Duda Coutinho 12/06/2022IntensoA temática das drogas me interessa muito por diversos motivos. Através dos relatos corajosos e fortes de Fabian pude conhecer as buscas intensas e intermináveis pelo dragão e os vários encontros com os demônios que o crack provoca. Por meio do livro, percebemos que o protagonista teve diversas oportunidades de trilhar um caminho diferente, mas a droga, infelizmente, escravizou a sua mente de uma maneira muito perversa. Da mesma forma, notamos também que desde pequeno, ele cresceu com algumas pessoas desajustadas que precisavam de terapia. Além disso, é relatado no livro, que ele sofreu diversos tipos de negligências. Se desde àquela época, ele estivesse inserido num ambiente familiar menos tóxico, acredito que possivelmente teria tido mais discernimento nas escolhas. É imprescindível que a criança tenha uma boa base, uma infância saudável, essa é a etapa mais importante na vida de uma pessoa. É nessa fase que o cérebro está sendo moldado através de todas as experiências vividas e do ambiente onde ela está se desenvolvendo. Assim, todo o cuidado, carinho, atenção auxiliam para que o cérebro se desenvolva da maneira esperada, levando toda essa formação para a sua fase adulta.
Uma parte que eu gostei muito na obra foi quando Fabian deixa claro que o usuário de crack trilhou um caminho, não começou pelo crack. ?Maconha e álcool vão ao encontro da pessoa, pois fazem parte do mundo social, em festas, baladas e até em casa. (?) E ninguém começa com crack! Você realmente acha que quem está na Cracolândia começou fumando crack? Jura??. Tem gente que fala: ?vou experimentar só maconha! Maconha não vicia, não faz mal!? Mas depois de um tempo só consegue ser produtivo fumando maconha, acorda e já acende um beck, pra tudo que vai fazer tem que ter um beck, só consegue dormir se fumar um beck? isso já é estar se viciando e a pessoa nem percebe. E quando ficam entediados com a ?onda? do beck, vão querer experimentar outras drogas, e acham que tem auto-controle pra parar quando querem? Todo adicto acha isso e quando se dá conta já tá afundando em drogas pesadas. Fabian relata muito bem isso no livro. Não sabemos como nosso corpo vai reagir às drogas, não sabemos com exatidão a pré-disposição que temos, cada organismo é único, por isso, é melhor nem arriscar, não vale à pena.
Me alegra saber que depois de tantas odisséias, Fabian viveu para contá-las e refazer a sua vida. Ele deu muito trabalho pro anjo da guarda dele, pois teve muitos comportamentos de risco. Infelizmente, a maioria dos adictos não tem um final feliz. Fabian nos relatou os altos e baixos da sua vida, isso é um ato de coragem e inspiração, assim como recomeçar. Tarquini e Nacer foram felizes ao comparar o livro com um filme, de fato, seria uma ótima adaptação para as telonas!!! E para finalizar, quero deixar uma mensagem a todos: DROGAS NÃO COMPENSAM!!! São uma mera ilusão de uns segundos que vão te afundar uma vida inteira!!!