BiblioCaldas 22/01/2014História muito familiar, apesar de mexicana.Raras vezes aconteceram de um filme gerar um livro. Foi o que aconteceu com "Gol!", escrito por Robert Rigby.
Eu sempre fui apaixonado por futebol e já havia visto o filme (e sua continuação). Achei que o livro traria coisas a mais, o que é comum, mas ficou bem restrito à história do filme.
Conta a história de Santiago Muñez, um mexicano que, ainda menino, atravessou a fronteira com os EUA ilegalmente, junto ao pai, à avó e ao irmão mais novo. Em meio ao trabalho com o pai, como auxiliar de jardineiro, Muñez é o principal nome de um time amador, o Americanitos. Habilidoso, é descoberto por Glen Foy, ex-jogador do Newcastle United FC, da Inglaterra, de férias na casa da filha em Los Angeles. Ao ver a dedicação do mexicano, Foy tenta convencer a um famoso empresário a vê-lo jogando o próximo jogo, sem sucesso. Desanimado, Santiago ouve de Foy que, se este conseguisse chegar à Inglaterra, ele arrumaria um teste no Newcastle. Juntar dinheiro passou a ser a meta dele.
Quando estava perto de conseguir o dinheiro para a viagem, Muñez percebe que seu pai pegou o dinheiro guardado para comprar o próprio furgão de trabalho. Santiago desanimou e tentou novamente mas, dentro de uma semana, sua avó, Mercedes, deu-lhe suas economias para a realização do sonho. Santiago foi ao México e, de lá, à Inglaterra. Procurou por Glen, que não o esperava mas cumpriu com sua promessa mesmo assim.
Santiago faz os primeiros testes e não sai bem. O clube está brigando por uma vaga na Liga dos Campeões da Uefa (a maior da Europa), e acabara de contratar um jogador problemático, Gavin Harris, que não se saiu bem nos times anteriores. Mas Glen consegue convencer aos treinadores do clube a aumentar o período de experiência de Muñez.
Muñez consegue melhorar e se firmar no time B do clube e acaba fazendo amizade com Harris e se complicando por isso. Harris livra a barra de Santiago, que, devido a essa interferência, não é mandado embora do clube.
Enquanto o time principal tem muitos dos jogadores contundidos, o que desfalca o time B em alguns jogos, Santiago encontra mais oportunidades no time. E, em meio a problema encontrados, recebe uma chance para jogar no time de cima. Ainda que começando no banco de reservas, Muñez, com a camisa 30 às costas, entra e faz o gol da vitória do Newcastle, mantendo acesas a esperança da classificação. Nesse jogo em especial, seu pai, que sempre foi contra seu sonho, fica feliz e se emociona, após ver o jogo num bar americano repleto de torcedores do Newcastle.
Em meio ao sucesso, Santiago recebe a notícia da morte do pai às vesperas do jogo final, contra o Liverpool. É liberado pelo clube para viajar e acompanhar o enterro, mas desiste a caminho do aeroporto, pois lembrou de todo o esforço para chegar até aquele dia. Mesmo abalado, é escalado para o jogo. O final é emocionante, mas paro por aqui.
Gostei do livro por me lembrar de história (reais) de jogadores atuais e antigos, cujas histórias se parecem com a de Santiago. E, apesar de paracer "mais do mesmo" (ao menos para mim), o desenrolar é emocionante.
Como falei da história principal e deixei as secundárias para possíveis leitores, recomendo a leitura.