Lordes e Damas

Lordes e Damas Terry Pratchett




Resenhas - Lordes e Damas


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Clio0 27/11/2023

Décimo quarto volume da saga Discworld e o quarto do arco Bruxas.

Pratchett alegremente ignora os populares elfos de Tolkien e retoma do mito original de Erlkönig para compor a história de Lordes e Damas.

O Reino de Lancre é invadido por elfos, seres adeptos da magia e extremamente perigosos. São vaidosos, violentos, e sádicos de uma maneira que apenas o velho folclore europeu - antes de Disney e dos irmãos Grimm - conseguia ser.

Essa obra é uma paródia de Sonho de Uma Noite de Verão, embora Pratchett lhe dê uma roupagem mais parecida com uma história de terror.

Vovó Cera-do-Tempo usa o Bom-Senso, a forma de magia mais óbvia segundo as bruxas, para combaterem a invasão. Contrabalanceando o tom do livro, temos uma paródia de Casanova cortejando Tia Ogg e Magret tentando se adaptar a ser uma rainha e não mais uma bruxa - desnecessário dizer que a última não tem muito sucesso.

É uma das melhores histórias escrita por Pratchett. Recomendo.
Su.livros 27/11/2023minha estante
A resenha é simplesmente incrível! Adorei como cada detalhe da obra foi cuidadosamente explorado, e a maneira como você expressou suas opiniões tornou a leitura ainda mais envolvente. Parabéns pela resenha maravilhosa! ?




Fê Fucci 23/02/2021

Ri muito
Muito engraçado, inteligente e bem escrito.
Confesso que gostei um pouco mais da história de Pequenos Deuses e ri um pouco mais tbm, mas pra compensar, eu me apeguei muito mais aos personagens desse livro e a historia tem um pouco mais de tensão.
Me identifico muito com as bruxas, Tia Ogg sempre comendo e sempre sendo mãezona, a delicadeza de uma manada de rinocerontes da Vovó Weatherwax e Margrat com as ervas dela kkkkkkk São personagens realmente muito fáceis de se apegar.
Duvido o Terry me decepcionar algum dia, e devo dizer, não sou de me apegar em autores, mas ele ganhou um lugarzinho no meu coração sem dúvidas. Feliz demais por ter topado embarcar nessa viagem (LC da Maria Alice do Xícara quente) pelo disco e ter conhecido esse autor incrível.
Lembrando que os livros da série Discworld podem tranquilamente ser lidos fora de ordem, então se tiverem a oportunidade, se joguem, pq vale muito a pena.
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Coruja 08/10/2018

Não é preciso ir muito longe para perceber que Lordes e Damas é uma paródia de Sonho de uma Noite de Verão (com algumas pitadas de A Megera Domada e até Henrique V). Está tudo lá afinal: amores trocados, casamentos reais, travessuras, elfos e encantamentos; mas temperado com alguns detalhes picantes pelo meio, um sabá de bruxas e, claro, o humor bastante afiado de Pratchett.

Embora seja uma continuação imediata de Quando as Bruxas Viajam, com Vovó Cera do Tempo (eu me acostumei com a tradução da Conrad e não consigo pensar nela de outra forma), Tia Ogg e Magrat retornando a Lancre de suas aventuras no exterior, não é realmente necessário ter lido o volume anterior para entender o que acontece aqui. Contudo, eles (lembrando que as bruxas já tinham aparecido em Estranhas Irmãs) adicionam detalhes saborosos à compreensão dos fatos, como a história de Verence ascendendo de sua posição como bobo da corte para rei, o desenvolvimento da relação bastante conturbada da tríade de bruxas protagonistas, algumas varinhas de condão e a verdade por trás do gato Greebo.

Em suma… As bruxas retornaram ao lar e o fazem bem a tempo de lidar com a próxima crise: a barreira entre mundos está mais fina e há criaturas interessadas em chegar ao universo do Disco. Convenientemente, Magrat, a mais nova e mais crédula das bruxas, foi pedida (ou talvez ordenada) em casamento pelo rei e, após mais uma discussão com a vovó, decide abandonar a profissão. E isso é conveniente porque os seres que estão tentando invadir Lancre são… elfos. E Magrat, tão ingênua e branda, não teria a espinha necessária para enfrentar essa realidade.

