thomas 22/02/2023
Queria mesmo que fosse bom
Com uma escrita que deixa a desejar, personagens rasos e plot twist sem sentido, stuart moore entrega 400 páginas de NADA.
relutei muito em dar uma nota baixa para esse livro, primeiro pensei em dizer ''razoável'', querendo ser gentil, mas vou ficar com o ''ruim'' mesmo e explico o porquê.
primeiro, a história começa já na tragédia, o que eu achei erradíssimo. como vou comparar a mudança na dinâmica das relações interpessoais pré e pós-guerra, se eu não tenho o comparativo? beleza, pensei que ele quisesse poupar páginas, porém se esse era o intuito, com qual objetivo ele precisava correr uma parte (crucial) da história, se todo o resto não passa de uma escrita preguiçosa que enrola até o ápice do livro, quando falta menos de 20% para acabar?
segundo, (a partir de agora tem spoiler), sabemos que o capitão tem seus motivos para defender a liberdade, certo? e sabemos que ele também era contra o fato da S.H.I.E.L.D. estar agindo de má-fé e reagindo com violência para uma resistência, até então, pacífica, CERTO? então por que diabos uma fala tão insignificante como ''você acha que queremos nos preocupar com isso (a guerra) também?'' dita por um cível, alguém que não tinha peso emocional suficiente para fazer o steve desistir de tudo que ele defendeu por quatrocentas páginas, foi o que fez ele mudar ideia? só tem uma palavra para isso: inconsistência.
uma das etapas ao se escrever um livro é rascunhar personagens com estruturas sólidas, desde seu passado até suas motivações e morais que os tornam únicos. compreendo que os personagens não foram criados pelo stuart moore, mas ele decidiu trabalhar com eles, o mínimo que ele poderia fazer era entregar personagens que não tivessem a profundidade de um pires. se não está apto para escrever um livro baseado num universo/personagem já existente, então não faça. fique apenas nas histórias em quadrinhos que não exige tanto da capacidade de escrita.
''ah, mas é um livro infanto-juvenil sobre heróis'' e? mackenzie lee, em Loki: onde mora a trapaça, conseguiu - com a mesma quantidade de páginas - trabalhar MUITO BEM os quatro personagens, sendo eles secundários ou não. nesse livro tem todo mundo e ao mesmo tempo não tem ninguém, por que os ''principais'' não se desenvolvem (com exceção do peter) e os secundários não são bem trabalhados, na verdade, fica claro que muitos estão no livro apenas para fazer volume nas batalhas, nada além disso.
eu até perdoaria a escrita medíocre - que claramente acha que o leitor é uma porta - se ao menos o plot não fosse tão preguiçoso e os personagens fossem minimamente cativantes.
não quero me alongar, é ruim, péssimo e não recomendo. li porque sinto falta desses personagens e, apesar do livro deixar um gancho para a segunda leitura, Guerras Secretas, não há curiosidade ou nostalgia suficiente que me faça passar por esse estresse de novo.