Aulas de literatura

Aulas de literatura Julio Cortázar




Resenhas - Aulas de Literatura


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Mateus com h 12/04/2021

Aulas
Divididas em alguns dias. Para quem leu o jogo da amarelinha, o Cortazar disseca e nos apresenta outros prismas de uma de suas obras mais impactantes. Paralelamente, é interessante notar e acompanhar a luta da literatura latino americana, sobretudo a Argentina, no meio das ditaduras dos anos 70 que assombrou nos países do cone sul americano.

As paginas onde ele disserta sobre jazz e o fantástico, mereciam molduras.

Recomendo demais! Viva Cortazar.
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Fabio Shiva 15/05/2019

Tristeza e Esperança
Que deleite poder frequentar a classe de maestro Julio Cortázar!

Este livro é a transcrição de uma série de oito aulas (e mais duas palestras) que Cortázar ministrou em 1980 na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. Creio que a maioria de seus alunos era de latino-americanos, pelas perguntas feitas e pela impressão de que as aulas foram ministradas em espanhol.

Para quem ama a Literatura, essas aulas representam um tesouro inestimável, graças ao carisma do professor Cortázar, que com sua fala macia e envolvente vai nos conduzindo por labirintos simbólicos e extremamente atrativos, a tal ponto que eu, pelo menos, não queria mais encontrar a saída, e fiquei triste (como devem ter ficado os alunos da turma presencial) quando as aulas chegaram ao seu inevitável fim.

A tristeza, contudo, acompanhou-me durante toda a duração do curso, pela percepção do abismo que nos separa, nos dias de hoje, das esperançosas alturas vislumbradas no alvorecer da não tão distante década de 1980... Cortázar nos fala de um momento em que os leitores estavam buscando nos livros algo mais que uma “mera” satisfação estética. Colocando sempre a sua jornada pessoal como exemplo, Cortázar fala de um chamado “metafísico” e “histórico” sucedendo o apelo puramente “estético”. Na mirrada literatura de entretenimento que domina o mercado atualmente, até mesmo a etapa inicial, “estética”, já parece pesada e indigesta... que dirá falar de questões existenciais ou de cunho social!

Outro motivo de tristeza é o testemunho de Cortázar de que as pessoas estavam lendo cada vez mais contos... Acho que foi o Rubem Fonseca quem primeiro me chamou a atenção para o fato de que os contos atualmente estão “fora de moda”. Fiquei tentando entender isso, afinal um conto por ser mais curto deveria ser mais atraente para um leitor preguiçoso. A explicação que encontrei foi que o conto é um mergulho em profundidade, assim como, de certa forma, o poema. Dá muito mais trabalho escrever um bom conto que um bom romance, se formos considerar palavra por palavra. Do mesmo modo, ler um conto bem escrito exige bem mais do leitor.

Outra constatação que também teve uma nota de tristeza foi a do isolamento do Brasil em meio à América Latina. Um brasileiro tem muito mais facilidade de ler um livro escrito em espanhol, que nossos irmãos latino-americanos de entenderem o nosso português. Sabe-se lá porque isso! O próprio Cortázar, que é argentino, admite não ter lido quase nenhum autor brasileiro, mas se compraz comentando a literatura chilena, colombiana, salvadorenha etc. Por outro lado, devido às dimensões continentais e à diversidade de povos e culturas que temos no Brasil, penso que está bem que assim seja.

Da mesma forma, assim como no decorrer de poucas décadas a Literatura e as Artes em geral experimentaram tamanha derrocada, nada impossibilita que voltem a se erguer em um período igualmente curto! Confio e espero que a Data Limite e a Transição Planetária tragam em seu bojo um novo florescimento artístico e literário, para o bem de toda a humanidade. Que assim seja!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/05/aulas-de-literatura-julio-cortazar.html


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Rosa Santana 27/03/2020minha estante
Adorei ler sua resenha.
Ao término me veio: A esperança move o mundo!?


Fabio Shiva 28/03/2020minha estante
Oi, Rosa! Gratidão por seu comentário e por essa energia boa! Assim seja!




Cronópia D. @deborams 01/04/2016

Que privilégio ser aluna de Julio Cortázar!
Me encantei logo nas primeiras páginas, assim como ocorrera quando comecei a ler a literatura de Cortázar. Este livro me fez admirar ainda mais o grande cronópio. Que bom que os bons sentimentos sempre podem se expandir mais e mais!
Eu realmente achei uma delícia e me senti muito privilegiada por poder ler essas aulas de literatura do Cortázar. Eu certamente queria ter sido uma aluna do escritor e, com este livro, acho que fui, né? Nada como "ouvir" Julio Cortázar falando de sua própria obra y otras cositas más! O amor pelos cronópios, o tamanho conhecimento que o escritor tem por tantas coisas, ouvir Julio analisar a sua própria obra, a defesa da América Látina, a importância da escrita de cunho político, a literatura que engloba muito mais que ela em si mesma... É maravilhoso! Me deleitei.
Terminei de ler o livro com vontade de compartilhá-lo com alguém.

"(...) E cada dia que passa me parece mais lógico e mais necessário que vamos à literatura - sejamos autores ou leitores - como se vai aos encontros mais essenciais da existência, como se vai ao amor e às vezes à morte, sabendo que fazem parte indissolúvel de um todo, e que um livro começa e termina muito antes e muito depois de sua primeira e de sua última página. (...)" - Julio Cortázar.
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