Resenhas - Os Subterrâneos

Victor 27/10/2009

Ritmo frenético quase sem pontuação que faz você ler e ler sem conseguir parar sequer um momento para respirar com seus parágrafos imensos e divagações entre parênteses que mereciam uma edição individual para cada uma delas e um grande relato do underground de NY e seus personagens cult como a própria Mardou Fox, a típica garota pela qual Kerouac se apaixonaria estranha diferente única no meio de tantos caras que já a traçaram e que agora se encantam pelo romance entre os dois mas o próprio Kerouac parece manter uma relação de amor desamor dúvida constante sobre que diabos ele realmente sente por ela e é por aí que o sentido de tudo está escondido.

rafinha 27/10/2021

Kerouac em sua melhor forma.
escrita cativante, com os elementos beatniks tão reconhecíveis, tratando de uma situação delicada pelo período de maneira realística. A prosa continua e fácil de ler e compreender

Anna 19/08/2022

muitos comentários machistas e racistas, mas fora isso é uma história boa.
fiquei com raiva do protagonista mtas vezes, dps me identifiquei mto com ele e a mesma coisa foi acontecendo com a mardou, que pra mim é a melhor personagem do livro.
muito bom o desenvolvimento e o fluxo da história, quero ler outras obras do autor.

Ricardo Rocha 29/11/2010

"E fui para casa tendo perdido o amor dela. E escrevi este livro"
Uma vez alguém disse acerca de Jack Kerouac que o que ele fazia não era literatura mas datilografia. Esse não terá tido o prazer de usufruir de umas das prosas mais vigorosas de todos os tempos, de uma linguagem única capaz de criar um elo inquebrantável entre autor e leitor. Partindo do princípio que ao satisfazer a si mesmo, o autor, que antes é também um leitor, terá dado o passo mais importante para satisfazer a outros. Talvez o que diferencie a prosa espontânea de Kerouac de outra prosa qualquer é que tudo tem um valor, de que se algo chega a surgir na criação do texto, é porque tem a sua relevância. Esse princípio é levado às últimas conseqüências.

Gosto de On the road, seu clássico, e de sua obra “menor|”, Tristessa”. Mas gosto mesmo é de Os subterrâneos. Diz a lenda que ele escreveu em três dias, os três dias que se seguiram ao fim de seu romance com “Mardou Fox”. Pouco importa. A impressão que dá é exatamente essa. A sensação que passa é a de que é exatamente o que pretende ser, sem lugar para destaques ou coisas menores, o livro da perda de um amor. Valem as duas últimas frases. “And I go home having lost her love.
And I write this book”.

A comparação do texto de Kerouac, especialmente nesse livro, com a música de jazz, é perfeitamente cabível. Longos solos despretensiosos – exceto é claro para o amante de jazz – que culminam sempre com um ápice arrebatador. A prosa espontânea nunca foi tao poética e a poesia dessa prosa nunca tão egocêntrica. Nunca os perdidos tiveram um arauto tão misericordioso. A vida deles é ignóbil. Por isso mesmo, muito mais próxima da santidade que as vidas “normais”.

São Kerouac... Gênio e pessoa nem tão genial.... Não é rogai mas Pobre nós...

Ge 14/02/2012

Meu único contato com Kerouac antes de Os Subterrâneos foi On the Road, romance pelo qual o autor foi conhecido. O ritmo frenético permanece, continua nos fazendo seguir a leitura ininterruptamente sem parar para recuperar o fôlego. Mas ao invés das longas viagens sem destino muito certo, uma história romântica; o caso de amor de Leo e Mardou.
Doce Mardou... A negra dos cabelos curtos e "dentinhos dentuços" me cativou por sua doçura. Pelo modo como é sozinha, como entrega-se a Leo sem medo, perdoando todas as suas loucuras, todos as maneiras como ele a decepcionava repetidamente.
Leo, mais velho e mais experiente que Mardou, faz com que a enxerguemos como uma criança inocente e apaixonante. E, ainda assim, consegue fazer com que justifiquemos o modo como vinha continuamente arruinando sua relação. Não que Mardou seja completamente inocente, não que não tenha sua parcela de culpa - mas isso já seria spoiler.
Além da própria relação do casal principal, o livro faz jus à fama de Kerouac e também conta com as farras loucas dos Subterrâneos. O autor continua a contar a história fascinante de escritores e poetas de sarjeta, de drogas, rompantes de inspiração e questionamentos, em uma linguagem ainda mais poética e mais bonita.
"'Escuta Percepied você acredita em liberdade? - então me diz o que você quer, é poesia, é poesia, é tudo poesia, a prosa mais genial é poesia, os poemas mais geniais são poesia.' - 'É' - disse eu - 'Mas poesia é poesia e prosa é prosa.' 'Não, não.' ele berrou 'é tudo poesia.'"

