Resenhas - A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra

jhagmolina 13/09/2022

Um clássico para analisar passado, presente e futuro!!!
Havia feito a leitura deste clássico de Engels em 2020, retomei sua leitura em 2022 para um curso de extensão Marx, Engels e suas fontes IV na UNB e nesta segunda leitura vi detalhes que me passaram despercebidos numa primeira leitura: a riqueza de detalhes descrita pelo autor na Manchester de 1844, a crise do capitalismo inicial na Inglaterra ligado às indústrias têxteis e o surgimento sofrido da classe assalariada, o proletariado.
A previsão das crises de 5 a 5 anos na época, seguidos por recuperações e novas crises, alterando no curso da segunda metado do século XIX com crises tendendo a ocorrer a cada 10 anos, mas em ciclos de recuperação.
Vale a leitura e releitura, um clássico do marxismo com este pioneirismo de Engels, um alemão a escrever tão bem da Inglaterra pós Revolução Industrial.

Jéssica Maria 25/02/2023

Lido para a Disciplina de Questão Urbana e Questão Rural
Eu tive que fazer um fichamento desse texto para uma disciplina na universidade. Trata-se de um cenário que se dá na Revolução Industrial, onde só quem possui capital é quem o acumulou durante séculos riqueza, a custa da classe trabalhadora.

Neste período ocorre uma completa separação entre o capital e o trabalho. O trabalhador, o produtor direto, não tem mais a propriedade dos meios de produção. Eles são propriedade exclusiva dos detentores do capital. A propriedade particular dá lugar à propriedade privada, tendo o lucro, e não a necessidade, como único objetivo da produção.

Engels faz uma análise completa, das cidades industriais que visita. Reforça a ideia de que a sociedade divide-se cada vez mais em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado. O autor também aponta a revolução industrial como o pontapé no processo de crescimento das cidades, que se acelerou devido à necessidade de mão-de-obra nas indústrias e a redução do número de trabalhadores no campo.

A industrialização promoveu de modo simultâneo os dois eventos, um de atração pela cidade, outro de expulsão do campo. Antes da revolução industrial não havia nenhum país onde a população urbana predominasse. As pessoas vão para o meio urbano em busca de oportunidades para melhorar de vida e a cidade aparece associada a uma unidade produtiva complexa, produzindo ampla variedade de bens e serviços. Todavia, no momento em que a cidade entra numa curva de perda das vantagens, ainda assim, ela continua a se expandir, assistindo inerte à degradação de seu meio ambiente e de sua qualidade de vida humana.

A população das cidades industrializadas cresceu bastante. A divisão da cidade em Cidade dos Ricos e Cidade dos Pobres era nítida. Era fácil perceber onde a cidade dos pobres começava, era só atentar-se para a sujeira nas ruas, o lixo espalhado, a fome estampada na cara das pessoas e o fedor que exalava no ar, tornando tanto o clima quanto o ar mais pesado, mais sofrido e mais desagradável. Atual, né?

O capital não apenas explora a força de trabalho, mas se insere nas raízes da vida humana. Implanta um sistema onde há um exército industrial de reserva e essa reserva está composta por trabalhadores. A desigualdade e a pobreza são vitais para o funcionamento normal da economia capitalista. A desigualdade é necessária para produzir uma força de trabalho diversificada. A mecanização, a automatização e o ritmo desigual do desenvolvimento econômico produzem inevitavelmente desemprego, subemprego e pobreza.

Mesmo com toda a exclusão social, parte desse contingente de trabalhadores inseridos na miséria via a saída na revolução. Viam nas greves, nas revoltas armadas ou não, nas rebeliões e – muito importante – na formação de sindicatos – uma possibilidade de segurança, melhoria das condições de trabalho e o fortalecimento da luta operária.