Matheus Fellipe 19/12/2015
O melhor de Alex Cross está nesse livro...
Para quem é fã de livros de suspense, só de ler essa sinopse já dá água na boca, não é?
Ainda não foi possível mostrar a vocês o meu amor pela literatura policial e thrillers, essa vai ser a primeira resenha minha desse gênero aqui no Leitor Noturno, mas vocês terão a oportunidade de conhecer esse meu lado, com muitas dicas e resenhas instigantes onde tentarei incitá-los a conhecer algumas mentes insanas ou mesmo mentes brilhantes que investigam os crimes cometidos pelas mentes insanas. Amo livros com quebra-cabeças intrincados, com pistas que me fazem pensar, livros que me fazem ver até onde pode chegar o ser humano, livros com serial killers, mafiosos ou mesmo pessoas que fogem às diretrizes da lei, livros com detetives e departamentos inteiros a procura de pistas... É estranho, eu sei, mas quem não tem seu lado obscuro? Seu lado que se excita com as coisas “erradas”, que busca sempre algo diferente? Quem não tem um lado insano?
Alex Cross é o cara! Esse é o vigésimo livro protagonizado pelo detetive e PhD em Psicologia Forense. Há uma cronologia, é claro, mas os primeiros livros são quase impossíveis de ser encontrados, os mais acessíveis são os últimos que foram lançados pela Editora Arqueiro (O Dia da Caça, Eu, Alex Cross, Fogo Cruzado, Ameaça Mortal, Feliz Natal, Alex Cross e o último lançado no Brasil, Corra, Alex Cross). Esse é o segundo que leio do James Patterson, e o segundo com o detetive, e não vi nenhum problema em não ter lido os livros anteriores, pois qualquer fato que remeta ao passado é explicado rapidamente, tudo tem seu porquê, tudo tem uma explicação, os personagens criados por Patterson são muito realistas, isso me agrada, eles são completos, em todos os pontos, ele nos mostra todo o psicológico dos personagens, suas características físicas, sentimentos... Os cenários onde se passam as histórias são descritos o suficiente para nos transportar para a cena, não fica rebuscando, a narrativa é ágil, como tem que ser um livro de suspense, tudo acontece! Não fica enrolando, dando voltas...
“Era fácil matar um homem. Qualquer imbecil com uma arma podia meter bala na cabeça de alguém. Mas conhecer verdadeiramente um homem, descobrir seus pontos fracos, entender suas fraquezas e tirar sua vida bem devagar? Isso era profissionalismo.” — Pág. 18
Poucas vezes eu encontrei todos esses elementos juntos em um livro policial. O suspense de Patterson é marcante, e podemos dizer que é único, é sua marca. Ele faz uma miscelânea de casos, de acontecimentos que se cruzam, interagem, são todos ligados. Não estou dizendo que há ligação entre os casos investigados no livro, mas uma conexão na narrativa, é complicado explicar, o ideal é que os livros sejam lidos e conhecidos. Os livros são independentes e ao mesmo tempo são um só, é a vida e o cotidiano de Cross em todos eles, o que une todos os livros é Alex Cross!
“[...] Qualquer coisa que se possa fazer para perturbar o padrão de um serial killer pode ser uma ferramenta em potencial, especialmente quando você não tem mais nada com que trabalhar." — Pág. 143
Vamos falar de Corra, Alex Cross, afinal, é a resenha desse livro que estou fazendo (as vezes me empolgo! rsrs). Não conheço todos os casos do detetive Cross, mas na minha opinião os desse livro foram os mais difíceis de toda sua carreira, eu ficaria louco no lugar dele. Nesse livro ele tem três casos de uma vez em suas mãos, cada dia mais pessoas são encontradas mortas e isso tudo recai sobre sua cabeça e a do Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, D.C., o que fazer? Corpos de mulheres loiras são encontrados em diferentes locais da cidade, todas esfaqueadas em lugares específicos e com o cabelo cortado e espalhado pelo corpo; garotos de programa gays são encontrados baleados e esfaqueados na região genital; mulheres são mortas de formas estranhas para se parecer que cometeram suicídio e em todos os casos elas tinham tido filhos recentemente. Se não bastasse tudo isso, há um maníaco atrás de Cross, buscando vingança, e ele é capaz de tudo para difamar o detetive, até mesmo mexer com sua família. E quando mexem com o seio de sua família, Alex Cross perde a cabeça, ele parte para cima, o que não é uma boa ideia...
“Eu tinha certeza que o tiro era um meio para chegar a um fim. Era no trabalho da faca que as emoções assumiam o controle. Em todos os outros aspectos, ele parecia ser extremamente disciplinado em relação a coisa toda. Não eram assassinatos espontâneos. Cada um deles exigira algum planejamento e premeditação.” — Pág. 98
Esse livro é um misto de sentimentos, de climas, há em sua grande maioria um suspense crescente, mas há momentos de reflexão e até mesmo de dor. Há cenas fortes, mas algumas foram tão tristes que quase me fizeram liberar algumas lágrimas, e não estou forçando, eu não choro por nada. É que ás vezes eu me colocava no lugar de Cross, ou mesmo no de sua família, e certamente eu não queria passar pelo que eles passaram.
Uma característica de Patterson que faz com que seus livros sejam devorados em poucas horas, é, além de sua escrita, os capítulos curtos, que nos força a ler mais e mais para descobrir o que vem pela frente. Os capítulos são escritos de diferentes pontos de vista, alguns deles são narrados em primeira pessoa por Cross, em outros há uma narrativa em terceira pessoa dos assassinos ou de outros personagens coadjuvantes. Há trechos de Cross no trabalho ou em momentos com a família.
Acho que já é o suficiente, o livro é curto, e por mais que eu já tenha me alongado na resenha, eu não disse praticamente nada do que acontece nele, espero que leiam e consigam ver quão interessantes são o livro, os personagens e os casos. Muitas pistas precisam ser descobertas, muita coisa vai rolar, tiros, facadas, sequestros, morte e muito sangue e lágrimas.
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