Então... quando pensamos em elfos hoje em dia, a primeira imagem que nos vem à mente é, muito provavelmente, Legolas surfando em objetos e animais ou pontes desabando, que, teoricamente, não teriam a aerodinâmica necessária à ação. Mas, bem, é o Legolas, então o que são as leis da física para ele?

Dobby também seria uma opção, mas Dobby é um elfo doméstico e devem ser guardadas as devidas proporções. E, antes de Tolkien, havia Flor-de-Ervilha, Teia-de-Aranha e Semente-de-Mostarda, do séquito de Titania, e Puck, claro, servo de Oberon - o elenco élfico de Sonho de uma Noite de Verão. É irônico pensar que Tolkien detestava a representação shakesperiana dessas figuras folclóricas, como pequenos e delicados bibelôs, infantis e usadas para fins cômicos, quando sua própria interpretação de sabedoria, imortalidade e incrível beleza - hoje muito mais difundida por conta dos filmes - também não se aproxima muito da tradição.

É justamente essa contradição que Pratchett utiliza muito bem em Lordes e Damas, trazendo os elfos do folclore medieval, criaturas mercuriais que tanto podem trazer sorte a uma casa (como os brownies) como roubar humanos, trocando bebês no berço por criaturas de sua corte; ou homens e mulheres adultos que de alguma forma prendem sua atenção, levando-os para dançar até a exaustão em seus salões subterrâneos (a balada de Tam Lin é um bom exemplo desse caso, e Susanna Clarke também aproveitou essa ideia em Jonathan Strange e Mr. Norrell).

Na história, há muitos anos os elfos não caminham pelo Disco, de tal forma que a memória de sua existência entrou para o terreno da fantasia e superstição. As pessoas se lembram de colocar um pires de leite do lado de fora da janela e uma ferradura sobre suas portas, mas não sabem por qual motivo o fazem. Elas sabem que elfos são belos e elegantes, que eles têm estilo - mas se esquecem que eles são predadores. Pior que isso até: os elfos são como parasitas cujo poder vem da crença, das histórias e tradições, da imaginação das pessoas. São conquistadores cruéis, criaturas amorais feitas de instinto e desejo.

Não me parece coincidência que as bruxas sejam seus ‘inimigos naturais’, vez que ambos habitam o mesmo espaço do imaginário popular. As bruxas do Discworld entendem o poder da 'cabeçologia', algo que vai para além do efeito placebo de convencer uma pessoa doente de que uma poção mágica vai curá-la: é a lei da causalidade narrativa, a concepção de que estamos todos dentro de uma história e somos personagens com seus devidos papéis. É por isso que palavras e contos de fadas têm capacidade de aumentar ou diminuir a influência da Rainha dos Elfos quando ela invade Lancre; é daí que vem a magia da armadura que Magrat - desafiando o que outros acreditavam dela - veste para salvar seu noivo real.

Claro que Pratchett subverte de muitas maneiras os limites que aparentemente impõe a si mesmo. A lei da causalidade narrativa é, para o Disco, algo como a nossa lei da gravidade - mas é bom lembrar que em Discworld, mesmo a lei da gravidade não é algo absoluto.

Sendo criaturas da tradição, dos contos de fadas, das superstições, fácil também entender o motivo de o ferro ser a principal arma contra os elfos: junto com o fogo, o ferro é um dos principais agentes da civilização. A sociedade nasce com a domesticação do fogo e se divide em diferentes eras: a Idade da Pedra, seguida pelos metais: Cobre, Bronze e, claro, Ferro. Cada avanço desses representa uma evolução tecnológica - mais que isso, é a superação do medo das coisas que vagam na escuridão. Um ponto a mais para a razão… e um ponto a menos para o sistema de crenças que alimenta os elfos.

Não é à toa que é através de uma peça de teatro, da dança, do repetir de seus nomes com suspiros de encantamento, que os elfos são capazes de entrar no Disco. Deslizando pelas brechas do faz-de-conta, eles se fazem presentes quando são chamados.

