Flores na Tempestade

Flores na Tempestade Laura Kinsale




Resenhas - Flores na Tempestade


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CarlaC 04/01/2012

Maddy é uma enfermeira, membro de uma divisão da Igreja Protestante, chamada Sociedade dos Amigos (também apelidados de quakers), virtuosa, de estatuto social humilde e Christian um duque mundano, riquíssimo e libertino. O "anjo" e o pecador…

Onde é que estes dois personagens se cruzam? Bem, o duque é um génio da matemática e o pai de Maddy idem. O amor de ambos pelas questões matemáticas levou a que se conhecessem por intermédio de um jornal e passassem a fazer uma parceria. Juntos, o duque e o pai dela, vão provar que existe uma geometria diferente da de Euclides. O papel de Maddy nisso tudo é que o pai dela é cego e é ela quem o ajuda com as equações. Ela passa para o papel as equações matemáticas do pai e serve de intermediária entre ele e o duque.

Mas essa parceria é interrompida no dia em que o duque sofre um AVC (no livro não é mencionado o nome técnico, porque acredito que não houvesse grandes conhecimentos na época, e é precisamente essa ignorância que leva a que as coisas tenham o desenvolvimento que tiveram) e Maddy é informada que ele morreu. Apesar de achá-lo um libertino e o desprezar pelo seu modo de vida a notícia a abala consideravelmente.

O duque não morre mas após sair do coma uma das consequências do AVC é a perda da fala (afasia) e ele é colocado pela família em um manicômio, sendo considerado louco. Ao mesmo tempo a família pretende declará-lo incapaz de gerir o seu património para se apossar dos seus bens. No manicômio ele é tratado como um animal e sofre bastantes maus tratos por parte dos auxiliares. Nessa época a gente vai conhecer um outro Christian. Ele está encarcerado em uma cela de um manicômio, mas sobretudo ele está encarcerado dentro de si mesmo, sem conseguir se comunicar com o mundo. E aqui a autora é fabulosa porque ela consegue nos transmitir exatamente como ele se sente, seus pensamentos confusos e desarticulados, suas agonias, sua impotência, incapacidade de se expressar, seu desespero, sua raiva e revolta. Nesses momentos, é palpável o quão frustrado, perdido e desamparado ele se sente.

Mas mais uma vez os destinos de Maddy e Christian vão se cruzar. Algum tempo depois ela vai trabalhar como enfermeira no manicômio e leva um verdadeiro choque ao descobrir por acaso o duque em uma cela, sendo barbeado por um dos auxiliares, com um dos braços acorrentado à cabeceira da cama. Sua única chance de salvação se apresenta a Christian e ele não vai deixá-la escapar. Christian consegue se comunicar com Maddy e ela descobre que ele não está louco, que simplesmente perdeu a capacidade de falar, e toma para si a missão de ajudá-lo. É aqui que a história realmente começa e eu só posso dizer que é fantástica! Maddy é a única pessoa que o compreende, que acredita na sua sanidade, é a única coisa que o prende à realidade e o impede de realmente enlouquecer. Entre eles nasce um amor lindo e uma grande dependência um do outro - a de Christian muito mais evidente que a de Maddy (que se refugia nas suas crenças religiosas e no espírito de "missão" para fugir do que sente) - que arrebata o leitor. E que dizer do Christian?... Ele é uma mistura explosiva de "pirata"másculo e sedutor, com vulnerabilidade, doçura e ternura quase pueris. Ele arrasa corações sem pedir licença e quando você pensa que ele não pode te conquistar mais, ele vem e te surpreende de novo! Óbvio que já o coloquei na minha listinha restrita de "mocinhos inesquecíveis". E ele é realmente inesquecível. Um dos melhores!

