A Morte de D. J. Em Paris

A Morte de D. J. Em Paris Roberto Drummond




Resenhas - A Morte de D. J. Em Paris


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Ariane 17/02/2012

O que é a realidade?
Tive a oportunidade de conhecer Roberto Drummond através do conto que dá nome ao livro "A Morte de D.J em Paris". O conto me causou uma impressão tão grande que pensei que eu não poderia ficar sem conhecer mais obras do autor. Sendo assim, cheguei até este livro de contos porque minha intenção era descobrir se A Morte de D.J em Paris era uma obra-prima isolada ou se os demais contos traziam a mesma poesia, o mesmo devaneio, a realidade transfigurada pelo surreal. Devo confessar, desta meneira que os demais contos me encantaram igualmente, fiquei profundamente interessada em conhecer mais e mais sobre o autor.

O que chamou minha intenção de cara foi a forma como ele se utiliza do consumismo para caracterizar personagens. É como encontrarmos citações sobre: creme dental Kollynos, calça Lee, a garrafa de Coca Cola, camiseta Adidas. Paralelo a este uso capitalista, é recorrente em seus contos a comparação exercida entre seus personagens com atores Hollywoodianos como: Ava Gardner, Alain Delon, Robert Redford, Betty Grable. Tudo isso nós faz considerar o poder da massificação, da força do capitalismo na vida em sociedade.

Mas é claro que o grande atrativo de suas histórias fica por conta de seus personagens tão exóticos, mas inesquecíveis. Eles trazem em si a marca indelével das criaturas marcadas pela dor de existir, mas que ao mesmo tempo trazem em si a felicidade cósmica, mesmo que seja através da fuga da realidade e são estes, no meu ver, seus contos mais belos.

Por isso dou destaque para as alucinações de Dôia que jura ter visto Cristo sendo crucificado, Batman que sofria com sua concha familiar sendo desmantelada e finalmente D.J, que ao meu ver, é um dos personagens mais encantadores da nossa literatura.

Como nome do livro se chama a MOrte de D.J em Paris e este é meu conto preferido, não só do livro, mas digo até mesmo de todos os contos que já li até hoje... resolvi abrir um pequeno parênteses para tentar explicar um pouco quem era este D.J ( D.J é um professor que vive anos abaixando a cabeça para o sistema, até que um dia ele resolve se trancar no sótão de sua casa e transforma o lugar em sua Paris imaginária, onde ele realiza o grande sonho de encontrar sua Femme blue (mulher azul), dali ele começa a enviar cartas supostamente subversivas a seus amigos, com a ajuda de sua irmã que por vezes assume o papel da católica fervorosa Maria Mariana e por vezes se transforma na linda, alegre e sensual jovem Marimá. Com o passar do tempo, mergulhamos no mundo de D.J e por vezes nos fica difícil compreender o que é real, o que é sonho, o que é alucinação. O conto começa com D.J supostamente morto e sendo julgado, mas não sabemos ao certo qual seria seu crime. Seriam suas cartas que traziam em si uma metáfora à vida e libertação do sistema?)

Enfim, o livro reúne contos magnificamente trabalhados poeticamente. Viajamos no tempo com suas histórias, que nos mostram um perfil da década de 1970, mas, ao mesmo tempo, são histórias atemporais, pois mergulham fundo no psicológico das personagens e, assim sendo, caminham sobre um fio de náilon entre o real e surreal.
Ans 22/02/2012minha estante
Fiquei morrendo de vontade de ler. Já encomendei!


Ariane 25/02/2012minha estante
Espero que vc possa viajar para Paris como eu viajei com D.J rs


Beatrix.Oliveira 19/06/2023minha estante
A Morte de D.J em Paris também é um dos meus contos favoritos de todos os tempos, e também cheguei ao livro por ele! Começando a ler agora.




Ratinha de Biblioteca 24/11/2020

Contos Experimentais
Livro de contos bem "alternativos".
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