Resenhas - Revolução

Léo 06/07/2012

Kay, uma linda dançarina profissional, é seqüestrada juntamente com um diretor artístico enquanto fazia um teste para um programa de tevê.

Os seqüestradores são membros de um grupo de revolucionários que querem acabar com a opressão imposta pela programação televisiva. Para isso iniciam uma espécie de nova Revolução Francesa, onde guilhotinam diretores, produtores, atores, jornalistas, apresentadores, publicitários, etc.

Kay precisa usar sua astúcia e atributos físicos para escapar da guilhotina.

Opinião:

Milo Manara dispensa apresentações. É um dos maiores desenhistas da Itália, sendo conceituado no mundo todo. Porém, muitos o criticam, dizendo que o artista limita-se apenas a fazer desenhos eróticos, sem muito conteúdo nos roteiros.

De fato, as histórias de Manara funcionam como filmes explotation, mais precisamente do subgênero sexploitation, onde tudo gira em torno das cenas de sexo, que funcionam como pano de fundo para o desenvolvimento dos argumentos.

Revolução é uma divertida história onde a crítica à televisão é o mote principal, mas nem por isso as cenas de sexo foram deixadas de lado. Kay, a protagonista, perde sua calcinha no início da história e daí em diante não são raros os momentos em que a bela dançarina exibe seus dotes mais íntimos.

Em alguns momentos isso acontece de forma quase nonsense, como se uma mulher mostrando seu órgão genital por aí fosse a coisa mais natural do mundo. Mas essa é a marca registrada de Manara, que além de denotar erotismo à história, ainda traz certa carga de humor.

Na nova Revolução, o povo decide punir todo o tipo de pessoas envolvidas com a mídia televisiva pelos anos de controle exercidos na população. Manara oferece uma crítica contundente ao sistema de celebridades que toma nosso cotidiano.

Desta vez o sexo foi deixado em segundo plano para dar lugar a uma crítica bem arquitetada, de maneira simples e direta como só um grande artista como Milo Manara seria capaz de fazer. Seus desenhos são simplesmente um deleite e sua criatividade está sempre se renovando.

(Publicado em: http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=reviews&cod_review=678&lista=autor)

Cássia 20/04/2010

Ideia semelhante à de A Revolução dos Bichos. A diferença é que temos uma Varla seminua desferindo golpes mortais contra os revolucionários.

Gustavo 21/01/2013

Guilhotina para a influência televisiva
Manara, utilizando-se de seus traços já característicos, deixa um pouco de lado a sexualidade neste HQ, fazendo uma crítica ao capitalismo e a influência da televisão na população atual, pois a "telinha" cria uma espécie de ditadura, devido aos esteriótipos que "obrigam" a população em geral a seguir.
Em Revolução, a sociedade se revolta contra a nova classe dominante, que no caso são as pessoas que trabalham na TV e seguindo os passos da Revolução Francesa, os rebeldes acabam guilhotinando tais pessoas, criando uma era do terror no mundo contemporâneo.

Marcos Faria 24/02/2015

Na melhor página de “Revolução”, quando o líder revolucionário Robespierre condena à guilhotina os publicitários que usam bundas femininas para vender carros e celulares, fica a dúvida se Manara é idiota ou está sendo autoirônico. Porque até ali, e depois de novo dali para a frente, a história é mais uma vez um pretexto para mostrar a bunda de Kay, nome da vez da mesma mulher que frequenta todos os álbuns e fantasias sexuais do autor. No fim fiquei com a sensação de que Manara não é nem uma coisa nem outra: ele simplesmente não consegue se ver como parte dessa indústria que ele critica


site: https://registrosdeleitura.wordpress.com/2015/01/20/revolucao/