Êxodo - A Saga do Ouro Azul

Êxodo - A Saga do Ouro Azul Clóvis M. Fajardo




Resenhas - Êxodo


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Giovanna Alba Suppini 22/07/2015

Êxodo traz o assunto mais pulga atrás da orelha do momento, e principalmente para minha formação de Engenheira Ambiental.
Estamos vivendo a escassez da água ATUALMENTE. A crise já está em parâmetros BEM mais desesperadores do que há anos atrás, mas infelizmente para MUITOS isso é um problema distante, são mentiras que a televisão conta para nos desesperar e nunca vai acontecer conosco. Sei desses pensamentos pois conheço MUITA gente que pensa assim.

“A verdade da crise da água no nosso país, e até no resto do mundo, sempre foi o interesse comercial da água, pois com todos se arrastando e morrendo de sede, ela passou a valer mais do que todo o ouro do mundo.”

A história passa no ano de 2065, obviamente a escassez já chegou no ápice e não há nada a se fazer. A água virou o ouro azul, algo raro de se achar e algo que faz milhares de pessoas se matarem para ganhar pelo menos um pouco. Um jeito sagaz e inteligente de falar de modo exagerado, algo que estamos vivendo e construindo pouco a pouco para que talvez chegue esse dia.

“Vendo o corpo desfalecido, coberto de poeira, finalmente entendi que do pó nós viemos e ao pó nós retornamos.”

O tema é entrelaçado a todo momento com fatos religiosos. No começo achei que isso seria um pouco complicado para a minha leitura, pois sou católica batizada mas não frequento nenhuma religião pois acredito de tudo um pouco, e sempre que algo envolve religião fica um pouco difícil para mim, afinal um dos livros mais difíceis de se ler, é a Bíblia. Entretanto Clovis utiliza a crença em Deus com muita inteligência, afinal a água é um bem da natureza, é algo que veio de Deus, e nós humanos não inventamos.

“Não havia juiz, não havia polícia. Só Deus era juiz de toda a terra, e ele já havia dado sua sentença.”

Um livro ótimo para imaginações e suposições, como por exemplo, você está no ano de 2065 onde água é algo raro e quase impossível de se obter, o mundo onde você vive está no apagão e foi decretado que assim será para sempre. De repente aparece um garotinho, sozinho, batendo a sua porta e pedindo abrigo e água, algo que você já não tem quase que nem para si próprio. Você acolheria esse garotinho? E se esse garotinho fosse uma senhora bem idosa, você acolheria? E se essa idosa fosse aquela pessoa que você sempre detestou e sempre te humilhou, você acolheria?
Então, qual o sentido da vida? Para que estamos lutando e vivendo diariamente? Será que não falta um pouco mais de compaixão e solidariedade?

Por que vou economizar água se o meu vizinho não economiza? Por que vou reciclar o lixo se o meu amigo não recicla? Por que vou ajudar ao próximo se ninguém nunca me ajudou?

“Tantos cuidados, tantas preocupações, tanto zelo por nada. Depois de tantos anos nada mais fazia sentido. Nada era mais valioso – para ela – do que o abraço reconfortante do marido.”

O livro é composto por contos curtos que se mesclam e também possuem vida própria. Conhecemos o padre arrependido de ter sido covarde, o bombeiro frustrado, um líder em crise existencial e outros personagens que estão aprendendo a viver sem a água. Mas indo mais fundo ainda, talvez eles estejam tentando aprender muito mais do que a seca, e sim a falta de amor.

A leitura é super rapidinha e agrega muitos valores. Clovis escreve muito bem de um modo que você realmente entra na história, passa de espectador para personagem principal. Super recomendado!

site: http://clubedas6.com.br/2015/07/22/resenha-exodo-a-saga-do-ouro-azul/
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Lia 24/08/2015

Dentre tantos problemas que enfrentamos atualmente no país, um que nem sempre damos a devida atenção, e consequentemente vem aumentando de forma alarmante, é a falta de água.
Você pode imaginar um futuro onde a água se torna mais valiosa que o ouro, ou melhor dizendo, onde a água é tão rara e valiosa que se torna o novo ouro: o Ouro Azul?
Êxodo - A Saga do Ouro Azul é uma antologia distópica que nos mostra exatamente essa nova realidade.

