Lekatopia 29/09/2015
O melhor da série
Dead to the world ("morto para o mundo", em uma tradução livre) é o quarto livro da série de vampiros mais cool ever. Sim, sou uma fã assumida da saga de Sookie & cia., que deu origem ao seriado True Blood..
Já adianto que por se tratar do 4º livro da série esta resenha conterá spoilers dos livros anteriores. Proceda por sua conta e risco!
Sim, temos uma overdose de Eric, “o vampiro”, neste livro, para alegria de todas nós (não neguem, vocês ficaram felizes)! Mas trata-se de um Eric sem memória e, portanto, sem a mesma personalidade dos três livros anteriores. Nem por isso é uma personagem menos interessante. Além do arco principal da estória, que envolve a investigação do por quê Eric está como está, somos apresentados a novos “supes” (como diria a Sookie, referindo-se a comunidade dos seres sobrenaturais como vampiros, lobisomens e shifters), além de aprendermos mais sobre os lobisomens de Jacksonville e, de quebra, conhecermos um pouco mais de Jason Stackhouse (que eu passei a considerar um pouco menos detestável ao final desse livro).
O ponto alto do livro, no entanto, são as interações entre uma Sookie que tem como resolução de ano novo não acabar sendo espancada (bastante compreensível, após os livros anteriores) e um desmemoriado Eric (que agora assiste “Buffy – a caça vampiros” e usa moletons comprados no Wal-Mart). A progressão do relacionamento de ambos é recheada de momentos engraçados, que me fizeram passar vergonha em locais públicos (eu ficava com cara de idiota tentando segurar risos involuntários).
O final, como de costume para os livros da série, amarra as pontas que devem ser amarradas, mas deixa o suficiente em aberto para render mais livros. Gosto muito do modo como a autora encerra cada livro da série, por que nada é tão frustrante quanto acabar um livro e não ter nenhuma das suas dúvidas respondidas.
Sem maiores spoilers, preciso concordar com algumas críticas ao prefácio. Acredito que o gancho utilizado para tirar um dos personagens de cena e permitir o desenvolvimento desse livro não foi dos mais críveis. Aliás, a intenção da autora ficou óbvia. De todo modo, se eu disser que os resultados de tal gancho não me agradaram, estaria mentindo. Certamente algumas das passagens mais satisfatórias da série até aqui talvez não fossem possíveis não fosse a desculpa (esfarrapada, reconheço) dada pela autora no prefácio. Então, sim, um deus ex machina nem sempre é um desastre total (e por isso a Harris é competentíssima! Saber utilizar um não é o que eu chamaria de fácil).
Há ação, mistério, romance e falas inteligentes na medida certa. Ler algo protagonizado por Sookie Stackhouse é um alívio após a morta-viva Bella Swan (desculpem-me o trocadilho) e outras heroínas que considero intragáveis, mas parecem fazer um sucesso estrondoso.
Além disso, o universo criado por Harris para a série é enorme e riquíssimo. Dá para pensar em milhões de spin offs! E não falo apenas pelo fato de termos praticamente todos os seres sobrenaturais reunidos num só lugar, mas por sacadas como direitos dos vampiros e seitas religiosas fundamentalistas. Sério, isso é genial! E não é só porque eu sou uma estudante de direito (ok, talvez seja), mas por que é o tipo de coisa que revitaliza um personagem mítico já revisitado milhões de vezes e o lê a luz de temas atuais (dos direitos civis ao Twitter).
Por fim, uma confissão: Eu adoro as capas americanas da série (sim, aquelas que todo mundo odeia). Isso não quer dizer que sejam bonitas, na verdade são horrendas. Mas sempre penso que antes da série ser um New York Times Bestseller algum desavisado viu a capa e pensou: “Ahhh, um desenho de criança. Que bonitinho! E é uma estória sobre vampiros! Acho que a [insira nome de criança] vai adorar”. Mal sabia esta pobre mãe o que estava colocando na mão de sua criança...hahaha. Eu sei, é cruel. Mas sempre achei esta situação tremendamente engraçada.
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