O gigante enterrado

O gigante enterrado Kazuo Ishiguro




Resenhas - O Gigante Enterrado


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João Pedro 25/04/2022

Sopa morna
Tentarei ser sucinto e direto para não desestimular a leitura de ninguém. “O gigante enterrado” é um romance de fantasia publicado em 2015, de autoria do escritor nipo-britânico Kazuo Ishiguro, vencedor do Prêmio Nobel de 2017. Dono de uma vasta produção literária, Kazuo tem como obras mais conhecidas os romances “Os vestígios do dia”, de 1989, e “Não me abandone jamais”, de 2005. O livro aqui resenhado foi lançado após um hiato de 10 anos no lançamento de romances pelo autor.

Esse livro estava há muito tempo na minha lista e já há um tempinho na minha estante. Quando comecei a ler mais, eu era um ávido leitor de literatura fantástica, e imagino que tenha sido por isso que eu desejei ler essa obra. E justamente por já ter lido muitos livros de fantasia, posso ter tido uma experiência negativa com a leitura. Kazuo Ishiguro não é um autor de ficção fantástica e isso é perceptível no decorrer do romance.

A trama aborda a história de um casal de idosos, Axl e Beatrice, que vivem em uma espécie de vilarejo subterrâneo – que me lembrou muito “O Hobbit”, de Tolkien –, em uma Grã-Bretanha situada num período longínquo, em que criaturas fantásticas coabitam com os seres humanos e o Rei Arthur repercute suas vitórias. Uma névoa misteriosa acomete a região, fazendo com que a memória de todos ali presentes seja por ela deturpada. O casal parte em busca de um filho cujo rosto não se lembram, e cujas razões pelas quais ele se foi também se mostram completamente cobertas pela névoa do esquecimento.

Apesar de conter alguns significados profundos e encobertos no enredo, foi uma experiência desagradável para mim, e que muito me custou para terminar. Foi como tomar uma sopa morna.
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Valter.Guedes 10/04/2022

Memória
Após a queda de Artur, uma comunidade de bretões vive em uma comunidade envolvida por uma névoa que os faz esquecer os locais visitados além de suas terras. Axl e Beatrice, os protagonistas são idosos, o que faz com que nos importemos com eles... quase como se fossem crianças e crianças a descobrirem um novo mundo, que é ao mesmo tempo o passado, mas o futuro deles também.

Em sua colina, eles são considerados um casal estúpido, proibido de acender mesmo uma vela. Nessa comunidade, não são feitas menções ao passado, mas Axl se preocupa com as pessoas que agora estão ausentes, mas que ele está convencido de ter conhecido. Essas invenções vêm de uma mente envelhecida e nebulosa? Sobras de sonhos? Uma memória que se confunde?

Kasuo Ishiguro nos empurra para uma jornada muito estranha e encantadora. Seu talento mágico como contador de histórias tenta nos perder nessa jornada com toques de lenda, história, superstições. Mas suspeitamos que todos os elementos, todos os encontros, toda essa jornada abrirão as portas para reflexões mais profundas.

A magia desse livro é rastrear esse gigante enterrado em cada um de nós nas brumas de nossa memória desde um rasgo muito antigo de uma lança ou espada. Um raro momento de pura comunhão ao longo dos séculos, o deslumbramento quando a névoa se dissipa antes de respirar a essência de que são feitos os homens. E eu, como um daqueles estranhos barqueiros, lhe fazendo a pergunta: "Amigo, você ousa esta travessia?"
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Cesar Garcia 19/03/2022

Uma obra sobre a vida
O casal que não se lembra de muitos detalhes da vida e saem em busca de seu filho, passando por percalços para tentar chegar até onde ele está.
Refletindo sobre a velhice, a vida, o esquecimento e o amor, é um livro sensível e cheio de fantasia.
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Lulys 06/03/2022

Fantasia e realidade
A narrativa é construída através de uma história de guerreiros e dragões, mas fala muito sobre a humanidade. Qual a importância de lembrarmos e de esquecermos? Lealdade, amor, amizade... tudo isso é tratado nesse livro
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Ana 01/03/2022

Ficção inglesa
Pra quem gosta de história com seres míticos, deve ser bom. Mas não fez o meu estilo, além de eu ter achado o enredo fraco.
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Yuri 24/02/2022

Quem é o Gigante que jaz enterrado?
O Gigante Enterrado é o sétimo livro de Kazuo Ishiguro - autor laureado com o Nobel de Literatura em 2017. Após um hiato na produção literária de 10 anos, o autor retorna com uma proposta inédita em sua obra: se aventurar no território ilimitado da fantasia. Mas será que se trata de pura e simples fantasia mesmo? Ou o elemento mágico presente na trama funciona mais como uma alegoria, atribuindo um tom de parábola à narrativa?

