Guerreiros do Sol

Guerreiros do Sol Frederico Pernambucano de Mello




Resenhas - Guerreiros do Sol


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Lima Neto 01/04/2009

um livro muito bom, ideal àqueles que querem estudar e compreender um pouco mais do movimento e natureza do cangaço. em "Guerreiros do Sol", o autor não se resume só e unicamente ao cangaço, não, ele nos apresenta aspectos culturais, sociológicos e políticos, nos dando uma abordagem completa de todo o movimento.
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bandida.com 29/01/2012

LIVRO DOCUMENTÁRIO
LIVRO REALISTICO,PELO MENOS NÃO PINTA VIRGULINO COMO HÉROI,NEM COMO BANDIDO,QUEM É NUTRIDO CULTURALMENTE,SABE QUE NO PERÍODO DOS ANOS 30-40 PRECEDIA O QUE VERÍAMOS COMO ANOS DE CHUMBO,COMO SE EXPLICA A MORTE DE ANTONIO CONSELHEIRO, E OLHA QUE A COMUNIDADE DE CANUDOS NEM SOLICITOU O BOLSA FAMILÍA.... EU SEI QUE ASSUNTO AQUI É OUTRO,BANDITISMO,SERTÃO E MISÉRIA,ATÉ HOJE É NOTA DE PROMESSA DE CAMPANHA DA POLITICAGEM BRASILEIRA, INFELIZMENTE AS PESSOAS AINDA CONFUNDEM VOTO BRANCO-QUANDO VOCÊ DÁ SEU VOTO AO MENOS CORRUPTO.... E EXISTE.CONTRA O VOTO NULO,QUANDO NINGUÉM MERECE A SUA CREDIBILIDADE,MAS FALEMOS DO LIVRO,ACHO QUE PODERIA FALAR MAIS DOS HÁBITS E COSTUMES DO SERTANEJO E MESMO DA FAMILÍA DE VIRGULINO,QUE ERA UM RAPAZINHO PACATO,BREJEIRO ATÉ VER SEU PAI SER ESFAQUIADO PELAS COSTAS POR UM JAGUNÇO DE UMA PROPRIEDADE VIZINHA, A JUIZO SSEM O MANDO DO SEU SENHOR,TUDO POR UMA CERCA QUE DIVIDIA UM OLHO D'AGUA ENTRE PROPRIEDADES VIZINHAS,MAS ISSO É OUTRA HISTÓRIA QUE MINHA BIZA CONTOU QUE A VÓ DESCONVERSOU E POR AI VAI....
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z..... 12/01/2018

Adquiri na última black Friday de 2017 com uma vontade gigantesca de ler. Gosto do tema cangaço e a obra apresentava-se diferenciada, com notas muito positivas de jornalistas e escritores nacionais e estrangeiros na contracapa, além de prefácio de Gilberto Freire.

Pesquisando sobre o autor, vemos que tem outras obras no tema e esta é uma das primeiras, publicada em 1985. Um estudo das raízes do cangaço, entendendo o meio em que se estabeleceu e as características peculiares. Acredito que é uma das principais publicações na temática.

O cangaço é analisado afastando-se de conceitos clichês que o romantizam como uma insurgência contra opressão (o fator desencadeante de mitos heroicos que se perpetuam até hoje) ou um fenômeno isolado de banditismo (como se o banditismo se resumisse neles, assim como a identidade cultural).

A percepção é de uma sociedade predisposta a violência e espírito aguerrido como necessidade de sobrevivência. Isso foi trabalhado no primeiro capítulo, retrocedendo-se ao colonialismo e impactos influenciadores ao homem: o clima árido e agressivo ao colonizador com as secas; o embate com povos indígenas (infelizmente uma realidade) e o avançar da criação de gado (que levou o sertanejo a isolamentos, sem ação do poder público, onde a resiliência era condição vital). Nesse isolamento o autor cita também a agressão por parte de animais selvagens. Cenário multiforme em hostilidade e influenciador ao homem.

Em seguida o homem é caracterizado em diferentes tipos. No parecer do autor o banditismo se estabelecia ou poderia se estabelecer com os valentes (personalidade intrínseca ao meio), os cabras, jagunços ou capangas (contratados por detentores de poder), os pistoleiros (assassinos de aluguel) e os cangaceiros (indivíduos diversos dos anteriores que por razões específicas começaram a formar bando e se estabelecer como verdadeiros coronéis sem terra, nas palavras do autor, vivendo à margem de disciplinas e patrões.

Os fatores que direcionavam ao cangaço, em geral, foram: a escolha de vida nessa forma de banditismo e as buscas por vingança ou refúgio.

Foi dada atenção também ao declínio do cangaço. A principal conclusão foi o estabelecimento de uma nova era, encabeçada pelo Estado Novo. O cangaço remonta a algo arcaico, que não conseguiria se estabelecer como antes em um contexto de valorização do progresso, onde cresciam as linhas de comunicação através do telégrafo, o fator isolamento reduzia-se, cortava-se o sertão com as rodovias, as tropas militares tinham armamentos contra os quais os cangaceiros não eram páreos, e também foram isolados em uma propaganda patriótica em que a ditadura de Vargas se fortalecia.

O livro gira em torno dessas coisas, evidenciando exemplos e fazendo reflexões em fatores influenciadores e escolhas. O que no final fica explícito é que foi um tipo de banditismo, mas que não foi único e nem com identidade cultural exclusiva. É mencionado também ocorrências parecidas em outras nações (México, Espanha e Portugal).

Uma parte muito curiosa do livro é o acervo fotográfico. Tem mais de 50 fotografias em papel diferenciado. Aquela questão de expressões culturais se evidencia como algo comum em grupos antagônicos. Vemos cangaceiros e volantes com disposições muito parecidas, inclusive no hábito de cortar a cabeça dos inimigos. Havia uma sinistra arte de retratá-las com organização. Quando não era apenas a cabeça mostrada, o corpo era todo arrumado para posar nas fotos o mais naturalmente possível..

Não gostei apenas da apresentação acadêmica. Livros assim, principalmente quando volumosos, tendem a ficar chatos. Mas essa apresentação foi algo que o autor fez questão de privilegiar, como obra entre as pioneiras nesse estudo antropológico.
Achei também que o autor levantou, ainda que com pouca ênfase, uma questão que acabou não trabalhando, Em determinado momento fala que os bandos tradicionalmente e historicamente só tinham homens, sugerindo que pudesse haver homossexualidade (não acredito nisso) e isso mudou em Lampião (que aceitou mulheres no grupo). O ponto que ficou solto é que dá a entender em determinado momento que o famoso cangaceiro podia ser afeminado (pela moda que virou clichê, seu excesso de vaidade e que teria aparecido costurando em uma filmagem). Ficou vago, por que o autor citou mas não desenvolveu argumentação. Isto é, de forma mais abrangente ele até responde, diluída no texto e não específica.

Foi o que essencialmente entendi. Bandidos por essa e aquela razão, que acabaram freados na história por aquela e mais outra razão.
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