Rafael.Dardes 10/08/2021
Puro requinte
Apesar de o conhecimento contemporâneo ter milhares de razões e argumentos para desmentir as ideias apresentadas em Fédon, um dos elementos mais interessantes ao se ler uma obra com essa é observar o nível de requinte do pensamento sendo elaborado. O nível de profundidade e complexidade alcançado já há milhares de anos. Percorrer esses pensamentos em toda sua crueza é uma jornada realmente fascinante.
A obra relata os últimos momentos da vida de Sócrates, quando este está prestes a tomar veneno para morrer; resultado do veredito de seu julgamento pelos atenienses.
Sócrates, com discípulos em volta neste momento, exprime não o medo ou pesar esperados numa situação como essa, mas sim algum nível de anseio e principalmente de placidez em relação à ideia da morte.
O diálogo de Sócrates com seus discípulos permeia exatamente essa questão: a morte, a alma, a imortalidade e, é claro, o conhecimento.
Obra densa e fantástica.