bia prado 28/02/2015A verdade pode ser a pior torturaO Inquisidor - Mark Allen Smith
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Geiger trabalha com Obtenção de Informações. Ou em português claro, ele é um torturador profissional. Mas ao contrário de seu concorrente, raramente derrama sangue. Utilizando sua habilidade (e experiência) de saber quando alguém está mentindo e vários métodos psicológicos, Geiger leva suas vítimas a um ponto em que o medo supera a dor, extraindo a verdade até dos indivíduos mais relutantes.
Ele estabelece três regras: não trabalha com maiores de 72 anos, cardíacos nem crianças. Então quando seu sócio, o ex-jornalista Harry Boddicker, lhe traz um novo cliente que exige por circunstancias duvidosas que ele interrogue um menino de doze anos, sua resposta é “não”. Porém quando o cliente ameaça levar o menino para Dalton, um torturador sem regras, famoso por matar seus interrogados, Geiger, cujo passado é um mistério até para ele mesmo, é surpreendido por um sentimento estranho de proteção e se vê em uma sinuca de bico.
Sobre a história: Logo no prólogo vemos Geiger colocar seus dotes em prática, o que me deixou bastante intrigada e fisgada (e meio desconfortável também k). Nas cem primeiras páginas, ele vai nos explicando um pouco sobre como entrou nessa profissão, sua forma de trabalhar, como conheceu seu sócio etc, então, o fato que ocorre na sinopse é bem depois. Por isso alterei um pouco a sinopse original pois achei que continha spoilers (e não quero estragar a graça da historia).
O restante da narrativa se desenrola a partir desse cliente que Geiger sabe estar mentindo e junto de Harry, começam a investigar o motivo do cliente estar tão desesperado para descobrir o segredo guardado pelo garoto. Nisso, as paredes que o torturador construiu ao redor de seu passado começam a desmoronar, trazendo à tona seus demônios da infância.
Opinião: A d o r e i esse livro! Fazia um tempo que não lia thriller e esse com certeza superou minhas expectativas. Como disse anteriormente, desde o começo fiquei vidrada, mas quando conheci um pouco mais sobre sua complexidade, inteligência e o quão bem estruturado Geiger foi criado, ai sim que o livro me raptou.
Como Geiger é meu personagem favorito (apesar de ser frio e calculista rs), as partes que não eram contadas sobre seu posto de vista pelo narrador onisciente, me faziam “querer” pular pois estava mais interessada nele, o que talvez prejudicou minha leitura. Algo que não me agradou muito foi acompanhar os movimentos dos bandidos. Sendo assim, não houve surpresa quando estavam um passo a frente do protagonista.
Os personagens secundários são ótimos (principalmente Ezra [o menino]) e a leitura é bem dinâmica. Com uma escrita detalhada, o autor fez com que as cenas passassem como um filme na minha cabeça (até as cenas de tortura, então cuidado k).
A relação que Geiger e Ezra desenvolvem é muito linda, o garoto traz o lado bom de Geiger e eles passam a realmente se importar e proteger um ao outro.
Um thriller espetacular sobre um torturador profissional com um código estrito, um passado misterioso e a perigosa convicção de que ele pode salvar a vida de uma criança inocente. Recomendo!
Trechos:
"-Você está aí embaixo há algum tempo, e a mente é afetada quando o corpo não pode se mover por longos períodos. A escuridão e a claustrofobia afetam a percepção, a noção do tempo e de si mesmo. Isso tudo cria um ambiente no qual as fronteiras emocionais se tornam vagas. A dor fica em segundo plano em relação ao medo. A esperança se extingue, o desespero torna-se um companheiro. Quando isso acontece, você começa a ver quem realmente é... As profundezas e os limites de sua força." (Geiger em uma sessão)
"No fim, havia mentiras e a verdade, e o espaço entre ambas poderia ser tão tênue que não havia lugar para integridade e convicção."
"Se vc faz o q quer da vida e não engana si próprio em relação às escolhas q faz, enato nap há arrependimentos, e um homem sem arrependimentos n tem medo de nada."
"- Estou todo dolorido. posso tomar um pouco de Advil?
- Não tenho. - disse Geiger.
- Tylenol?
- Não. Não uso drogas.
- Drogas? Advil não é cocaina." (kkkkk)
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