Sudário

Sudário John Banville




Resenhas - Sudário


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ElisaCazorla 29/06/2015

Expectativas frustradas!
Enfim, Sudário foi lançado. Estou esperando este livro sair desde Eclipse para poder continuar a trilogia que acaba com Luz Antiga. Já li Eclipse e gostei muito. Claro, que o melhor de Banville é O Mar, mas Os Infinitos também é muito bom!

Terminei o livro com a sensação de que nada foi explicado, nada foi resolvido, as relações não foram discutidas. O autor se demora demais em personagens que não são importantes. Apresenta problemas que não são resolvidos e nem ao menos discutidos em todo o livro. Levanta questões importantes que não são retomadas, mas se demora sobre a doença de uma personagem secundária. Fala quase nada sobre a personagem principal e se perde em bobagens inúteis. Péssimo.

O autor começa uma discussão interessante sobre identidade e descobrir seu próprio eu ou misturar-se nos outros eus e não retoma mais a essa discussão até o final.

Na minha opinião, este é o pior livro dele que já li. Um fracasso. Uma desordem. Terminei com a impressão de que o autor jogava algumas frases desconexas nos momentos de tempo livre enquanto escrevia esse livro. Dei duas estrelas devido àqueles momentos interessantes e raros neste livro.
Daniel 20/10/2015minha estante
Eu também me decepcionei com este livro....
Se alguém quiser ler alguma coisa deste autor, melhor escolher O Mar ou Luz Antiga, estes sim excelentes


ElisaCazorla 25/10/2015minha estante
Concordo com você, Daniel. Eu também gostei muito de Os Infinitos, foi o primeiro que li dele. Mas, você está certo sobre O Mar! É melhor começar por ele =]


Estêvão 16/01/2016minha estante
Ganhei esse de presente. Sei que é uma trilogia e tal, mas é uma trilogia em que os livros são independentes ou preciso ler o anterior para entender esse?


ElisaCazorla 25/01/2016minha estante
Olá, Estêvão. Você pode ler independentemente dos outros livros.


Paulo Sousa 29/04/2022minha estante
terminei ontem. não é bom, não é ruim???????




Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Quem É Axel Vander?
Em Eclipse, primeiro volume de sua última trilogia, John Banville propôs uma história de fantasmas atípica, a medida que "os espectros que vagueiam pela narrativa não são emanações do passado, mas projeções do futuro". Nele, Alex Cleave, um ator fracassado, apresenta sua filha problemática, Cass, que acaba cometendo suicídio sem deixar maiores explicações.

No segundo volume, "Sudário", a figura da jovem ressurge. Dessa vez, sob a perspectiva de um outro homem, Axel Vander, um acadêmico judeu que assumiu a identidade de um amigo e fugiu da Bélgica para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra. Esse fato foi claramente inspirado em dois escândalos ocorridos na década de oitenta: a descoberta póstuma de textos anti-semitas escritos pelo crítico literário Paul de Man e o assassinato de Hélène Legotien pelo marido, o filósofo Louis Althusser.

Cass é uma pesquisadora literária que acaba de descobrir que Vander não passa de uma farsa e combina encontrá-lo em Turim durante uma conferência sobre Nieztche, para tratarem do assunto. Singularmente, nessa cidade também está guardado o Santo Sudário, um objeto de veneração cuja origem é contestada. A partir daí, Banville explora impecavelmente "os meandros da culpa, do engano e das aparências". Aliás, temas recorrentes na maioria de seus livros que primam pela escrita requintada e trabalhosa.

É inegável uma certa semelhança entre Alex Cleave e Axel Vander. Alex é um egocêntrico que no palco não consegue atuar, mas na vida não cansa de desempenhar o papel que considera mais apropriado, enquanto que Vander não passa de um ator que assumiu uma nova identidade e vem desempenhando esse papel há décadas. Cass não nega a atração pelo pai e é fácil compreender seu envolvimento com esse homem misterioso, que também é um velho rabugento e destituído de beleza, mas que consegue aprisioná-la numa rede de mentiras. Ao tentar justificar sua farsa, curiosamente, seu discurso segue na contramão de suas atitudes, no entanto, um quê de sinceridade vaza vez ou outra nas entrelinhas.

Com um desfecho magistral, Sudário é um romance investigativo e cabe ao leitor formular sua teoria sobre quem realmente é Axel Vander. Banville afirma ser uma de suas obras preferidas, "um livro cruel ou um filho monstruoso que ele estima, mas que horroriza as outras pessoas". Venha conhecê-lo...

?Ah, Axel?, disse, suavemente Kristina, ?só uma pessoa incapaz de amar pode ser tão abnegada no amor.?
Paulo Sousa 29/04/2022minha estante
nossa! melhor explicação sobre os dois primeiros da trilogia alex cleave impossível! acabei o livro 2, tinha lido o 1 e quase não lembrava as impressões daquela leitura. gostei de sudário e comecei hoje luz antiga. bora pra mais um!




Paulo Sousa 29/04/2022

Leituras de 2022

Sudário [2002]
Orig. Shroud
John Banville (??, 1945?)
Biblioteca Azul, 2015, 296p.
Trad. Cassio Arantes Leite
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?Raiva, raiva e medo, esses são os combustíveis que me movem, misturados em igual medida: raiva por não ser o que não sou, medo de descobrirem o que sou. Se um dia uma ou outra dessas forças se exaurir, o violento equilíbrio que me sustenta irá para o espaço e desmoronarei? (Posição Kindle 1058).
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Se em ?Eclipse?, John Banville, o autor do magistral ?O mar?, compôs uma narrativa triste (sempre, aliás), meio fantasmagórica de um ator decadente que, ao não saber mais atuar nos palcos, vive se escondendo na vida real sob a capa do personagem mais apropriado para a ocasião, em ?Sudário?, o volume dois dessa ?trilogia Alex Cleave? vai narrar a vida de um homem que assumiu a identidade de outra pessoa por décadas.
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Não sabemos exatamente quem está por trás de Axel Vander, o verdadeiro, morto há décadas, mas seguimos seus passos, sua trajetória como escritor, as muitas mulheres que seduziu e de quem acabou sendo odiado por muitas delas, um homem de certa forma arrogante, pedante, envolto e carcomido pelos fantasmas do seu passado inexplicado.
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Ele está confortável no papel que soube desempenhar por anos, até que Cassandra Cleave (será a mesma que aparece em Eclipse?), pesquisadora literária, junta os pontos e descobre o segredo por anos ignorado. Cass acaba se envolvendo com o falso Vander, muitos anos mais velho que ela, com quem vive um romance complexo, onde ambos têm de lidar sobre os meandros da culpa, do engano e da falsa aparência.
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Não por acaso o livro se chama Sudário, o incongruente e contestado manto que teria sido usado para cobrir o corpo morto de Jesus, para explorar a capa do Vander copiado. Ele vai revelando em camadas e cenas temporais circulares a multidão de equívocos, de escolhas erradas, quase sempre envoltas pelo desejo fescenino com o qual se nutre e, por fim, a descoberta do amor que sente por Cass. A derrocada trágica do volume é narrada com as últimas páginas, um verdadeiro exercício de boa literatura, que me agradou demais e que já me fez iniciar o terceiro volume, ?Luz antiga?. Vejamos.
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