A grande fome

A grande fome John Fante




Resenhas - A Grande Fome


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Júlia Cavagnolli 13/07/2021

Meu primeiro contato com Fante não decepcionou
Esta antologia é um verdadeiro deleite! Como venho de uma família italiana, foi muito divertido (e às vezes surpreendente) perceber a familiaridade de algumas situações. Alguns contos fazem você morrer de rir enquanto outros deixam um gostinho amargo na boca. É impressionante como John Fante consegue transformar situações cotidianas em histórias que fazem você ansiar pela próxima página. Uma grata surpresa.
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Zeka.Sixx 06/04/2021

Uma antologia para nos fazer lembrar o GRANDE escritor que Fante foi
Esta antologia, publicada de maneira póstuma em 2000, reúne dezoito contos escritos por John Fante. Alguns haviam sido publicados em revistas nas décadas de 30, 40 e 50, e outros são inéditos, encontrados nos arquivos do autor por seu biógrafo, Stephen Cooper.

Talvez porque Fante não fosse tão prolífico como um Bukowski, por exemplo - a maioria das pessoas o conhece apenas pelo quarteto de romances envolvendo o personagem Arturo Bandini -, é que este livro possui o sabor especial de nos fazer recordar o quão FODA Fante era como escritor. Não há nenhum conto "regular' aqui: todos partem do "muito bom" para cima, e a maioria é simplesmente excelente!

Alguns contos inclusive resgatam, implícita ou explicitamente, o consagrado personagem Bandini. Praticamente todas as histórias do livro tratam do tema que foi a verdadeira obsessão de Fante: narrar a saga e as agruras dos imigrantes italianos na América. Mas não apenas os italianos: Fante sabia como ninguém descrever o sentimento de não pertencimento e de deslocamento inerentes aos imigrantes pobres, como provado em dois ótimos contos narrados sob o ponto de vista de um imigrante filipino.

Meus destaques especiais vão para os contos "As suaves vozes silentes", "Bote na conta" (este acabou aprimorado e posteriormente transformado em um capítulo do romance de estreia de Fante, "Espere a Primavera, Bandini"), "O criminoso", "O caso do escritor assombrado" e o sensacional "O Sonho de Mama", além de "Prólogo para Pergunte ao Pó", que na verdade é mais um resumo do romance mais famoso de Fante do que um prólogo, mas ainda assim uma interessantíssima leitura sobre o que pensava o próprio autor de sua "magnum opus".

Se você curte John Fante, vá correndo ler este livro!
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Ju 03/10/2021

O início de Arturo Bandini
A grande fome é uma reunião de alguns contos de John Fante, a maioria parece ser o início do que viria a ser Arturo Bandini, personagem principal de boa parte das obras do autor.
Os contos também parecem carregar um pouco do que foi a infância de Fante, do que ele viveu e presenciou.
Confesso que não li muitas de suas obras, mas mesmo assim esses pequenos detalhes são perceptíveis e tornam as histórias mais pessoais e reais.
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 24/04/2016

O outro lado do sonho americano
Considerado por muitos como um precursor da geração beat e admirado por ninguém menos que Charles Bukowski, John Fante retorna postumamente pelas mãos de Stephen Cooper, biógrafo do autor, neste volume de capa lilás e curiosa.

Oficialmente o último livro de John Fante, A Grande Fome traz dezoito contos do autor ítalo-americano escritos entre 1932 e 1959, anteriormente publicados em revistas, alguns inéditos e também fragmentos de romances abandonados.

Arturo Bandini alter ego de Fante e protagonista de quatro de seus romances, conhecidos como A Saga de Arturo Bandini tem momentos da infância e da juventude retratados aqui. Nos contos, Fante também coloca a comunidade italiana e as dificuldades enfrentadas nos Estados Unidos da primeira metade do século 20, elementos que são parte do universo do personagem e do próprio autor, descendente de italianos.

John Fante vai direto ao ponto, sem muitas voltas nem rebusques, e passa por temáticas que vão desde a vida em família desentendimentos e fofocas, pequenos escândalos, transtornos financeiros , até o ofício de escritor, a juventude e a candidez da infância, passando pelo amor.

Aliás, não só passa, mas se detém no amor por bons momentos. O sentimento aqui é sofrido, impossível e fadado ao fracasso; os amores proibidos são frequentes, e o motivo da impossibilidade reside nas diferenças étnicas ou financeiras. Mas há também o amor platônico, e um amor temperadíssimo de ciúme, bem no estilo tapas e beijos.