l1abettega 28/01/2022

O romance conta a história de Leo e seu envolvimento com Mardou. Ele descrito como um egomaníaco; acrescento: boêmio, paranoico e apaixonado. Características bem exploradas em uma narrativa de fluxo de consciência que é uma marca de Kerouac.
Gostei muito :))

Nádia C. 21/10/2016

affffff
não aguentava mais essa mimimazgem de homem que faz o que quer com a mulher e fica desconfiando dela e falando que a mina é preta o tempo todo e só pensa com o pau e fica eu sei que eu sou um idiota que só pensa com o pau mas não faz NADA diferente e acha que escrevendo um livro noooooossa porque eu sou artista e vou deixar esse relato pro mundo de um homem branco machista que "perdeu o amor de uma mulher" mas na verdade fez tudo pra isso acontecer e acha que alguém vai ficar com dó e dar um biscoito porque agora ele ta arrependido

(respondendo o livro exatamente como ele é escrito, porque ele escreve desse jeito tipo o que vem na cabeça dele, só gostei disso mesmo por isso dei 2 estrelas)

Cheetara 25/08/2010

Um Puta livro!!!
Kerouac conseguiu atingir o maximo de persona feminina com a Mardu Fox. Ela é exatamente um "Neal Cassdy/Dean Moriarty" com beleza e uma sinceridade extrema. Realmente fragil, ela é o maximo que Kerouac conseguiu definir das mulheres (pelo menos em Português. Ainda estou esperando algum tipo de tradução do Dr. Jazz e do Visions of Cody. Em ingles não consigo achar...)



de qualquer forma, um otimo livro, mesmo se baseando epenas na cultura underground de NY (bem diferente da "fama" de Kerouac, de fazer romances "na estrada")

GCV 13/03/2011

Beat boy meets jazz girl
Leo Percepied, um doidão beat, encontra Mardou Fox, frequentadora do jazz e negra, e vive uma intensa e destrutiva paixão. Grosso modo, 'Os subterrâneos' pode ser resumido assim. Comparado aos outros livros de Kerouac, 'Os subterrâneos' não parece agregar muito, já que a fórmula do sucesso é mantida: prosa espontânea, orgias desregradas e uma boa história a se contar.

O resumo, na verdade, parte de Kerouac. Percepied não vai além de um doidão beat (dos vários de suas obras), e Mardou Fox tem um campo de ação bem reduzido. É bem evidente em alguns trechos a ênfase de Kerouac em descrevê-la como 'frequentadora do jazz e negra', como a demostrar todo o seu caráter de 'branco cosmopolita' nessa América Beat.

Noves fora um certo preconceito racista devido à forma como as personagens são usadas, 'Os subterrâneos' é enfático em revelar a capacidade de Kerouac em contar uma boa história. Afinal de contas, não deixa de ser um 'boy meets girl' - um 'beat boy meets jazz girl' -, mas com desdobramentos interessantes na narrativa e nas reflexões de Percepied. Não é genial, não é único, não é indispensável, mas é uma boa história bem contada - e isso já deveria bastar, não?

