Silvana Barbosa 10/03/2015Haakon , o horrível !Quando você gosta de um livro , não é muito difícil resenha-lo . Você faz um apanhado das coisas boas , elogia os protagonistas , enche a bola do autor e torce pra ter conseguido passar toda a alegria e emoção que sentiu enquanto lia .
Resenhar um livro que você detestou é ainda mais fácil . E bem divertido . É só meter o pau nos protagonistas , xingar um pouquinho a pessoa que criou as situações que te irritaram , reclamar do dinheiro e do tempo gasto inutilmente e pronto ! Você aproveita para lavar a alma...
Mas e quando você acha o livro sem-graça ?
Este é meu caso em relação ao livro do Haakon , o viking . A história prometia , mas não cumpriu . O protagonista conquistador se mostrou um personagem sem carisma , um líder que apesar de ter vivido na corte de Carlos Magno e na de seu povo , e ser aparentemente culto e inteligente , assim que pode se mostra mais bárbaro que Conan , o destruidor , e detona um mosteiro , destruindo e queimando livros e bíblias , depredando e roubando relíquias religiosas , matando monges . Eu gostaria de ter ficado com raiva do "mocinho" , mas depois achei que gastar minhas emoções com alguém tão insignificante era um desperdício . Então em vez de me irritar eu bocejei e comecei a ler o livro daquele jeito sem-vergonha , assim ... "dinâmico".
Tentei gostar da mocinha , mas logo desisti também . Mais aguada que sopa de chuchu ! A coisinha tosca se agarrou ao Haakon como se ele fosse sua tábua de salvação . Logo ele , o líder dos homens que destruiu o mosteiro onde ela estava , que culminou com a morte do tia dela , inclusive . As dúvidas dela , tão fracas quanto ela própria , me cansaram de vez . Quase fiquei feliz quando ele se mostrou cruel com ela .
Disse "quase" .
Nem o sofrimento , nem as reações de ambos os lados me agradaram .
E a reconciliação também não empolgou .
Torci para que a mocinha-mosca-morta acordasse no meio da noite e decidisse que o mocinho era um mala-malvado que não a merecia , gritasse com ele , o esfaqueasse até a morte , fugisse para a floresta e criasse uma legião de amazonas que desdenharia os homens e não dependesse deles para viver , encontrando com algum fazendeiro gostosão quando a "necessidade" falasse mais alto . E terminasse a história gritando "viva a liberdade" .
Mas não .
É um romance de banca . Então o que se espera é que o casal fique com aquela cara de idiota , a mocinha perdoando todas as ofensas e crueldades do "maridão" , trocando beijos , afagos e juras de amor . E com um bebê no colo . Ou pelo menos a caminho .
Ai , que tédio !