E, falando de amor, não tem como não mencionar o "Prólogo para Pergunte ao Pó", presente entre os contos do livro. O amor louco e não correspondido entre Arturo Bandini e Camilla Lopez é contado de forma breve algo como um resumão do livro Pergunte ao Pó e ainda intensa. O conto promete fazer pulular a curiosidade de quem ainda não leu o romance mais conhecido de Fante, ou reavivar a memória e fazer quem já leu se apaixonar uma vez mais!

Esses amores e essas famílias não enfrentam obstáculos à toa. São as minorias que John Fante retrata em suas histórias, são suas misérias que ele narra, revelando um outro lado do sonho americano. Seus protagonistas são pobres, inseguros, desajeitados e, geralmente, sem muito traquejo com as mulheres; estas são apresentadas como interesseiras, adúlteras, a ruína dos homens apesar de não possuírem sua ligeireza e inteligência. Não me atirem pedras: o livro mostra mesmo esse lado sexista e preconceituoso reflexo da sociedade da época, cujos rastros vemos até hoje.

Apesar de todos os reveses, Fante ainda consegue guardar algo de humor e leveza, tornando A Grande Fome uma leitura profunda sem deixar de ser deliciosa. Mas, além de dizer que se trata de um livro essencial para os fãs e também para os curiosos, faço questão de deixar o meu muito obrigada a Stephen Cooper, que foi o responsável por organizar a antologia e trazer ao leitor todas essas pequenas obras-primas de John Fante reunidas num único volume. Well done!

LEIA PORQUE...
Fala de sentimentos, dá voz às minorias, e é uma antologia inédita desse cara que precedeu a geração da contracultura norte-americana. Também recomendaria para quem quer ler John Fante e não sabe por onde começar se bem que todo mundo (e me incluo aí) acaba começando por Pergunte ao Pó, o que também é uma boa.

DA EXPERIÊNCIA...
John Fante, seu lindo, quero ler todos os seus livros!

FEZ PENSAR EM...
Hemingway, pela prosa direta, sem rodeios. Aliás, lembrei que ambos, Hemingway e Fante, influenciaram a literatura de Bukowski.

site: http://livrolab.blogspot.com
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jota 07/08/2018

Com fome de mais Fante...
A Grande Fome é o livro de contos de John Fante (1909-1983) que o biógrafo Stephen Cooper organizou a partir de material inédito encontrado na casa do autor de Pergunte ao Pó e outras obras bastante conhecidas. Foi lançado nos EUA em 2000 e traz dezoito textos: dezessete são histórias escritas entre 1932 e 1959 e há também um prólogo que Fante escreveu para seu livro mais conhecido, esse mencionado acima. O volume traz prefácio do próprio Cooper e ao final, Notas do Editor, muito úteis, pois trazem informações básicas sobre as histórias do livro, estabelecem datas de publicação etc.

Quase todos os contos de Fante contêm tintas autobiográficas; alguns tratam de sua infância e juventude, daí que temos novamente o inesquecível Arturo Bandini, alter ego do escritor, personagem de sua tetralogia informal, composta por (ordem em que os volumes deveriam ser lidos) Espere a Primavera, Bandini (Arturo aos 11-12 anos), O Caminho de Los Angeles (aos 14 anos), Pergunte ao Pó (aos 21 anos) e Sonhos de Bunker Hill (aos 24-25 anos), todos grandes êxitos literários. Em sua maioria as histórias iniciais de A Grande Fome formam retratos de uma família de imigrantes italianos, elaborados a partir de uma visão juvenil (ponto de vista de Arturo), e são bem humoradas, como a maioria dos contos.

A comunidade estrangeira, as famílias, os tipos característicos, estão quase sempre no centro das tramas, mesmo quando não são de origem italiana, mas filipina ou japonesa, como no caso da curiosa Mary Osaka, Eu te Amo (décimo segundo texto). Em outro conto, Viagem de Ônibus (décimo primeiro texto), também encontramos um personagem filipino, mas são majoritariamente os imigrantes italianos e seus descendentes americanos que dominam a cena. Mesmo vivendo na América, os mais velhos preservam muitos hábitos (especialmente alimentares, logicamente) e costumes do país europeu, então temos casos interessantes ocorridos não apenas com os Bandini, também com outras famílias.

