A Comédia Humana

A Comédia Humana Honoré de Balzac




Resenhas - A Comédia Humana - Volume 9


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Gláucia 03/12/2017

A Comédia Humana - Vol. 9 - Honoré de Balzac
Esse volume reúne cinco títulos que fazem parte de Estudos de Costumes - Cenas da Vida Parisiense:
1) Esplendores e Misérias das Cortesãs
2) Os Segredos da Princesa de Cadignan
3) Facino Cane
4) Sarrasine
5) Pedro (Pierre) Grassou

E pelo visto a biblioteca azul abandonou seus leitores e não deve terminar a reedição dos outros volumes. Amor eterno às bibliotecas que não são azuis
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Mario Miranda 03/04/2019

O Fechamento de uma Coletânea inconclusa
Apesar da desistência da Editora Globo em publicar o restante da coleção "A Comédia Humana", o 9º livro é um dos melhores dentre aqueles já publicados. É um dos poucos livros onde todas obras ali incluídas possuem um valor estupendo, sendo todos merecedores de uma dedicada leitura.

Esplendores e Misérias das Cortesãs (1847) é um fantástico fim para a história de Luciano de Rubempré, protagonista de Ilusões Perdidas (1843) e um dos personagens principais de O Pai Goriot (1834), tornando-se assim a trilogia das melhores obras de Balzac contidas em "A Comédia Humana". O ponto de partida da obra é o momento após o término de Ilusões Perdidas, momento icônico onde Rubempré decide suicidar-se atirando-se na água, sendo convencido a não realizar seu projeto pelo Abade Herrera, um forçado evadido das Galés.

Apesar do que sugere o título, a obra não se centra na cortesã, Esther Van Gobseck, mas em seu amante, Rubempré, e sua tentativa desesperada em largar sua pobre original e galgar uma posição de destaque na sociedade Parisiense. Para tal, conta com o apoio de Herrera - ou Vautrin - que articula diversos projetos visando o enriquecimento de Luciano. Utilizando do Corpo - e vida - de Esther, chantageiam uma das personalidades que personificam o Capitalista para Balzac - Barão de Nucingen - que se apaixona pela mulher. Deste estorquem dinheiro, com o pretexto de ser o recurso o necessário para um Barão manter uma amante na capital Francesa.

Com a morte de Esther, os planos de Luciano de realizar um casamento financeiramente positivo acabam-se, ao ser ele preso como um suspeito pela morte da Amante, junto com o seu mentor Abade Herrera. No presídio, Luciano não aguenta a humilhação do inquérito, e novamente opta pelo suicídio, desta vez bem sucedido. Abade Herrera se revela um dos mais hábeis e respeitados criminosos Franceses, e decide vingar-se da Sociedade - e daqueles que causaram a morte de Luciano - tornando-se parte do aparato repressor: torna-se o chefe da polícia local.

Apesar da obra não contar com a fama - e nem necessariamente com a espetacular qualidade das obras anteriores, O Pai Goriot e Ilusões Perdidas - conhecer ambas as obras sem ler o desfecho apresentado em Esplendores e Misérias das Cortesãs é deixar de concluir aquela que é a melhor trama narrada por Balzac.

Os Segredos da Princesa de Cadignan (1839), retoma o Escritor Daniel D´Arthez, um dos personagens de Ilusões Perdidas, amigo sincero de Luciano de Rubempré, e a Princesa que dá seu nome ao título. A obra utiliza-se de outro personagem de Ilusões Perdidas, Michel Chrestien, que apaixonado pela Princesa acaba falecendo durante a Revolução, salvando-a dos revoltados. O falecido, amigo próximo de D´Arthez, confessa seu amor pela Princesa a este, que acaba se apaixonando pela Princesa. Sendo uma das obras prediletas de Balzac, narra como a hipocrisia, as mentiras e intrigas da alta sociedade Parisiense são capazes de desviar mesmo os homens mais íntegros.

Facino Cane (1836) é uma rara - e talvez única - obra contida n'A Comédia Humana narrada em primeira pessoa onde o personagem principal é o próprio Balzac. O Conto de pouco mais do que 15 páginas tem um interesse especial quando consideramos que toda a estrutura narrativa de O Conde de Monte Cristo - especialmente o primeiro livro desta monumental obra - está resumida em tão diminuta obra Balzaquiana.

Facino Cane narra a história de um músico, a quem Balzac criou relações de amizade em seu início de carreira, com um Condottiere de Veneza que, após ficar preso por ter seduzido a esposa de um notável veneziano, este toma contato com uma suposta riqueza fenomenal no cárcere, realizando uma fuga fantástica e apoderando-se deste tesouro.

Sarrasine (1830) é uma obra fortemente influenciada pelos aspectos místicos e sombrios do Romantismo - notadamente por Byron, E.T.A. Hoffmann ou um Fausto, de Goethe - onde toda a curta narrativa possui um cenário de suspense, fúnebre. Narra a história da paixão de um escultor, Sarrasine, que apaixona-se por uma mulher que ele descobre, dias após, ser um Castrato, tendo sido o Escultor objeto de uma "brincadeira de mau gosto".

Pedro Grassou (1839) é uma narrativa onde Balzac expressa suas preocupações com a situação dos artistas e suas criações. Pedro Grassou é um pintor que tem dificuldade em ser aceito perante a comunidade artística parisiense, apesar de ter suas obras vendidas, sem o seu consentimento, como obras de outros grandes pintores. Balzac mesmo teve inúmeras dificuldades em sua carreira artística, desde o desdém de grandes críticos literários de sua época, até financeiras pela suposta baixa remuneração que ganhava com os seus livros - talvez fosse mais justo elucidar também os excessivos gastos do perdulário escritor -.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/
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