Resenhas - Anne Frank: The Diary of a Young Girl

Isa Andrade 01/06/2015

Uma lição de determinação
O diário de Anne Frank relata as experiências de uma adolescente judia durante os dois anos que esteve confinada no "Anexo Secreto", uma parte escondida no escritório comercial em Amsterdã, durante a Segunda Guerra Mundial. Anne entrou no Anexo Secreto com 13 anos e no seu diário é possível contemplar não somente como funcionava a vida dos judeus que conseguiram se esconder, mas também é possível contemplar muito do que se passava nos pensamentos dessa adolescente. Anne escreve como se realmente estivesse falando com alguém e apesar de ter treze anos, a sua escrita é bastante eloquente e rica. Ela descreve os conflitos com seus pais, as dificuldades de relacionamento com a mãe, a tensão da convivência intermitente dentro do Anexo, os seus medos com relação a guerra e os seus anseios e descobertas adolescentes. O mais interessante é maneira profunda e aberta com que ela expõe seus pensamentos, afinal ela está se expondo para um diário e não para o mundo. A escrita pode se tornar corriqueira em algumas partes, mas principalmente no final, é possível ver o amadurecimento dessa garota ao longo desses anos de confinamento. Enfim, o Diário de Anne Frank é um livro que vai muito além de um relato sobre a guerra, é um livro sensível, sobre a vida de uma garota inteligente e determinada que diante de uma experiência única e traumática, não se deixou levar pelo ódio ou pela depressão, mas pelo contrário, seguiu acreditando no amor e na humanidade.

Saribera 29/07/2011

O diário de Anne Frank ou o diário de uma pequena garota?
O diário de Anne Frank ou o diário de uma pequena garota?

O livro é em essência apena o diário de uma pequena garota (The diary of a young girl) entre 12 e 14 anos e reflete várias das angústias dessa idade. O livro ganha relevância por ter sido escrito durante a 2º guerra, por Anne Frank, judia que estava escondida dos nazistas e vivia esse período de sua vida em situação bastante singular. O livro tem esses dois atrativos, é um diário adolescente que não pôde ser editado devido à morte da autora, e é um documento histórico da situação dos judeus em um território ocupado pelos alemães.

As primeiras duzentas páginas são um pouco monótonas para quem está mais interessado na questão da guerra. São inúmeros relatos das crises de Anne, que é mimada e tem gênio forte. Considera a mãe e todos os outros moradores do esconderijo chatos, e encontra no diário um companheiro para descarregar as angústias pelas quais ela está passando.

Entremeado às inúmeras reclamações que Anne põe no diário, está a condição de vida em um esconderijo devido a uma invasão da Holanda pelos alemães e à perseguição que os judeus sofrem em todos os territórios ocupados. Essa visão política fica mais forte no terço final do livro, depois que Anne ouve no rádio um importante político holandês solicitar que as pessoas mantenham registros escritos de como são os seus dias para que isso seja revelado no pós guerra.

Anne escreve, portanto entre meados de 1942 e agosto de 1944, e a situação política é melhor descrita a partir do início de 1944. Ela escreve are 1º de agosto, quando é capturada pelos alemães e é levada para o campo de concentração. No livro ela conta sobre sua primeira menstruação, o primeiro beijo, a primeira vez que rebela-se contra o pai e quando percebe que estava errada. Essas crises são todas ampliadas devido à condição extrema que ela vivia.

Por ter sido capturada e não ter finalizado o diário (As últimas anotações são como as de qualquer outro dia, sem nenhuma desconfiança de que os alemães descobririam o esconderijo) o livro mostra a conversa que Anne tinha com ela mesma nesses dias de guerra, e esse talvez seja o motivo do livro ser um dos mais lidos de toda a história.