Recordações da Casa dos Mortos

Recordações da Casa dos Mortos Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Recordações da Casa dos Mortos


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Henrique 25/08/2020

O lado humano na mais desumana das condições
Neste livro, o meu primeiro de Dostoievski, chama a atenção a sua simplicidade e maestria na escrita. O livro se lê saborosamente, com diversos sorrisos.
Apesar de se tratar de uma descrição de presídio sob os rigores da Rússia do século XIX, a história é, na verdade, menos bruta. Trata das mazelas e da degradação humana que, no fim, une todas as pessoas. O livro, ironicamente, traz uma certa esperança ingênua e reconfortante.
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Nilson 10/12/2019

Pesadelo real
Chocante o relato minucioso de seus dias como prisioneiro na Sibéria. A forma como descreve seu sofrimento, suas angustias em meio aos mais terriveis criminosos da época acaba por nos fazer parceiros em seu sofrimento. Incrível como somos levados a esse tempo com tanta clareza, com tantos pormenres que acabamos sofrendo como se ali estivesse. Um pesadelo real que certamente eu não suportaria. Ler Dostoiévski é ser transportado para outros tempos com um realismo que poucos conseguem. recomendo com certeza.
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Gláucia 30/06/2019

Recordações da Casa dos Mortos - Fiódor Dostoiévski
Pode ser considerado auto-ficção, já que através de um personagem fictício que passou dez anos na prisão siberiana por ter assassinado a mulher, o autor traz suas próprias experiências após ter passado quatro anos lá por questões políticas.
Ao final temos cartas dele ao irmão, escritas durante esse período e através delas podemos constatar que vários eventos e personagens não são fictícios.
É muito bom do ponto de vista histórico e muito bem detalhado em seus vários aspectos. Podemos através dessa leitura conhecer o funcionamento dessa instituições, suas regras e peculiaridades pela visão acurada de quem passou tanto tempo vivendo esse suplício.
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Rodrigo.Moritz 17/12/2018

Médio
Apesar de ser interessante a história sobre a prisão na Sibéria, a narrativa é cansativa e arrastada. A edição que eu li era de português de Portugal o que piorou mais ainda. É uma literatura clássica e bem datada incompatível com a escrita moderna.
Recomendo o livro Humilhados e Ofendidos do mesmo autor, este sim é um livro clássico muito bom.
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J.S.Moraca 22/06/2018

Recordações da casa dos mortos
Livro impressionante. A prisão na Sibéria não era fácil!
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Gladston Mamede 15/01/2018

Ganhei esse Dostoiévski da Rita Caminhoto, amiga de Londrina. Não o leria, não fosse assim. E fui arrebatado pelo texto que é simplesmente irretocável. Romance? Não diria. Não há história, no sentido estrito do termo: não há fatos que se encadeiam, nada por supor ou esperar. São recordações sobre o cumprimento da pena de 10 anos pelo narrador, sem sequência cronológica certa: vão e voltam. Teria tudo para ser chato e ruim, mas é soberbo e delicioso de ler, mesmo com descrições excessivamente detalhadas de quase tudo: fui capturado pelo texto e não consegui parar de ler. Detalhe: um ensaio penitenciário fabuloso que poderia - e deveria - ser dado a ler aos alunos de Direito Penal, Processual Penal ou Penitenciário, tanto quanto o Marquês de Beccaria e seu "Dos Delitos e das Penas". Impressionante.
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Felipe Cyrillo 03/08/2017