Nesse sentido, Lordes e Damas brinca com versões da realidade. Mas, se em Sonho de uma Noite de Verão, os personagem têm dificuldade em aceitar os acontecimentos daquela noite e acham mais fácil interpretá-los como um sonho confuso e razoavelmente agradável, Pratchett nos apresenta um pesadelo. Mais que diferentes interpretações dos acontecimentos, o que temos são mundos conectados, memórias que escorrem de um universo ao outro, criaturas alienígenas (afinal, os elfos não são do Disco), unicórnios enlouquecidos e a promessa de uma caçada selvagem - uma caçada na qual os humanos serão as presas.

Mas as diferentes versões da história apresentadas pelos personagens não decorrem apenas da potencial invasão de Lancre: ela está presente também na forma como eles se lembram de fatos passados e de relacionamentos.

Em Sonho de uma Noite de Verão, Shakespeare nos fala da natureza do amor romântico, que nos faz irracionais, tolos, melodramáticos. A peça, em si, é um pouco como a quadrilha de Drummond: Helena que amava Demétrio, que amava Hérmia, que amava Lisandro, que amava Hérmia de volta mas não era o favorito do pai da moça. Aí aparece Puck para colocar lenha na fogueira e poções do amor nos olhos dos amantes. Lordes e Damas não tem tantos amores trocados… mas há questões de relacionamentos ligadas a cada uma das bruxas protagonistas.

Vovó Cera do Tempo, tia Ogg e Magrat formam uma tríade clássica que parece diretamente saída de um estudo de arquétipos: Magrat, a Donzela; Tia Ogg, a mãe e a Vovó, a Anciã. As três, contudo, saem dos limites tradicionalmente impostos a cada um desses ‘ícones’.

Magrat está de casamento marcado com Verence, prestes a deixar seu papel de Donzela para assumir a personagem de rainha - e, por boa parte do enredo, Magrat se digladia com a ideia de estar, justamente, vestindo uma personagem. Acostumada a uma existência como bruxa, suas pesquisas, seu jardim de ervas, seu trabalho em Lancre, ela tenta se conformar com uma existência de brocados, tapeçarias e a feitura de bebês. Seu romance com Verence, que começou com Estranhas Irmãs, nunca chegou a grandes arroubos românticos, algo de que ela se ressente em alguns momentos, afinal, Magrat é uma sonhadora. O pragmatismo, a velocidade com que as coisas estão acontecendo - até a falta de um pedido de casamento claro - espantam-na.

Contudo, não é difícil enxergar o afeto entre Magrat e Verence nas (poucas) cenas em que estão estão juntos; e o quão compatíveis ambos realmente são (especialmente em sua crença de que o mundo pode se fazer de forma correta se seguirem as instruções do livro). O grande problema dos dois são os terceiros a se meter no caminho - em específico, vovó Cera do Tempo forçando os acontecimentos a andarem. Afinal, ela é uma bruxa, e decidir o que é melhor para os outros parece fazer parte do pacote.

Tia Ogg é menos complicada, no sentido de ela não ter neuras sobre poder, posição social ou sexo. Tia Ogg simplesmente é, e aproveita todas as oportunidades, vivendo a vida ao máximo. O fato de ser fisicamente parecida com um daqueles ídolos antigos de fertilidade também não é uma coincidência. Tia Ogg é uma mãe orgulhosa de uma prole numerosa; uma avó amorosa, além de uma sogra aterrorizante… e também está aberta à possibilidade de ser seduzida pelo anão Casanunda, ‘o segundo melhor amante do mundo’.

Mais complexa é a figura de Vovó Cera do Tempo. Nesse livro, temos alguns vislumbres de seu passado e aquilo que descobrimos parece bem diferente da imagem que ela projeta no presente. Jovem, Esme foi algo como um espírito livre, que se deixava perseguir nas florestas por rapazes como… Mustrum Ridcully - que cresceria para se tornar o Reitor da Universidade Invisível. Ela desafiava o status quo, enfrentando as bruxas mais velhas para fazer valer sua opinião, confrontando até a própria Rainha dos Elfos. Em certos aspectos, ela não estava assim tão longe de Magrat, ou mesmo Diamanda.

A Vovó, porém, parece encarar tal passado como uma tolice; que o melhor para ela foi, de fato, ter corrido mais rápido e não se deixado capturar, ter ignorado as cartas que um jovem em Ankh-Morpork lhe enviava até ele se cansar de não receber respostas - e, com isso, a possibilidade de uma vida completamente diferente, uma vida que ela vislumbra como um “vazamento” nas “pernas” do multiverso.

