A viagem do elefante

A viagem do elefante José Saramago




Resenhas - A Viagem do Elefante


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Ricardo 05/12/2020

Mais uma obra com a cara de Saramago. Vemos seu estilo inconfundível, as metáforas filosóficas, o sarcasmo, as digressões, a mistura de fatos históricos com a ficção. A viagem do elefante é um grande passeio por uma obra forte, inventivas e tocante.
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Dani Ramos 06/12/2017

Adorei!
“Diz-se, depois de que primeiro o tivesse dito Tolstói, que as famílias felizes não têm histórias. Também os elefantes felizes não parece que o tenham (…)“

O livro conta a história inusitada quando o rei Dom João III de Portugal e sua esposa Catarina d’Áustria, oferecem como presente, um elefante ao arquiduque Maximiliano II. O animal que veio diretamente da Índia para Portugal, permanecendo dois anos em Lisboa, é destinado à uma jornada longínqua e desconhecida. Enquanto uma caravana com militares e civis era feita as pressas, Salomão – o elefante -, era preparado pelo seu cornaca chamado Subhro, ele indiano de natureza mas naturalizado com algumas culturas ocidentais, torna-se um personagem importantíssimo para a trama.

“A Viagem do Elefante“, nos mostra essa aventura em terras portuguesas até Viena, introduzindo detalhes históricos e morais da época. Os personagens são muito bem desenvolvidos e marcantes, dando uma visão sobre a sociedade e seus pensamentos do século XVI. Me apaixonei por todos e acima de tudo, pelo Salomão, um animal extremamente inteligente que consegue nos passar um afeto e carinho imenso. As mensagens singelas no texto, nos faz refletir sobre alguns assuntos e comportamentos atuais.

A narração da história é muito leve e elaborada. Essa foi minha primeira experiência com o autor e achei incrível a forma de escrita dele. O jeito que conduziu o enredo até o desfecho, foi muito bem pensada, não deixando nenhuma ponta solta. Encontramos partes engraçadas, dando aquela descontração na leitura.

“Como já deveríamos saber, a representação mais exata, mais precisa, da alma humana é o labirinto. Com ela tudo é possível.”

“Para bom entendedor, até meia palavra sobra (…)”

Como será que decorreu a viagem de Salomão até Viena? Quais acontecimentos ocorreram durante o trajeto? E qual foi o destino de Subhro assim que chegou à Áustria? Devo admitir que gostei muito do livro e estou ansiosa para a continuação do projeto #1anocomsaramago.
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Juliana.Cantuaria 20/11/2019

Maravilhoso
Amo o estilo do Saramago, a falta de pontos parágrafos, pontos em seguida... ele é tão maravilhoso que a escrita não precisa seguir as regras gramaticais pra que nós compreendamos perfeitamente, e com tanto sentimento, cada linha de seus livros!
Salomão, um elefante pelo qual não tem como não se afeiçoar, é o principal personagem, junto com com Subhro, seu cornaca.
Presente do rei de Portugal, Dom João ao imperador da Áustria, Salomão inicia sua viagem atravessando o território europeu, perpassando por várias intempéries e situações inesperadas.
É um livro muito engraçado, com várias passagens que nos arrancam gargalhadas. Muito leve, suave. Apesar disso, Saramago não deixa passar suas visões sobre religião e política, traços sempre presentes em seus escritos.
Recomendo tanto para amantes de animais quanto para os que apreciam uma leitura inteligente.
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regifreitas 11/09/2023

A VIAGEM DO ELEFANTE (2008), de José Saramago.

Em pleno século XVI, Dom João III, rei de Portugal, decide presentear o arquiduque austríaco, Maximiliano II, com um elefante asiático. Desse modo, Salomão, o elefante, o indiano Subhro, seu conarca (adestrador e tratador de elefantes), junto de uma comitiva de soldados e serviçais, percorrerão o trajeto de Lisboa a Valladolid, na Espanha. Na cidade espanhola, uma tropa austríaca tomará posse do presente e o conduzirá, em uma longa jornada, repleta de desafios e surpresas, passando por Espanha, Itália, pelos alpes suíços, até a cidade de Viena, onde será entregue ao seu proprietário final, o arquiduque. Baseado em um fato real, do qual se tinham pouquíssimas informações, Saramago preenche com sua reconhecida mestria e imaginação os interstícios dessa história, entregando-nos o que seria seu penúltimo romance lançado em vida.

