca não muito distante de um tolo."

( A carta Roubada)
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