É no encontro de Esme e Mustrum, aliás, que existem ecos de A Megera Domada.

Se influenciado pela chegada dos elfos ou pela causalidade narrativa, fato é que Mustrum não esqueceu de Esme. Mas, se bruxas podem casar e ter filhos (embora isso não parece de interesse da Vovó), o mesmo não se pode dizer dos magos, que costumam ser celibatários, preenchendo suas existências com excelentes banquetes e eventuais ocasiões de possível destruição do mundo.

Essas análises de relacionamentos desembocam, claro, em outro tema que permeia não apenas esse livro, mas praticamente todos os volumes em que as bruxas aparecem, em maior ou menor grau: diferenças de gênero.

Pratchett já falara um pouco do assunto no ensaio Porque Gandalf Nunca Casou. Suas bruxas são uma contínua resposta às questões levantadas nesse texto. A magia delas pode parecer à primeira vista muito pequena, um tanto falsa até, do tipo que é boa apenas ‘para causar verrugas’. Não há os círculos taumatúrgicos, os números e símbolos místicos, ou pentagramas dos magos. Nada de explosões e faíscas brilhantes na ponta dos dedos ou de cajados.

No entanto, enquanto os magos estão sempre prestes a puxar o fio do tecido do universo para ver tudo degringolar, as bruxas agem como guardiãs, protetoras, guias. Elas enxergam os sinais de perigo. Presidem nascimentos e auxiliam na passagem da morte, cuidam das viúvas, dos doentes, das crianças. São líderes de suas comunidades e mesmo os reis se curvam a seus conselhos. Elas têm poder ao seu alcance, mas sabem que existe um preço por usá-lo. E, mais que qualquer outro ponto, elas compreendem seu papel nas histórias.

As pessoas respeitam e temem as bruxas em igual grau. O nome da Vovó Cera do Tempo é o suficiente para fazer muito homem adulto tremer nas botas. Mas todos sabem também que, quando precisarem, elas estarão lá. Elas enfrentarão a escuridão por eles. As bruxas são o coração da terra em que vivem e não é à toa que, quando mais precisam, é a própria terra que lhes empresta poder.

Vovó Cera do Tempo, Tia Ogg, Magrat: todas elas são aquilo que são e elas se recusam a ser qualquer outras coisa (ainda que algumas delas possam ter dúvidas em alguns momentos). Elas não foram Escolhidas: foram elas que fizeram a escolha. Não estão preocupadas em serem heroínas, mas em fazer o precisa ser feito, seja cuidar das unhas de um idoso que não tem mais ninguém para lhe fazer companhia, seja salvando o mundo. De certa maneira, essa é a essência de Lordes e Damas, porque onde os elfos se escondem por trás do glamour, da imagem mais sedutora possível, as bruxas são, descaradamente, elas mesmas e ai de quem ache ruim.

Lordes e Damas é, de certa forma, uma conclusão à trilogia iniciada com Estranhas Irmãs, seguida por Quando as Bruxas Viajam. Embora exista um livro anterior e outro posterior a esses três volumes, eles não têm o mesmo núcleo de personagens, nem o mesmo nível de intertextualidade. Há uma costura com a série da Tiffany Aching, mas o principal da história das bruxas está aqui; a fundamentação para o que representam as bruxas no universo do Disco está toda neles.

No já citado ensaio Porque Gandalf Nunca Casou, Pratchett observa que Merlin é o arquétipo maior do mago, mas que não existe qualquer equivalente feminino. Ao contrário do grande conselheiro do rei Arthur, as mulheres com acesso a magia costumam ser “o grupo mais malévolo de anciãs que você pode imaginar”. Com Vovó Cera do Tempo e as outras bruxas que desfilam por suas páginas - Tia Ogg, Magrat, Tiffany, Agnes e tantas outras -, Pratchett reverte essa lacuna e subverte todos os estereótipos. E, de quebra, nos dá algumas das melhores heroínas e modelos que poderíamos ter.

site: http://owlsroof.blogspot.com/2018/10/all-hallows-read-elfos-bruxas-reis-e.html
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Jóice 26/02/2021

Surpreendente
Fiquei muito surpresa com a escrita do Terry! Foi muito fluida e é divertida, ele introduz coisas engraçadas nos momentos mais inesperados, principalmente nas notas de rodapé.
Adorei conhecer esse mundo de discword e essas bruxas tão legais. Louca para saber mais da história
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Paulo.Brito 06/12/2016

Lordes e Damas
Aproveitando-se da fama póstuma do autor britânico Sir Terry Pratchett, a editora Bertrand reiniciou as publicações dos livros da série Discworld no Brasil. O próximo da lista é Lordes e Damas, o primeiro que traz as bruxas de lancre como núcleo principal da história.