Muitos consideram esta uma das obras menores do Nobel português. A primeira vez que a li, há pouco mais de dez anos, também acabei tendo essa mesma impressão. Relendo-a agora, e tendo um panorama mais amplo da produção do autor, consegui me envolver e apreciá-la bem mais. O estilo de escrita de Saramago, o domínio que ele tem da narração, tornam qualquer história contada por ele, no mínimo, digna de atenção.

Aqui, mais do que a própria viagem, as relações e diálogos travados entre os personagens são o ponto alto do livro. As complexidades da personalidade humana estão sempre na mira de Saramago, e, mesmo o menor personagem, o mais obscuro e ínfimo deles, vez ou outra nos surpreende com um lampejo de humor, astúcia ou discernimento. O próprio Salomão, embora não fale no sentido literal, é dotado de personalidade, pois, através do narrador, acessamos alguns dos seus sentimentos e pensamentos.

Então, A VIAGEM DO ELEFANTE é mais um exemplo do grande escritor que foi José Saramago, com seu estilo e habilidade únicas de contar histórias. Já estou me tornando repetitivo aqui sobre isso. É, sem sombra de dúvida, um dos maiores autores de todos os tempos, e não só entre os de língua portuguesa. E que grande sorte a nossa de podermos lê-lo no original!
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Jess 06/12/2018

Uma viagem inesquecível
Não sei se vale a pena tentar dizer o que esse livro representou para mim. Talvez o momento tenha sido completamente propício para a leitura, pois estava em aflição por não saber se estava onde deveria estar, até que a frase da contracapa saltou diante de mim: sempre chegamos aos sítios aonde nos esperam. Pronto, era o que eu precisava para embarcar nessa viagem que pouco a pouco, se revelou muito similar à viagem que eu fazia dentro de mim em terras lusitanas, para completar. O fato é que assim como o Subhro, andei trilhando percursos que me fizeram pensar que algo sempre estava sendo roubado de mim. Mais ainda, quando o seu nome foi mudado, senti todo o meu interior estremecer com ao ver mais uma parte dele se esvair. Não sei explicar o que senti, só sei que esse livro me marcou como poucos o fizeram. Sempre chegamos aos sítios aonde nos esperam e ninguém pode fugir do seu destino.
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Andreia Santana 15/10/2011

“On the road”, com Salomão e Caim
Coloquei o alforje a tiracolo, calcei o par de botinas mais resistente, arrumei um cajado, para apoiar o corpo cansado, e segui no encalço de Salomão, por meia Europa. Sofri a fome e o calor. Também tiritei de frio, na travessia dos Alpes. Após matar um irmão e receber uma marca na testa, errei por vários mundos, ao léu, como proscrito filho de Adão e Eva...

Acredito que não tenha sido a única, pois é quase impossível ler A Viagem do Elefante e Caim, obras de José Saramago, lançadas, respectivamente, em 2008 e 2009, sem percorrer palmo a palmo dos caminhos destes personagens: um paquiderme indiano, presente de D. João III para Maximiliano, arquiduque de Áustria; e Caim, o condenado fratricida que só mesmo pelas palavras do autor português poderia ser redimido de seus pecados.

Se fossem roteirizados, A Viagem do Elefante e Caim dariam ótimos road movies. Os dois livros descrevem jornadas quase épicas e possuem os elementos caros aos “filmes de estrada”. Em cada canto do mundo, Caim e Salomão (não a toa batizado com o nome de um “rei bíblico”) conhecem um pouco mais da humanidade, no que isso tem de bom e de ruim. No caso do elefante, é com indiferença que ele assiste ao duelo de vontades dos dois reis que dispuseram de tão nobre criatura como um mimo e símbolo de diplomacia transcontinental.

Para dizer a verdade, a ideia é bem exótica e passaria fácil por um artifício da ficção, se não fosse baseada num fato histórico verídico. De fato, o rei português ofereceu um elefante de presente ao arquiduque austríaco. José Saramago, hábil escritor, mais hábil ainda como filósofo e grande conhecedor da alma humana, apenas botou um pouco mais de tinta colorida na descrição de uma viagem que deve ter sido por si só, nos idos do século XVI, um acontecimento dos mais inusitados.

Já a história de Caim, cá entre nós, ficou infinitamente mais saborosa na pena do autor, do que da forma que nos é apresentada na bíblia. O escritor, ateu convicto e praticante, utiliza-se do amaldiçoado personagem para rever o Velho Testamento e os desmandos do vingativo Deus descrito nos livros bíblicos. Se o Jesus do Novo Testamento é um sujeito do bem, pregando a união entre os homens, o perdão e a solidariedade; em contrapartida, o Deus de Moisés e Abraão é de meter medo. Se Caim é o assassino de Abel, Deus foi o mandante, ao menos na visão de Saramago.