Em 2065, as consequências do descaso quanto ao desperdício de água do passado alcança níveis catastróficos. A falta de água agora é extrema, e com ela não veio somente a sede, como também a seca, fome, desemprego e uma crise hídrica que causou um grande apagão começando pelo estado de São Paulo. O apagão faz com que todos se desesperem para fugir, causando um grande caos na cidade. Os que ficaram para trás, agora tentam sobreviver da melhor maneira que pode: roubando, brigando, matando, economizando e escondendo seu ouro azul.

Êxodo reúne oitos contos que, de uma maneira ou de outra, se mesclam e se completam. História de pessoas comuns com caminhos entrecruzados: um padre, uma criança perdida, um bombeiro, uma grávida... esses são apenas alguns dos personagens com histórias marcantes e que estão em lutando pela sobrevivência.

Além da falta de água, que é o foco principal, o autor consegue aliar a religião ao enredo também. Já que quase nada restou na vida desses sobreviventes, a fé torna-se o seu principal ponto de apoio. Tanto que a igreja é onde a maioria dos personagens tem seus caminhos cruzados.

"Enquanto a infância colorida corria por trilhas de terra seca, fingindo se esconder em bosques de rosas, a sede com sua foice muda percorria nossa comunidade, deixando intacta a paisagem oca, tocando somente nas almas dos mais fragilizados. O barulho da vida, o choro desesperado de fome, os gemidos sedentos dos doentes. A cada manhã mais famílias se partindo, rachadas como a terra debaixo dos nossos pés." (p.58)

Alguns dos contos são narrados em primeira pessoa, outros em terceira. A formula deu bastante certo, pois temos uma perspectiva mais ampla de tudo. E, claro, a escrita do autor não deixa a desejar.
Somos transportados para diversas situações decadentes e desesperadoras. Aliamos-nos e torcemos pela sobrevivência de cada personagem com o qual cruzamos. Conseguimos sentir todas as emoções transbordando das páginas. E, mais do que isso, vemos a real face da natureza humana.

Não tenho mais o que falar, a não ser recomendar a leitura do livro. Tanto como forma de conscientização quanto para abrir os olhos e nos fazer refletir sobre o que realmente é importante para nós. E, claro, não posso deixar de recomendar para os que adoram distopia.

site: http://www.construindoestante.com/2015/08/resenha-exodo-saga-do-ouro-azul-clovis.html
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Nelmaliana 28/02/2016

A água é um recurso natural renovável, porém devido ao mau uso dela, isso pode se reverter. Na realidade, nos últimos anos isso tem se tornado algo quase palpável em alguns lugares onde antes ela era abundante.

Esse livro nos traz essa possibilidade de uma maneira bem realista.

O ano é 2065. E após um apagão geral, se iniciou o êxodo urbano que desencadeou a Guerra Azul, onde a água é um recurso raro e extremamente valioso. Não existem ricos, pobres, homens, mulheres ou crianças. Existem sobreviventes, que lutam diariamente na tentativa de conseguir um pouco do Ouro Azul, a água.

São oito contos, passados entre a capital de São Paulo e o litoral do estado. Neles conhecemos diversas personagens, cada qual com sua busca pessoal. Além da procura incessante pela água, cada um deles tem seus próprios demônios pessoais como os quais devem lidar enquanto a seca indelével os aplaca. São contos curtos, mas mesmo assim o autor consegue desenvolver bem a personalidade de cada um deles, sendo possível se envolver nessa busca juntamente com as personagens. Alguns contos são interligados, outros não, alguns narrados em 1ª pessoa outros em 3ª, o que na minha opinião trouxe uma riqueza narrativa maior ao texto.