O grande literário Russo
O livro é uma descrição detalhista e também subjetiva de um presídio da Sibéria da segunda metade do século XIX. Tudo é descrito com meticulosidade. Apesar do elevado nível descritivo, Dostoiévski consegue manter a narrativa corrente em boa parte do livro, salvo algumas exceções. O livro é bastante denso, há trechos que causam um impacto forte, grande marca do literário. Suas Digressões refletem sobre a natureza do criminoso, ética do presídio e do sistema prisional, e até mesmo a relação interpessoal entre classes (Nobreza e Mujiques) elaborada por monólogos do narrador. Minha opinião sobre este livro e sobre Dostoiévski é demasiadamente apreciativa. Muitas de suas digressões são reflexões que eu mesmo faço acerca dos temas abordados. Preciosíssimo. Ao final desta edição da editora Nova Alexandria, há uma carta de Dostoiévski ao seu irmão, quando o mesmo saiu de sua pena no presídio da Sibéria. Esta carta deu um toque final e completante a obra. Onde o mesmo diz para o irmão lhe ajudar e que, ele ouviria falar o nome dele, que ele seria um grande escritor. Realmente, seu esforço e suas promessas foram cumpridas. Dostoiévski é sem duvida, um dos pilares não só da literatura russa mas de toda a literatura mundial.
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JJ 10/03/2017

Ler outro livro de Dostoiévski é como reencontrar um velho amigo. Por mais voraz que seja o leitor, dificilmente este autor russo passa menos de uma semana em nossa cabeceira - ou em nossas cabeças, dada a força de suas histórias. Mesmo assim, dos 17 livros lidos este ano, Recordações da Casa dos Mortos foi apenas o quinto mais demorado até agora.

Isto porque, em um ritmo de conversa, Fiodór conta meticulosamente o funcionamento de um presídio na Sibéria, baseado em sua própria experiência de vida. Não é à toa que ele é um dos meus autores favoritos. Dostoiévski une não só uma trama de qualidade com discussões e devaneios sociais fundamentais até hoje. Nesta obra, o foco no sistema carcerário, na efetividade da aplicação de penas duras (banimento, cruéis e de trabalhos forçados), aumenta o interesse de amantes do Direito, como eu.

O primor na escrita dispensa comentários. O ritmo da trama consegue se manter alto quase todo o tempo. Da chegada do autor da história à Sibéria, da divisão por classes, do fruto do trabalho reservado aos vícios, dos raros dias de banho e festas... Todos os pormenores ajudam a entender uma sociedade específica (a Rússia czarista do século XIX) sem deixar de ser fonte de argumentos para defender qualquer tese na área jurídica na sociedade atual.

Quando, em fls. 209 da edição lida, ele levanta bandeiras ao dizer "... esses cegos e surdos cumpridores da lei não compreendem nem percebem sequer que a aplicação literal da lei, sem a interpretação do seu sentido, leva a reações, dessa prática só advindo consequências piores..." nós entendemos porque Dostoiévski é tão fundamental como Montesquieu ou Ihering, além do flagrante caráter filosófico de uma obra desta magnitude.

Apesar disto, Recordações da Casa dos Mortos ainda se encaixa como obra pré-existencialista do autor, apesar de ser a última. Ele ainda se socorre a expressões como "inefável" e "acepção" de forma corriqueira, mas quem é fã interpreta isso como algo típico do nosso velho amigo. Ainda há espaço para momentos extremamente descritivos. No início da segunda metade da obra, quando o narrador vai à enfermaria e convive com a parte mais desumana do cárcere (roupas sujas, latrinas à noite para suas necessidades e os grilhões sem sequer um desaperto) a riqueza de detalhes faz parecer que ele escreveu a obra na própria prisão.

Porém, mesmo quando se socorre a narrativas mais diretas, como da realização de uma peça de teatro pelos detentos, o russo se mostra preocupado com aspectos internos do ser humano. Em fls. 160 da edição lida, por exemplo, ele finca que "... a tirania é um hábito, tem a propriedade de se desenvolver, e se dilata a tal ponto que acaba virando doença ...".

Quando decide concluir a história e pesa sua experiência no presídio - para ressuscitar da casa dos mortos - diz que se forçou a isso porque, se pudesse, escreveria cinco vezes mais. Mas, sabe que isso seria uma boa ideia?
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