Robson Souza 19/07/2011

Uma louca e confusa paixão Beat
Diz a lenda que Jack Kerouac escreveu esse romance em três dias e três noites. Para quem começa a ler (e não consegue mais parar) fica fácil de entender o porquê: a narrativa é um turbilhão em ritmo de jazz. Longos parágrafos misturando relato e reflexões, passado e presente.
O livro conta a ascensão e queda da paixão de Leo Percipied por Mardou Fox na São Francisco underground dos anos 50. Leo é um escritor beat boêmio, doidão e um tanto inseguro; Mardou é linda, exótica, louca por jazz, liberal e musa dos Subterrâneos (a turma de poetas e escritores marginais).
Antes de ficarem juntos, Leo já fica obcecado por ela, e essa obsessão o leva do céu ao inferno em seus sentimentos por Mardou. Eles se apaixonam loucamente, mas Leo vive cheio de dúvidas, ciúme e uma dose de preconceito (Mardou é meio índia e negra).
O livro soa um pouco repetitivo e confuso em certos momentos: Leo sente a paixão diminuir, se afasta dela, mas não se conforma em perdê-la. Mas o texto de Kerouac é único, vivo, pulsante e muito envolvente!

Mais em http://robsonbatt.blogspot.com

Giovanavski 25/11/2022

Jack sendo Jack... Acho o que me desapontou nesse livro foi a expectativa. Esperava algo a mais e me deparei com o mesmo. Não está errado, Kerouc é sempre uma aventura. Ainda é interessante passear pelo underground com Jack Kerouc, são sempre as mesmas viagens, mas nunca se tornam maçantes.

João Souto 01/02/2013

No fundo do poço
Sem dúvida o maior desafio desse livro é lê-lo. Não digo no sentido pejorativo, a obra é até interessante se você tem paciência para mudar o ritmo da leitura de acordo com a exposição de ideias do autor. As inúmeras parenteses e as ideias mutáveis tiram totalmente a noção de onde começa uma ideia e termina outra quando não uma está inserida em outra. Kerouac escreve como se estivesse falando e isso torna dá um ritmo completamente diferente aos seus livros, contudo a exposição de ideias perde. Os Subterrâneos, apesar de um livro pequeno, é de uma leitura cansativa, frenética e repleta ideias neuróticas. Para os fãs boa leitura.

Carolina Del Puppo 29/10/2022

Sei lá
Olha, ler esse livro foi um estado de espírito para mim. Eu li rápido, foi uma verdadeira viagem mental.

Pedro 29/07/2020

Frenético
Em um fluxo de divagações e acontecimentos que praticamente não se interrompem, o protagonista faz do leitor seu confidente. Foi evidente pra mim a criação dos laços de apego entre Leo e Mardou, mesmo na realidade hipster cult da época, regada de bebedeiras e orgias sem compromissos amorosos. Uma obra que me ensinou sobre como as construções sociais são feitas bem debaixo do nosso nariz sem nem mesmo termos percepção dos laços emocionais que se formam. Talvez as melhores coisas da vida aconteçam enquanto estamos distraídos demais pra perceber elas. Primeira leitura de Kerouac, ansioso pelas próximas.

Luciano Luíz 06/01/2017

OS SUBTERRÂNEOS é um romance que foi escrito em três dias e noites. Aqui vemos uma narrativa mais do que arrastada em somente dois capítulos que não parecem ter fim... JACK KEROUAC não me surpreendeu dessa vez. É só mais um amontoado de cotidiano onde ele e sua namorada ficam falando as mesmas coisas de sempre pelos arredores da cidade, o que inclui beber, drogas, amigos, conversas fiadas, literatura onde o autor vai dizendo o quanto é melhor que um ou outro e assim indo de um jeito que as palavras parecem ser esticadas sem um gosto que realmente faça o leitor (eu pelo menos) ter vontade de seguir adiante...
Gosto desse tipo de leitura, adoro na verdade, mas nesse livro ficou uma bosta. Acho que foi feito só pra ser mais uma na bibliografia e vender por causa do nome que na época de lançamento desse livreto já estava entre os grandes da escrita pop... Jack Kerouac tem coisa muito melhor do que isso...

L. L. Santos

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