Depois de "As Bruxas Viajam (1991)", Vovó Weatherwax, Tia Ogg e Magrat retornam à Lancre.

Elas são as bruxas dessa região, que fica na beira do Disco.

Mas o autor do livro tem uma ideia muito específica para o que é a bruxaria em seu mundo fantástico: as bruxas do mundo do disco, são poderosissímas, mesmo que não o demonstrem com feitiços espalhafatosos. Elas o fazem por meio de psicologia (cabeçologia), e por meio do seu conhecimento das engrenagens do universo. E a magia das bruxas é muito diferente daquela que os magos usam, ou nas palavras do autor:

O que é magia?

Há a explicação dos magos, que vem em duas formas, dependendo da idade dele. Magos mais velhos falam de velas, círculos, runas e a importância de ter pelo menos quatro boas refeições todos os dias. Magos mais jovens, particularmente os pálidos que passam a maior parte do tempo no edifício de Magia de Alta Energia.

As bruxas têm muitas habilidades, mas uma muito explorada nesse livro é a do "empréstimo", com a qual Vovó consegue ver o mundo através dos olhos de criaturas. Nos livros das Crônicas de Fogo e Gelo, alguns personagens têm a mesma habilidade, mas a forma que Pratchett escreve essas cenas é muito mais engenhosa. É uma habilidade comum nos romances fantásticos, e o autor é conhecido por satirizar o gênero. Então o autor traz a lógica para dentro do campo da fantasia. Como Vovó fica inconsciente quando faz os empréstimos, ela segura uma placa para saberem que não está morta, e quando volta ela sofre efeitos colaterais bizarros que dependem do animal que ela usou.

Os grandes vilões, os elfos, fazem o papel de antagonistas. Longe de serem os elfos Tolkien, é mais uma forma que Pratchett encontrou para subverter as convenções do gênero.

Sobre essa edição da Bertrand: ela vem com uma capa bonita e uma boa tradução. Eu imagino que seja desafiador traduzir o texto de Sir Terry Pratchett, e embora o trabalho de tradução seja sólido, não substitui o original em inglês.

O autor já foi acusado de criar uma boa sátira em detrimento de desenvolver bons personagens.

Então temos em Lordes e Damas, a Vovó Weatherwax, bruxa líder que enfrenta quaisquer ameaças sem vacilar. Ela é extremamente inteligente, e não acata a regra nenhuma da sociedade de Lancre. Isso acaba funcionando como uma sátira para costumes atuais.

Sério, a Vovó, é intocável.

E um personagem invencível normalmente não tem profundidade. Para ser um bom personagem, ele tem que ter fraquezas certo.

No entanto, a confiança da personagem em suas habilidades é parte de sua personalidade (e parte fundamental da bruxaria, demonstrar o seu poder para inspirar respeito).

Ela não é um personagem que demonstra afeto facilmente, e, mesmo assim, a amizade entre Vovó, Tia Ogg e Magrat é uma das mais bonitas da literatura fantástica, e não há lorde nenhum que fique no caminho da amizade das damas.

site: http://leitura-pop.blogspot.com.br/2016/11/resenha-do-livro-lordes-e-damas.html
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Laís Gonçalves 18/07/2021

Lordes e Damas
Eu amei tanto esse livro, (o primeiro solo que eu leio do autor, era pra eu ter pego Quando as Bruxas Viajam, só que teve uma confusão), especialmente os momentos sobre universos paralelos e sobre o jeito dos elfos. O trio de Lancre brilhou muito, com cada uma delas tendo o seu momento de destaque.

Envolve muitos momentos épicos, ferro, possibilidades e abelhas.
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