Eu cheguei a esse livro através do próprio autor. Não o conhecia, mas achei interessante a premissa dele. Ficção é algo que me atrai e muito, e o fato de mesclar um assunto tão assustador quanto possível, me deixou muito curiosa com a leitura. A narrativa me prendeu da primeira a última página. A escrita do autor é bem fluida e envolvente, fazendo com que a leitura fosse agradável no decorrer de todo o texto.

Um ponto, que eu não sabia e que me chamou muito a atenção, foi o fato de ter uma "pegada" religiosa nele. Não gosto desse tipo de leitura, mas com esse livro foi diferente. Apesar de citar alguns versículos bíblicos, e de uma maneira ou outra todas as personagens terem algum tipo de ligação com Deus na história, isso é contado de uma maneira muito singular. Não existe um apelo religioso, é apenas uma história na qual esse tema é tratado. Acredito que pessoas que tenham uma crença religiosa, terão uma visão diferente da minha, e provavelmente gostarão muito disso. Porém se você é como eu, que não segue nenhuma religião ou mesmo que não crê em nada, a leitura do livro ainda assim é muito prazerosa e extremamente interessante.

Quanto a parte gráfica, a capa de Guilherme Peres é simples mas fantástica, adorei a cidade ao fundo vista através da água. Pra quem gosta de orelhas, aqui tem, as páginas são brancas, mas como é um livro curto isso não o influencia negativamente. Existem alguns poucos erros de revisão, mas nada que uma segunda edição não resolvam.

Sem dúvidas, foi uma leitura excelente. Mais que recomendo esse livro pra todos os públicos. Só espero que a história fique apenas na ficção.

Postado originalmente no blog:

site: http://profissaoleitora.blogspot.com.br/2016/02/exodo-saga-do-ouro-azul-de-clovis-m.html
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Alline 05/04/2017

Bem escrito, mas possui falhas
Êxodo: A Saga do Ouro Azul traz 8 contos sobre a escassez de água no estado de São Paulo em 2065. A desatenção com o uso da água causou sérios problemas para a população, dentre eles, seca, fome, desemprego e principalmente falta de energia. Tudo está um verdadeiro caos. Saqueadores e assassinos tomaram as ruas, os quais na realidade são pessoas desesperadas que lutam com suas poucas forças para sobreviver e esconder o pouco de água, ou melhor, ouro azul remanescente.

Somos apresentados a diversos personagens, cada um com uma história diferente para contar, mas compartilhando do mesmo objetivo: sobreviver. Devido a isso, a maldade humana ganha destaque em algumas partes, já que a ganância e o egoísmo se apossaram dos corações daqueles que querem tirar proveito da situação.

Alguns contos são interligados e a narração varia entre 1ª e 3ª pessoa, o que acabou trazendo dinamismo ao texto. Fajardo utiliza uma linguagem mais apurada e envolve aspectos religiosos na narrativa. Essa questão da religiosidade foi uma das coisas que me desagradaram, porque em alguns momentos parecia que eu estava acompanhando os personagens da Bíblia, por tomarem atitudes parecidas.

Outro ponto negativo foi o uso excessivo de "ele" e "ela", uma vez que há praticamente a ausência de nomes. Isso empobreceu a obra e poderia ter sido evitado com o uso de adjetivos. Algo que também me incomodou (e muito) foi o fato das personagens femininas não terem sido destacadas, elas pareciam ser apenas adereços, senti um pouco de machismo aqui sim.

Em relação a parte gráfica, a capa é simples, mas o efeito que dá a água em movimento é muito bacana! As páginas são brancas e a diagramação no geral é boa. O tema está muito em voga. É uma boa ler um livro que desperte a consciência sobre a falta de água e o que isso pode acarretar.

site: http://blogdreamon.blogspot.com/2017/04/resenha-exodo-saga-do-ouro-azul-clovis.html
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