Os dois livros, embora situados em épocas distintas e com personagens diferentes, se assemelham no uso da metáfora da estrada enquanto lugar de purgação. Duas jornadas árduas que conduzem a uma revisão histórica e bíblica, uma espécie de passar a limpo a presença humana neste mundo. Melhor dizendo, uma revisão de palavras, porque não somos nada mais que palavras reunidas e contextualizadas em um sentido ou em outro. O que seríamos sem as palavras? São elas que nos dão significado.

Característica marcante das obras de Saramago, a ironia também está presente na narrativa tanto da viagem de Salomão rumo à corte de Maximiliano, quanto na jornada de Caim, em cumprimento a maldição divina. Mas, ao contrário de outras obras mais dramáticas do autor, onde a ironia revela o choque em descobrir as mazelas humanas (Ensaio Sobre a Cegueira, A Caverna, por exemplo), desta vez, ela vem acompanhada de doses generosas de humor. Beira a comédia pastelão a hilária descrição do confronto entre as guarnições portuguesa e austríaca para decidir quem vai transportar o elefante pelas geleiras alpinas.

Salomão e seu cornaca (tratador) não compreendem o mundo ocidental onde estão inseridos e muito menos possuem grandes expectativas sobre a nova vida em Áustria. Boa parte da viagem, o cornaca (uma espécie de alter-ego do elefante) dedica a relembrar a vida de ostracismo em Lisboa, temendo que destino semelhante os aguarde no novo lar. A verdade é que o tratador de elefantes não vê muito sentido na troca de presentes esdrúxula entre os dois soberanos. No fim das contas, conclui: – não exatamente com essas palavras – “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Enquanto isso, Caim, pulando por fissuras no tempo e no espaço, como um cosmonauta dos tempos remotos, gravita em torno das histórias bíblicas e inicia uma espécie de duelo com Deus, culminando com a descrença total na bondade do ser supremo. É interessante perceber que a bíblia é um dos principais símbolos e sínteses da cultura judaico-cristã, que por sua vez, vai originar os reinos europeus que tanta surpresa causam ao cornaca e ao seu elefante andarilho.

É como se, apesar de A Viagem do Elefante ter sido lançado primeiro, a jornada de Caim, seus questionamentos e o choque perante a crueldade do Deus de Moysés (que afinal de contas, calcinou até as crianças ao punir Sodoma e Gomorra), dos homens e daqueles tempos supersticiosos, fosse o prenúncio das andanças de Salomão e dos choques culturais que o paquiderme e seu cornaca enfrentariam na sua trajetória.

No fim das contas, percorrer os caminhos do elefante ou do filho condenado de Adão e Eva é revisar nossos mitos, medos e crenças, passando a limpo a civilização ocidental e suas idiossincrasias.

Uma sinopse para cada obra:

A viagem do Elefante – O livro, baseado em fatos verídicos, conta a história da jornada épica do elefante Salomão, um exemplar das colônias lusas na Índia, pertencente ao rei de Portugal, D. João III, que é oferecido como presente de casamento ao arquiduque e futuro imperador austríaco Maximiliano. O elefante atravessa meia Europa, seguido de uma exótica caravana composta por soldados, carros de boi e trabalhadores braçais, e em cada parada do caminho, o autor nos brinda com seu profundo conhecimento das motivações que dão sentido à existência deste pequeno animal bípede (comparando com os quatro metros de altura de um elefante) chamado homem.

Caim – Neste livro, José Saramago se predispõe a escrever um suposto capítulo na bíblia, uma espécie de “evangelho apócrifo”, ou melhor, “capítulo apócrifo do Gênese”, sobre o destino de Caim, o filho de Adão e Eva, que por inveja, matou o irmão Abel (o preferido de Deus). Marcado pela ira divina, Caim é condenado a errar pelo mundo e pelas eras, testemunhando boa parte das histórias do Velho Testamento (A Torre de Babel, A queda de Sodoma e Gomorra, o sacrifício de Abrãao e o dilúvio enfrentado por Noé). Ao longo de sua trajetória, Caim questiona Deus que, por sua vez, nem sempre consegue dar respostas satisfatórias.

