@eusara.lees 15/05/2023
A memória do tempo que passamos juntos é parte de quem sou agora
Um novo shopping será construído na cidade, e Barry é o engenheiro responsável pela fiscalização da obra. Mas em meio à demolição de antigas propriedades ao redor da obra, uma casinha resiste bravamente.
Edith, uma senhora de 85 anos, não vai sair de sua casa!
A casa tem um valor sentimental importante para ela. Edith não se desfaz dos objetos que contam sua trajetória: vinis dos músicos que conheceu, livros que escreveu, quadros e bibelôs que acumulou durante uma vida cheia de aventuras.
Teria mesmo sido uma espiã infiltrada entre os nazistas na segunda guerra? Teria vivido em um castelo? Barry não sabe se acredita nas histórias que a velhinha conta aos poucos e sem detalhes. Cabe a ele costurar as informações que recebe para reconstruir uma personagem curiosa, corajosa e muito ranzinza.
Como seu trailer fica pertinho da casa de Edith, Barry passa a visitá-la diariamente para saber se precisa de alguma coisa. Percebendo as dificuldades que ela enfrenta, Barry começa a ajudá-la em pequenas tarefas diárias e, quando percebe, está fazendo as refeições de Edith, levando-a ao médico e preocupando-se tanto, como se fosse alguém da família. Um lindo laço de amizade e afeto os une, mas é Barry quem luta para que a harmonia predomine. Pois Edith não é fácil!
O livro é bem reflexivo, especialmente para o leitor que convive com um idoso. Mostra como Edith vai perdendo a capacidade de fazer coisas simples, mas não aceita ajuda.
Quem nunca teve uma vovó assim?
Há momentos divertidos, especialmente quando Barry tenta manter a calma diante da teimosia de Edith. E há passagens onde sentimos uma compaixão imensa pelo homem que se dedica incansavelmente ao bem-estar da velhinha que só reclama.
Uma relação que trará preciosas lições para Barry.