Resenhas - Quando A Política Vale a Pena

Senhor Pagliai 15/01/2021

Quando a leitura vale a pena...
Ao detentor do poder onde suas miríades se sobrepõem as conjecturas do governo, se vocifera as vozes dos proletariados incapazes de locomover pela sofridão humana as castas sociais. Aécio, emblemático e etéreo, trabalha com vivacidade e delicadeza, lacunas até então desconhecidas do status quo em relação ao qui pro quo. Adorador de pão de queijo com goiabada e frango com quiabo, o ex-governador esclarece em teor autobiográfico, reminiscências e detalhes moribundos de seu cotidiano tão fatídico e enaltecedor. Vale ressaltar ao cumprimento de regras e normas que modificam a situação psicossocial do estado de Minas Gerais, há relatos breves e concisos sobre suas aventuras no Vale do Jequitinhonha, onde caminhara diante de pobres lavradores e ofereceu de seu próprio bolso, os vencimentos para compra de rapadura, curau e carne seca emigrada da Paraíba. Também na leitura, nota-se diversos comentários acerca das compras de belos jatos e da implementação de um ambicioso projeto, um aeroporto da cidade de Cláudio, que de acordo com Aécio seria uma construção exorbitante a fim de locomover a capital de Belo Horizonte para esta cidade encantadora do interior de Minas Gerais.
Não há nada mais prazeroso que vivenciar as anedotas de um político que sempre trilhou uma grande carreira, já que o ex-governador mostra ser um erudito na arte da escrita, com uma prosa que mescla o melhor de José Saramago e Paulo Coelho, com pitadas de humor mais ácido que Toranja, com influência notável das sketchs criadas por Ary Toledo e Renato Aragão.
Agradeço ao meu primo Pietro Neves de Cunha Brandão, vereador mais votado na cidade de Murici, por ter me dado este livro de aniversário, não há tempo perdido quando a leitura é boa e o político é honesto, só tem um problema na biografia, é que infelizmente ela acaba e muitas pontas ficam soltas, mas nada que comprometa o entendimento do leitor, gosto tanto dessa edição que mandei pra gráfica, a fim de que seja colocado capa dura para arquivamento bibliotecário.

JJ 31/12/2022

Não leia. Ou melhor, leia, hahahahaha
O título do livro pretende ser um elogio à política, mas aecio neves vai muito além do tema posto.

Difícil identificar o gênero a que pertence. É um livro de memórias, ora contém traços de autobiografia. Mas há elementos de autoajuda e os detratores podem tomá-lo como obra de ficção.

aecio perdeu a chance de contar com maiores detalhes sobre a relação mantida com seu avô Tancredo Neves. Mas o relato é bem sucinto e destaca frases de sabedoria cunhadas pelo velho político mineiro.

A seção autobiografia refere-se à exposição de sua trajetória política a partir da morte de Tancredo, de quem tentou se tornar sucessor.
Mais uma vez, o político autor perdeu a chance de se desnudar por inteiro. Quem é fã desse gênero, procura as histórias da intimidade, sem os filtros do pudor. Seria então preferível que aecio se permitisse biografar por outra caneta. Cadê os lances mais ousados da juventude de aecio enquanto Menino do Rio numa prancha? Ou as peripécias de seu mochilão pelas Europas? Ele mesmo informou ao leitor que gosta de viver a vida além da política?

Por isso que esta obra também é uma peça de ficção. aecio apontou a lupa pra si mesmo e se observou numa estátua de mármore de Carrara. Quis fazer crer que a sombra projetada pela imagem de seu avô fosse a sua própria. Contudo, e o livro atesta isso, nunca saiu das asas dele: foi hábil sim, mas na função de herdeiro político, a todo momento fazendo coincidir sua trajetória com a memória do seu ilustre antecessor. E sua fraseologia não passou de auto ajuda disfarçada de propaganda político eleitoral, o que rendeu alguns momentos de risada ao leitor.

Diante de sua maior derrota eleitoral, imposta por Dilma Rousseff, poucos meses depois destes escritos, aecio provou não ter aprendido nada com seu avô e se tornou a Pandora que abriu a caixa da intolerância política e da extrema direita no Brasil.

O livro, portanto, falha em todas as suas propostas e só não frustra mais o leitor pelos momentos em que a chacota da vida se abate sobre as ideias e sobre o personagem principal. Se ainda vale algo nas prateleiras é graças ao trabalho dos profissionais das gráficas responsáveis pela impressão dos exemplares do livro.

Claudiomar.Filho 03/08/2019

Um ótimo livro de comédia...
É de rir do início ao fim

LisboaPB 01/01/2023

O livro vale a pena para saber um pouco mais de detalhes sobre Tancredo Neves. Agora, Aécio? É um corrupto e corruptor na política. Infelizmente a pilantragem toma conta. E me surpreendende que a corrupção quase não é mencionada para ser demonizada. E quando é demonizada em um página, é para falar sobre sua opositora na disputa eleitoral que perdeu. Enfim, sem credibilidade minha, ou seja, a de um mineiro.