Beatriz.Manzolino 08/04/2022
A mulher do viajante do tempo
Gosto muito de como a leitura desse livro me fez questionar, e se eu viajasse no tempo?
É impossível deixar de lado os pensamentos de quem já se foi, e se desse para voltar e olhar pela janela da sala um jantar com o passado?
Henry tem essa experiência quase sempre, ele conhece sua esposa quando ele tem 36 e ela 6, ele está viajando e volta para quando ela é pequena.
Clare passa a vida esperando Henry, quando ele vai? E quando volta?
Esse livro me lembrou muito "as virgens suicidas", o jeito como sabemos que está tudo desabando e não conseguimos segurar, não temos tempo. Não temos tempo algum, e é inevitável.
Mas é muito bonito ver a relação e construção do relacionamento da Claire e do Henry, o amor deles que transpoem tempo e espaço. A viagem no tempo de Henry é causa por estresse ou por coisa alguma, é esporádico. ele simplesmente some. E vai para em algum lugar no futuro ou passado.
Não estava esperando o choro que veio no final, a melancolia da espera, do ficar quando alguém parte.
É em um campo/ clareira onde Henry encontra refugio em uma Claire jovem e que não foi corroída pela vida, eles passam dias e dias ali, existindo e comendo frutas, jogando jogos, e dando mergulhos demorados ao sol. Penso muito no Oliver e no Elio também, no paraíso. Claire descobre então, que todos os momentos em que ela passou com Henry na infância e adolescência, são momentos em que ela estará sozinha em casa, se sentindo aflita e com medo, sozinha. Esperando ele retornar. Eu achei essa uma das partes mais bonitas do livro todo, onde ela aprende que não podemos ter tudo.
"se apressem, é mais tarde do que pensam" - essa citação fica voltando na minha cabeça agora que eu terminei o livro, ela é de um filme que eu assisti recentemente, me lembra o Henry.
as vezes eu penso em como seria legal voltar no tempo e poder ver quem eu só vejo em sonhos, em quem eu queria ver uma última vez andando na multidão.