Destacam-se três histórias assim: Uma Mulher do Mal, Os Sonhos de Mama e Os Pecados da Mãe. No primeiro (sexto, na edição), o músico Mingo, tio do narrador, é pressionado nada sutilmente pelos parentes para que desista de se casar com uma mulher que eles julgam estar envolvida com um bordel (além disso ela é americana, um pecado!). Em Os Sonhos de Mama (décimo quinto texto), uma tragicomédia, uma mãe recebe um telegrama e, sem abri-lo, pois imagina o pior contido nele, causa uma grande confusão em sua família, que pode levar o leitor do riso às lágrimas. Os Pecados da Mãe (décimo sexto texto) conta a história de outra mãe, siciliana, que não quer que a filha se case com um italiano pobre, para não passar as vicissitudes que ela passou com o noivo alfaiate quando chegou na América para se casar com ele e mesmo depois, já casada.

Tudo é narrado de modo saboroso, curioso, divertido ou até dramático às vezes, e prende intensamente a atenção do leitor, mais ainda daquele que tem ascendência italiana, que seguramente vai se divertir bastante (ou se emocionar) com todos os casos contados por Fante. Não há nenhuma história ruim em A Grande Fome: há algumas melhores do que outras, e a que dá título à coletânea (décimo sétimo texto) é simplesmente sensacional, uma pequena obra-prima sobre a infância, em que os personagens, conforme cita o biógrafo Cooper, parecem ter sido baseados nos próprios filhos pequenos do escritor. A bela capa da edição brasileira (do designer Leonardo Iaccarino) tem tudo a ver com o que lemos lá dentro. Outro conto (quarto texto) que tem a ver com grande fome, mas que não tem nada de engraçado, pelo contrário é amargo e triste, é Bote na Conta, que remete diretamente para a infância nem sempre feliz de Arturo Bandini, quer dizer, do próprio escritor.

É desnecessário listar as inúmeras qualidades da escrita de Fante. Basta dizer que essa coletânea é aquele tipo de livro que mostra que um grande autor não precisa necessariamente escrever obras volumosas, verdadeiros calhamaços, para provar que é bom naquilo que entrega para seu público. John Fante escreveu contos e pouco mais do que meia-dúzia de livros curtos e seu enorme talento narrativo fez com que tivesse o nome para sempre gravado nas letras americanas e fosse admirado por muitos leitores mundo afora. Mas seu caminho para a glória literária não foi fácil e ele demonstra isso através de algumas das histórias deste precioso volume.

Lido entre 31.07 e 06.08.2018.
Aline 07/08/2018minha estante
Meu desejado há tempos, mas difícil de achar. Pela sua resenha, acredito que seja parecido com "O Vinho da Juventude".


jota 07/08/2018minha estante
Não li O Vinho da Juventude ainda, mas sendo do John Fante certamente vou apreciar.




Guilherme 27/02/2022

Uma boa introdução ao autor. Gostei em especial dos contos: Prólogo para Pergunte ao Pó, Os Pecados Da Mãe, Bote na Conta e A primeira vez que vi Paris.
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Luiza.Thereza 05/02/2016

A Grande Fome
Na resenha de Espere a primavera, Bandini ei disse que estava animada para o livros de contos de John Fante. Pois bem, não me decepcionei com a leitura. Nem um pouco alias. Organizados por Stephen Cooper após a morte do autor, este livro mostra diferentes momentos da carreira literária de Fante.

Dos dezoito contos, ao menos três retomem Arturo Bandini, protagonista de Espere a primavera, Bandini. Um deles, eu reconheci meio que de imediato como um dos capítulos do livro, ou, ao menos, um esboço do que se tornaria um capítulo do livro. Outro conto protagonizado por Bandini nada mais é do que o prólogo completo do livro Pergunte ao Pó, livro publicado pela primeira vez em 1939.

De uma maneira geral, os contos de Fante misturam a história e a realidade do escritor com a ficção de suas histórias. Um nome trocado de uma personagem de sua vida ou o irmão de um personagem com um nome parecido com o do irmão do escritor, John Fante conseguiu fazer muito bem essa mistura de ficção e não-ficção.

Outro contexto comum nos contos é o personagem imigrante, ou filho de imigrantes, perseguindo, ou vivendo o uma face bem frustrante do tal "sonho americano".

Gostei dos contos porquê caíram muito bem com o jeito meio monótono da narrativa de Fante, e também porquê pude ver o trabalho do autor com outros personagens (motivo que está fazendo os contos ganharem cada vez mais pontos comigo).

Para quem quiser conhecer um pouco da obra do autor, A Grande Fome é, acredito eu, um bom começo.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2016/02/a-grande-fome-john-fante.html
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