lila71 08/09/2023
Wilde Holmes Savoy
Primeiro, achei engraçado como a história começa como se Holmes & Watson fossem pessoas reais, e fala de um manuscrito perdido, e como o autor Meyer teve a oportunidade de recebê-lo e transcrever o mesmo. Além das notas do autor que fazem alusões a isso, desde dizer que Doyle era agente do Watson, e publicar os livros em seu nome a pedido do Watson. Todo o contexto histórico da história é realmente muito interessante.
E é claro que jamais poderia ser um manuscrito perdido, pelo simples fato de ter coerência com as cronologia das outras histórias kkkkk
Doyle nunca se preocupou com isso, e Meyer usa dos estudos de Baring-Gould para estabelecer uma ordem cronológica concisa na história.
Quanto ao fato de mencionar Vincent Starrett e seu poema "221b" tão querido pelos fãs de H/W e ainda mencionar Oscar Wilde, e fazer breves alusões sobre a verdadeira natureza dele, e ainda mencionar Bram Stoker, me questiono quais eram de fato as intenções por trás disso, pois no fim quase não acrescentam muito a história e poderiam ter facilmente ser substituídos por personagens originais sem tanta trama por trás. A constante menção às acusações de Wilde e a preocupação para com as consequências que isso teria na sua carreira é no mínimo suspeita.
Além da menção a Bram Stoker e algumas ofensas sobre ele e sua obra "Drácula". Por que usar estes fatos para a narrativa? Quão importante eram esses fatos em todo o mistério?
E ainda terminar a história com a fuga para Cambridge que Holmes e Watson fazem logo (segundo Baring-Gould) em 5 de Abril, na época que Wilde foi a julgamento?
Ainda não li "A solução de Sete por cento", mas no filme, onde Holmes encontra Freud, Meyer aborda sobre a "aversão à mulheres" de Holmes….
O que você quer com tudo isso Sr Meyer????
A conclusão final do mistério foi realmente inesperada, mas interessante com um final trágico. Quanto à caracterização dos personagens, ficou excelente, se não fosse pelo estilo de escrita diferente e tão precisa coerência com a cronologia e fatos, poderia ser um conto canônico, desde seguindo o mesmo estilo em partes feito por Doyle, onde a história termina com o criminoso revelando todos seus segredos e intenções.
O livro é curto e rápido e fácil de ler, e eu amei de verdade. Ele dá base para bastante interpretação e por mim, podia ter explorado mais a situação Wilde.