Resenhas - A Batalha de Montese

A Holdford 25/07/2015

Pracinhas
A história fictícia de três combatentes da FEB (Força Expedicionária Brasileira) que lutou contra o eixo na Segunda Guerra Mundial.

Ou seja, o autor usou fatos históricos para compor o pano de fundo de seu conto, até mesmo o local da batalha é real. E eu tenho uma quedinha por contos que tem um pé na realidade com pessoas fictícias, pois dão a ideia de que esses personagens poderiam ser qualquer um dos heróis anônimos que lá estiveram.

O conto começa acompanhando a pacata vida de Arlindo, um moço da roça, que mora com sua mãe e que, como muitos dos que realmente foram enviados para a guerra, não fazia parte do exército e não fazia ideia do que iria encontrar por lá até ser convocado pelo governo brasileiro.

É de coração na mão que sua mãe o vê partir e é deste ponto em diante que há um salto no tempo e passamos a acompanhar a vida deste jovem soldado no campo de batalha. Ao lado de outros combatentes, vemos que a guerra em si é um problema, mas a falta de ter o que comer também é uma guerra a parte sendo travada.

Os outros rapazes mencionados daqui para frente são nomeados por sobrenome (no caso dos com patente mais elevada) ou apelidos (um deles é chamado de 1/2 Quilo, o que me faz imaginar o tão magrinho o pobrezinho era).

No meio do conflito, esses bravos soldados vêem amigos morrerem, mas não estão dispostos a fugir dos alemães e vão lutar até seu último suspiro.

site: http://tudooqueeuleio.blogspot.com.br/2015/07/ebook-batalha-de-montese-de-marcelo.html

Lilian_89 17/06/2021

3 que pareciam 100

Um conto muito bom que usa como pano de fundo a participação dos pracinhas brasileiros na campanha de Montese, contra o exército nazista alemão.
Nesse conto conhecemos inicialmente a vida de Arlindo, morador de São João del-Rei, em Minas Gerais, que enquanto trabalhava tranquilamente sob um sol de rachar, é chamado pelo boticário do bairro pois sabe-se que chegou carta com selo do governo para Arlindo em casa.
Chegando em casa Arlindo e sua mão leem a carta e descobrem que Arlindo fora convocado para a guerra. E assim, através apenas de uma carta, Arlindo se prepara para enfrentar inimigos desconhecidos em uma terra desconhecida sem saber se voltará um dia a ver novamente a sua terra natal.

Após essa introdução sobre as convocações dos pracinhas brasileiros, que eram apenas civis que viviam sua vida pacatamente sem nunca antes ter tido contato com a guerra, o conto já inicia a narrativa de Arlindo e outros homens brasileiros nas linhas de frente de Montese, na Itália.

A vida é dura, os bombardeios e tiros de metralhadora alemãs não dão sossego, porém os homens permanecem firmes em seus postos e avançam com tudo o que tem, suas armas e sua coragem.

O objetivo é destruir e ocupar uma posição dominada por alemães, e Arlindo descobre a batalha será dura através do menu distribuído aos soldados: dia de frango é dia de luta forte e pesada. Nesse momento vemos Arlindo e seus companheiros Geraldo Rodrigues e Baêta refletindo sobre a batalha que está por vir:
"- Frango é do barulho...disse o pracinha apelidado de 1/2 Quilo. - Toda vez que servem frango lá vem coisa feia por aí"

Então a luta começa e temos um vislumbre do horror da guerra com Baêta se arrastando na lama tentando salvar os homens que pudesse salvar estancando sangramentos de homens caídos.

Em meio à batalha Geraldo é chamado para concertar as linhas de comunicação que foram rompidas na luta, assim Geraldo, Arlindo e Baêta se encontram no meio do tiroteio e saem em busca do fio partido se arrastando na lama em meio a tiroteios e bombas que não param de jorrar ao redor.

Ao tentar encontrar o fio de comunicação partido os três acabam dando de cara com uma unidade alemã completa. É então que os 3 que parecem 100 revelam toda a sua força de vontade e coragem ante a luta:

"Fugir era uma alternativa, se render também, mas os três preferiram seguir por outro caminho. Lutar até a morte."

Os três avançaram sobre os alemães furiosamente despejando todos as balas disponíveis em seus fuzis descarregando todas as suas armas em cima da unidade alemã à frente. Assim os três lutaram contra um batalhão experiente em combate até a última bala de fuzil, o que assustou os alemães, que pensaram se tratar de uma unidade completa de soldados brasileiros.

Ao fim, o conto mostra como esses tês soldados, Arlindo, Geraldo e Baêta foram reconhecidos por sua bravura até mesmo pelo exército alemão, pois ao avançarem as tropas se depararam com três túmulos com as inscrições: "DREI BRASILIANISCHE HELDEN" - "TRÊS HERÓIS BRASILEIROS".

Os três que pareciam cem.

Excelente conto, com um pano de fundo real o conto trás uma narrativa ficcional ancorada em dados históricos reais sobre a participação brasileira na II Guerra Mundial.

GoomesH 22/08/2023

Essencial
Curto, mas essencial! Um breve relato dos três pracinhas da FEB que lutaram até a morte contra uma companhia inteira de alemães.