Marcello 11/01/2017
Com apenas dois livros lidos dessa autora, acho que posso dizer que ela já se tornou a minha favorita dentre poucas...
Eu poderia ficar aqui escrevendo trechos e mais trechos, parágrafos inteiros, duas páginas completas desse livro pelo simples fato dele ter as melhores coisas escritas com palavras simples (outras difíceis, confesso). E como a autora quis deixar claro o amor dos personagens pelas palavras.
E como um amante das palavras esse livro realmente me tocou, assim como "Sal" o fez. Em alguns momentos eu até pensei que estava novamente naquela pequena ilha que "destruiu" a família Godoy e isso só fez me entristecer mais.
Sobre a edição do livro: alguns momentos eu tive dificuldade em ler algumas palavras pelo tom de azul das letras. Mas tirando isso é tudo muito bonito.
"Bem, a vida talvez seja apenas isso, um coração bombeando o sangue e nada mais, esse maravilhoso sistema funcional que é o corpo humano, isso e nada mais, e nós viemos inventando coisas pelos últimos três ou quatro mil anos, significados e continuações, poderes incorpóreos e eternidades de mil modos, brincando com o nada assim como os deuses brincam conosco." pg. 153
E novamente aqui temos muitos personagens (que me deixou confuso no começo) com muitas tragédias e choros - isso me fez ficar mais ligado ao livro, mas para alguns pode ser forçação de barra.
"Leon queria dizer: "Sinto que você esteja longe de mim", mas apenas falava: "Estou terminando o livro daquela indiana, é muito bom, é incrível." Laura queria responder: "A distância não é falta de amor", e apenas conseguia dizer: "Guarde o livro, vou lê-lo depois de você." Assim, quando não podiam estar juntos e unidos em carne e alma, faziam-no através dos livros." pg. 72