Elis C. 02/08/2015
A Rainha Normanda - Patricia Bracewell
A Rainha Normanda é o primeiro de uma série de três livros que contam a história de Emma da Normandia, uma jovem de 15 anos que se tornou rainha da Inglaterra no ano 1002 d.C.
Ainda adolescente, Emma é informada pela mãe e pelo irmão Richard II – conde da Normandia - que ela se casará com Æthelred II, rei da Inglaterra, viúvo e pai de vários filhos. O casamento é arranjado no intuito de manter a Inglaterra longe do ataque dos dinamarqueses, que poderiam invadir o país através da Normandia, ou seja, seu noivado é estabelecido em troca de favores políticos. Sem poder de escolha, a jovem faz as malas para conhecer o seu noivo e a nova vida que lhe foi destinada.
Æthelred II é um rei ressentido por suas escolhas e assombrado pelos fantasmas de seu passado. Portanto, desconfia de todos, incluindo os filhos, e claro, Emma. Se não bastasse as suspeitas de seu marido, a jovem normanda precisa lidar com a inveja de Elgiva – filha do conde da Nortúmbria –, uma nobre bonita e disposta a tudo para seduzir o rei e tornar-se rainha.
A trama se desenvolve em meio a guerra entre a Inglaterra e a Dinamarca. O lado dinamarquês é liderado por Swein, o rei que busca vingança pelas mortes de seus compatriotas, que perderam a vida à mando de Æthelred II. E é neste cenário de tensão e austeridade, que Emma se apaixona, não pelo rei, mas por um jovem sincero e decidido, que pode ser a sua ruína.
Cercada por enteados ressentidos pela sua presença, pelas desconfianças do rei e de pessoas que almejam sua coroa, Emma precisa ainda engravidar de Æthelred para manter-se segura, lidar com as perdas pela guerra e reprimir um amor, para o bem de uma nação.
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A Rainha Normanda é um livro baseado em crônicas anglo-saxônicas. Patricia Bracewell fez uma pesquisa notória e conseguiu mesclar fatos históricos - registrados nas crônicas - com sua imaginação.
A autora descreve com maestria as personalidades dos protagonistas, fazendo-nos compreender as angústias e temores de cada um deles. Além disso, Patricia destaca o papel da mulher na época da trama, vista como mercadoria de troca, seja por razões financeiras ou políticas, destacando o papel secundário do amor.
Emma é uma personagem cativante e determinada, que mantém-se focada no que acredita. Forte e esperta, nos faz torcer por seu final feliz, embora ele, em um período de guerra, possa ser simplesmente, um acordo de paz e não o encontro do verdadeiro amor.
Aguardo ansiosa o lançamento do segundo livro, pois tenho certeza que ainda haverá muitos acontecimentos marcantes nesta corte medieval.
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