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Vini Ribeiro 15/01/2023

Um livro sobre memória, sobre a importância da convivência, do humano para o humano. A importância de se nomear as coisas, a intenção quando se nomeia algo, um animal, que passa de uma criatura sem personalidade - sendo a personalidade a interpretação do homem em relação a ele - para um personagem que com o homem convive.

Um conto de 200 páginas, uma piada de Saramago, ele e seu humor ácido, sutil, tão sutil que às vezes é difícil entender como humor.

Filosófico, poético, com a cadência que o autor exige. Nem sempre o elefante é o protagonista, muitas vezes Saramago quer tornar a paisagem, incluindo as pessoas nela, como protagonistas, o que dá vida não somente ao texto, mas ao livro. Existimos e então, não mais. A vida é como esse conto, que se encomprida, mas não deixa de ser um conto.
Fabiana.JucA 15/01/2023minha estante
Esse livro é incrível! ??




Janaina.CrisAstomo 15/08/2021

A viagem do elefante.
O livro conta a história do Salomão, um majestoso elefante que é levado de Portugal para Viena. Ao longo da história alguns caprichos do arquiduque, ganhador do elefante. Esse livro conta uma passagem história real.
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Karinny 12/11/2020

Jornada introspectiva
Como são maravilhosos os narradores de Saramago! A estória do trânsito do elefante Salomão, de Portugal até a Áustria, é profunda graças ao seu narrador, que não ousa propriamente humanizar o animal, mas o apresenta em sua graça de besta. Todos os dilemas são universais, o que faz com que nos identifiquemos com as personagens e devoremos as páginas dessa curta narrativa.
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Igor 13/12/2012

Interessante
Este livro foi minha primeira experiência com Saramago. Para quem nunca leu esse autor, é bom saber que ele faz uma narrativa diferente de todos os outros autores. As falas dos personagens são intercambiadas não por pontos finais, mas por vírgulas e iniciadas por letras maiúsculas (no meio da frase mesmo), assim como a troca entre a fala deles com a do próprio autor. A vantagem dessa forma de narrativa é que dá muita velocidade à leitura. De início pode ser bem confuso, mas depois de algumas páginas você começa a se acostumar e vai entendendo sem muitos problemas.

O livro só pode ser classificado como interessante. Houve momentos de genialidade (vários) e outros em que eu me perguntei porque estava lendo este livro.

A história principal, a da viagem do elefante e toda a caravana que o transporta é, por falta de melhor palavra, insossa. A bem da verdade é bem chatinha, sem nada de interessante. Mas o forte do livro não é a história principal, ela é apenas um pretexto para que o autor possa dar suas pinceladas de genialidade, revelando ações e pensamentos humanos que todos temos, mas que quase nunca notamos. Essas reflexões sobre a natureza humana são, devo dizer, excelentes e por vezes tive que parar de ler para pensar "puts, nun é que é assim mesmo..."

Eu diria que não é um livro leve, para se ler apenas por diversão, e tem passagens chatas de se ler (razão pela qual não dei 4 estrelas), mas ainda acho que merece ser lido.

Se você pretende ler algo simples e divertido, nem pense em ler este livro. Se você deseja ler um livro com uma proposta MUITO diferente da dos best-sellers e que pode lhe acrescentar algo, eu recomendo!
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Suzane10 29/06/2023

Um desafio e tanto! Saramago é realmente desafiador. Difícil entender a escrita, o desenrolar e ler sem pontuação, letras maiúsculas e minúsculas nas horas certas e bate de frente com tudo aquilo que estamos acostumados a ler, mas quando a gente pega o jeito e entende a condução da escrita, a leitura flui. Gosto de desafios
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fabio 12/09/2020

o autor tenta página sim, página não, soar engraçadinho
muito viciado em sarcasmo ele
história boa de se ler e acho que de se escrever também
personagens muito bem feitos
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Tábata 11/02/2021

Saudades Salomão
A história é ótima, com várias nuances de humor bem sútil, muitas reflexões e aprendizados, e no final uma saudade boa do querido elefante, que sem dúvidas é o protagonista dessa história.
dieipi 09/09/2021minha estante
vishe, tomei spoiler.




Luizgustavo 17/01/2022

Salomão e solimão.....
Muito boa leitura, eu não esperava por esse final ??????. Mas saramago conhece kkkkkkk o meio do livro deu uma empacada mas depois a leitura flui, o melhor desse livro é a ironia do saramazo e suas altas dozes de humor valeuuuuuu.
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