A trama é ambientada em uma Inglaterra pós-arthuriana, onde a magia é parte inerente da rotina dos habitantes. Fadas, trolls, ogros, dragões e outras criaturas míticas integram o cenário tal como árvores, rios, pedras, montes e precipícios. A terra é dividida entre comunidades de bretões e saxões, que estão numa aparente trégua das guerras passadas.

Há uma misteriosa névoa que assola a região. Responsável por um esquecimento generalizado, a névoa torna a memória dos indivíduos num labirinto: só se pode entrever o passado em pequenos fragmentos embotados, confundíveis com um sonho qualquer. Nesta condição de desmemoriados, encontramos nossos protagonistas, os mais improváveis em uma obra fantástica: um pacato casal de idosos, Axl e Beatrice.

Poucos sabemos da vida pregressa desse casal, tampouco eles próprios. Lembrando-se subitamente da existência de um filho perdido, eles decidem partir à sua procura. Nesse o momento, o leitor também parte nessa caminhada por terras bravias, sem saber qual destino nos aguarda, numa singela alegoria à própria vida (ou ao final dela?). Para se lembrar do filho, é preciso que a névoa do esquecimento acabe. No entanto, será que é mesmo uma boa ideia despertar memórias silenciadas? Qual é a real importância que as memórias (ou a falta delas) têm nas nossas vidas? Será que a verdade vai permanecer sendo verdade após a volta da memória? Quais cicatrizes o gigante que estava tão profundamente enterrado irá suscitar quando se reerguer?

O Gigante Enterrado é um livro denso. Engana-se quem se contenta apenas com a superfície. O romance é repleto de camadas, metáforas e espelhos. A magia está presente tão somente para ilustrar e tornar mais fácil as discussões sobre a natureza humana e, sobretudo, sobre as relações humanas. A jornada do herói aqui não é necessariamente a superação de um obstáculo hercúleo, afinal aqui a jornada já se inicia perdida, frustrada, é o final da vida. Antes a caminhada se faz dentro dos personagens, totalmente intimista, é o olhar para dentro, da névoa interior, em busca de uma resposta urgente agora que falta tão pouco tempo para o fim da linha.

A memória e a morte talvez sejam os maiores temas aqui, não obstante o livro não se esgota e consegue abranger diversos outros temas: amor, velhice, hipocrisia, guerras, xenofobia, intolerância religiosa e cultural. Todos esses elementos alinhados e conduzidos por uma escrita lenta, poética, melancólica e, principalmente, contemplativa. Não raro o leitor vai se perceber preenchido por uma nostalgia nada bem definida, como uma “névoa”.

Gostei muito do livro e recomendo. Não é uma leitura que vá agradar a todos, especialmente àqueles leitores mais costumeiros de fantasia que possam adentrar esta obra já com certas expectativas. No entanto, vale a pena se debruçar sobre esse quebra-cabeça incrível que o autor criou e perceber suas próprias memórias encaixando-se uma às outras, paulatinamente formando um fio narrativo.
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Ellie 18/02/2022

O Gigante Enterrado foi um pouco lento em algumas partes, tive umas surpresas boas no enredo mas o final ... O final me quebrou, vi uma resenha abaixo que descreveu o final como "de uma tristeza e uma beleza incrível" e só consigo pensar nessa descrição, e como essa outra leitora, vou guardar esse livro em um local de muito carinho.
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_napaulices 07/02/2022

Chocada, mas não surpresa
Antes de começar a leitura, imaginei que seria uma história tipo Hobbit e também A Viagem de Chihiro (essa última por conta do nome do escritor desconhecido por mim hehe). Mas me enganei e me deparei com uma história medieval fantasiosa com um casal de idosos como personagens principais. Achei inovador.

Logo nas primeiras páginas, achei uma leitura melancólica, mas já imaginava que Axl e Beatrice viveriam uma aventura no fim da vida e eu queria ver isso! Senti um carinho pelo casal, que me fez lembrar meus avós, porém não consegui desenvolver empatia pelo menino Edwin, o guerreiro Wistan e nem pelo cavaleiro Gawain. Isso porque todos apresentam personalidade de guerreiro. O que tenho um pouco de preguiça.

A primeira menção à ilha, me fez acreditar que estava se referindo à morte e estava certa. Fiquei agoniada de ver aqueles dois idosos fazendo esforços, principalmente a Beatrice que já estava doentinha. Todo o papo com o barqueiro muda de sentido quando leio as últimas linhas.

