Bia1542 13/02/2024
Chorei nas primeiras páginas
?Sr. Daniels? foi, pra mim, um daqueles livros que se destacam por várias coisas, menos pelo proposta inicial, que, nesse caso, é o romance. Não que o romance seja ruim, não é o caso, porém, no meio de tantos acontecimentos e relações tão marcantes, a história de Daniel e Ashlyn se tornou um a mais do que o foco de tudo.
Acompanhar as cartas da Gabby me tirou lágrimas antes mesmo de chegar nos 10% do livro, a relação de companheirismo da Ashlyn com seus novos irmãos e amigos, Ryan e Hailey, e, principalmente, os conflitos individuais dos dois, me trouxe alegria, conforto, indignação e muitas lágrimas. Temos ainda um pai que sabe ser pai de todos menos da sua filha, e que, agora, vai precisar aprender a ser pai com ela também. E ainda, uma mãe que enfrenta uma perda e não sabe lidar com ela.
E, no meio de todos esses conflitos que acontecem ao redor da Ashlyn, tem os do Daniel, que perdeu os pais e precisa lidar com seu irmão, que ele ama, mas que se apresenta como um problema em sua vida.
Foi difícil não se interessar mais pelos plots secundários, sendo todos eles tão maravilhosamente sensíveis e humanos.
Os plots secundários serem tão mais interessantes não é algo necessariamente ruim, já que esses plots são extremamente importantes para todo o desenvolvimento da Ashlyn e para formular sua concepção de mundo. O que é bom é o modo como a autora soube apresentar tudo isso.
Ademais, apesar de ter gostado do romance, preciso dizer que as vezes achei meloso demais e não aguentava mais tantas citações de Shakespeare. Tem um joguinho que eles inventaram que precisei respirar fundo quando eles fizeram.
Além disso, a Ashlyn é a típica adolescente ?diferente das outras meninas? (ela é leitora, e gosta de Shakespeare, chocados?), não chega a ser algo extremamente incômodo, pois a autora não usa isso para desmerecer as outras ou fazer a Ashlyn ser especial, é uma característica dela apenas. Porém, com tantas obras que trazem essa perspectiva de quebra de estereótipos, essa perspectiva acaba sendo, justamente, estereotipada e cansativa de se ver. Mas como disse, nada extremamente incômodo, o livro é ?antigo?, isso precisa ser levado em consideração também, esses tipos de características eram e, de certo modo, ainda são comuns.
Por fim, é um livro que apresenta todos os clichês de romance proibido entre professor e aluna, mas com um toque de drama que me conquistou completamente. É um livro que fala sobre perdão, perdas e autoconhecimento.
PS: Não torna o relacionamento deles um conto de fadas, mas a Ashlyn ser maior de idade me deixou 100% mais receptiva ao romance.