Lina DC 02/04/2016Sean Corrigan, o protagonista que dá nome a série, é um homem focado no trabalho. Ele teve uma infância abusiva e como consequência, ele meio que tem o "dom" de entender melhor a mente dos criminosos mais infames. É como se ele visse da perspectiva deles e conseguisse entender seus motivos e anseios. Sean é casado com Kate, uma médica que trabalha no setor de emergência e tem duas filhas: Mandy e Louise. A interação familiar é um pouco tensa, pois Sean acaba se focando demais no trabalho, deixando de passar um tempo com as filhas pequenas e não dando atenção a esposa. Apesar de entender o seu lado, conhecer o seu passado e amá-lo profundamente, Kate fica frustrada, pois Sean não é o único que possui um trabalho estressante. Essa dualidade dele é o que encanta durante a leitura, pois ficamos irritados e estressados por sua falta de consideração com a própria família, mas também ficamos agradecidos por sua dedicação nesses casos tão difíceis.
A equipe de Sean aos poucos vai sendo apresentada. Os personagens que tem uma maior participação na história é o sargento-detetive Dave Donnely e a sargento Sally Jones. Os peritos também contribuem bastante e demonstram sua importância.
O interessante no Sean e em toda a sua equipe é a imperfeição. Eles são cheios de defeitos, cometem erros, magoam pessoas queridas. Tudo isso porque são humanos. E é essa humanidade tão forte nesses personagens que os tornam carismáticos.
A equipe é chamada para investigar o desaparecimento de Louise Russel, uma mulher na faixa dos trinta anos de idade, casada, que em uma manhã simplesmente sumiu. Enquanto a polícia especula se ela não fugiu com um amante, por conta das ligações da família e do marido, foi solicitado que a melhor equipe investigasse o caso.
Como vocês podem imaginar, Louise não fugiu. Ela foi capturada por um homem completamente insano, que não apenas tortura psicologicamente suas vítimas, como também realiza barbaridades aos seus corpos.
Durante os trechos em que observamos o criminoso e às vítimas, vemos uma mente doentia e distorcida, que tenta reparar algo do passado de uma forma arrepiante.
O que torna a série tão atrativa é a forma como o autor coloca os sentimentos e pensamentos do assassino. Ficamos tão conectados a ele quanto às suas vítimas e no final, passamos por uma montanha russa emocional.
Mais uma vez houve uma descrição minuciosa dos crimes e do cenário, o que auxiliou ainda mais na vivacidade dos acontecimentos.
"Sombrio" é uma obra prima, repleta de drama, suspense e com um final arrebatador.
"Não houve resposta. Karen apenas se enroscou formando uma bola apertada, e começou a cantar uma música, bem baixinho. Louise se esforçou para entender as palavras. Quando conseguiu, percebeu que ela não cantava uma música qualquer, era uma canção de ninar." (p. 35)
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