Me surpreendi por conseguir me adaptar bem a uma leitura não linear e apesar de melancólica do começo ao fim, não foi uma leitura difícil, pois as páginas se desenrolaram rapidamente. Não fiquei travada em nenhum momento. Então, sucesso.
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Victoria.Olzany 05/02/2022

Confesso que, durante a maior parte da leitura, a trama não me agradou, não me prendeu (talvez pela minha pessoal falta de afinidade com o estilo do livro). Então, no geral, me foi uma leitura um tanto penosa.
Porém, o final é de uma tristeza e de uma beleza incríveis, que me pegaram desprevenida. Por isso, no final das contas, ficou um carinho singelo por esse livro.
Ellie 18/02/2022minha estante
Eu estava tentando achar as palavras pra descrever o que aconteceu nesse livro e o seu comentário resumiu tudo, perfeito




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Vinicius 05/02/2022

Não esperava e por isso achei tão bom.
"O gigante enterrado" é tudo que eu não esperava. Ele é surpreendente. E diria que, no início, ele surpreende de uma forma negativa. A narrativa é gostosa, mas você não se cativa por qualquer personagem, todos eles parecem comuns e há sempre aquela imagem de que já os vi em algum lugar (em alguma outra história).
A fantasia está ali, há dragões, ogros, magias, mas nada disso é central na obra, o autor explora isso de forma muito superficial. O foco do livro é a mensagem e nisso ele surpreende muito e de forma extremamente positiva.
Ishiguro mostra como as relações de amor, vingança, ódio e amizade estão ligadas a memória. Memória de coisas que aconteceram entre você e a pessoa amada e memórias que foram implantadas em você por seu antepassados. Os bretões e saxões no livro são tribos que convivem em harmonia, mas ela pode ser desfeita se lembrarem do que já se passou entre eles. O que você sente em relação a uma pessoa que gosta pode mudar, se você simplesmente se fixar em uma memória ruim e há sempre memórias ruins (a não ser que as esqueça com magia).
Foi isso que extraí da leitura. Para o perdão verdadeiro, além de desculpar, preciso esquecer. Enterrar a mágoa, como o gigante enterrado.
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Livia 31/01/2022

Comovente
Estilo que lembra muito Tolkien, misturando a fábula do Rei Arthur e fantasias medievais.

Entretanto, o livro é uma história sobre dois dos temas mais caros aos seres humanos: o amor e o esquecimento. Será que o amor se fortalece os momentos ruins são apagados de nossas cabeças? E quando tiramos os bons, como fica?

Cheio de lirismo, metáforas e uma escrita sensacional, é um livro marcante e que toca fundo nossas almas. Está com certeza entre os melhores que já li.

Mas fica o aviso: entre de cabeça no mundo do autor. A história não é linear, exige atenção e, acima de tudo, entender que a beleza está justamente nas metáforas e não apenas na superfície dos fatos.

Boa leitura!
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aninha 30/01/2022

não sei o que dizer
as primeiras 300 páginas desse livro deixaram muito a desejar, não foi possível formar uma conexão significativa o suficiente com nenhum dos personagens para me importar com o que acontecia com nenhum deles, mesmo tendo entendido até bem o propósito deles e o que eles tinham que conseguir, tanto no contexto do livro como quanto personagens.

a ambientação é interessante, dá a impressão de que é familiar, de que você já leu sobre esse lugar em outras histórias, mas falta alguma coisa para dizer com certeza se é mesmo um ambiente conhecido.

o livro lê como o prelúdio de uma história maior, e você passa ele todo esperando que aconteça alguma coisa significativa e que vá dar sentido à construção dos personagens e o que eles estão fazendo ali, mas isso não acontece, e o que é feito como o clímax do livro, é executado de forma meio decepcionante.

as últimas 100 páginas, no entanto, leem como um livro diferente. o casal de protagonistas me lembra meus avós, e as decisões que eles fazem no final da obra evocam uma melancolia em todos os que leem, tenho certeza. seu encontro com o barqueiro no fim dá todo um sentido a história, e acho que foi um final digno para os dois, depois que a névoa é levantada. gosto de acreditar que eles encontraram paz no fim de tudo.
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Mateus Braga 28/01/2022

Fantasia medieval com idosos
Uma leitura diferente para os que estão acostumados com histórias de fantasia medieval, o que pode ser algo bom e/ou ruim.

Para mim foi uma experiência mediana. Por vezes a leitura é lenta e repetitiva, o que entendo perfeitamente ter sido intencional, por abordar personagens já na terceira idade.

Ao mesmo tempo, é uma perspectiva nova, que traz sentimentos também novos para nós que já "julgamos" ter visto de tudo.

Talvez seja interessante destacar também que está foi minha primeira leitura com o autor.

Outras observações interessantes, que podem ajudar a decidirem por uma possível leitura, é que o livro não faz parte de nenhuma série, apesar de abordar personagens da lenda arthuriana (que pelo que entendi, pois não sou conhecedor das histórias de rei Arthur, se passa bem depois dos tempos de seu reinado).
_napaulices 01/02/2022minha estante
Amei o título hahaha


Mateus Braga 01/02/2022minha estante
^^
kkkkkkkk




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