A história é muito interessante e além disso apresenta um enredo "novo", assente em problemáticas reais, o que foi ótimo porque, tirando algumas exceções, as minhas leituras não me estavam trazendo nada de inovador ultimamente. Adoro romances cujo tema é a deficiência e a superação das limitações e Laura Kinsale o abordou com maestria, sem exagerar no dramatismo. Pelo contrário, ela salpica a história com momentos hilários que me trouxeram lágrimas de riso aos olhos várias vezes. Eu fiquei curiosa durante a leitura do livro e fui procurar mais informações acerca dele e descobri uma entrevista em que a autora falava que se inspirou no caso real da sua tia-avó, que sofreu um AVC, para criar essa história. E que o fato do Christian ser canhoto teve um propósito muito específico. Segundo as pesquisas dela os canhotos têm uma disposição atípica dos centros da fala, no cérebro, e por isso muitas vezes se recuperam melhor de lesões afásicas.

É sem dúvida um dos melhores romances que eu já li. Amei!
Lizzy 04/01/2012minha estante
Carla, parabéns pela resenha. Esse livro é excelente. Laura Kinsale é conhecida por sua originalidade e também por abordar os aspectos psicológicos dos personagens com uma intensidade que não encontramos normalmente. Recomendo a leitura The Shadow and The Star, igualmente encantador. Bjs


Silvanna 04/01/2012minha estante
Ando à procura deste livro mas está esgotado em todo lado! :( toda a gente diz maravilhas dele e a sua resenha só me abriu ainda mais o apetite:) Bjinho Carla


CarlaC 04/01/2012minha estante
Obrigada pela dica, Lizzy. Fiquei muito interessada em ler outros livros dessa autora! Amei essa história.


Cinthia_a.p. 04/01/2012minha estante
Aiiii, agora fiquei com mais vontade ainda de ler. Já vou separar qdo chegar em casa.
Beijos_s


Flaveth 14/04/2012minha estante
Carla, sua linda!

PLEASE! Onde encontro esse livro? Na WOOK, FNAC e CULTURA não tem mais!


Manu Sousa 28/11/2013minha estante
Terminei de ler esse livro ontem e simplesmente amei. Que história sensacional, realista, bem diferente dos livros de romance históricos que costumamos ler. Todos os ingredientes tradicionais estão lá, um toque de humor, romance, sensualidade, dificuldades, até se alcançar um final feliz, mas o que faz a diferença desta obra em relação a tantas outras é o realismo dos seus personagens, a construção e desconstrução de suas personalidades no decorrer da história, a mudança das suas nuances. Amei demais essa autora e já vou pesquisar outros de seus livros para começar a ler imediatamente.


Katia 13/06/2016minha estante
Que resenha ma-ra-vi-lhos-sa!!!!


Ro 26/01/2018minha estante
Não consigo encontrar esse livro em lugar nenhum, gente me ajuda onde encontro ele. Carla tua resenha me deixou ainda mais curiosa




Lizzy 31/10/2010

Uma belíssima história de redenção
Quem gosta de romances históricos sabe que a originalidade é escassa nesse estilo.
Mas, decididamente, Flores na Tempestade é, de longe, um dos melhores romances históricos que já li, não só pela originalidade do tema, mas pela construção consistente e cadenciada de uma história de redenção pessoal.

Imaginem a seguinte situação: Um homem jovem, belo, rico, um duque, preocupado em usufruir os prazeres da vida, de repente, após sofrer um derrame, vê-se tolhido de sua vontade, sem poder gerir sua vida e seus bens, por uma família gananciosa que o interna em um manicômio. É nessa tempestuosa fase da vida de Christian, que Maddy surge como uma força pungente em sua vida e se mostra como a única pessoa capaz de salvá-lo desse triste destino.

Por ironia, o duque representa para Maddy tudo o que ela mais abomina na vida terrena, pois foi criada no seio da religião Quaker -Sociedade Religiosa dos Amigos, que prega o recolhimento espiritual, a simplicidade e a moralidade dos costumes. Ela, entretanto, entende que sua aproximação de Christian advém de uma missão divina, e enfrenta seus convicções e os preconceitos para ajudá-lo a se restabelecer.

É um história de amor linda, em que nenhum detalhe colocado pela autora é banal, e não há como não se identificar com os personagens, com seus medos, suas angústias, a necessidade de superação pessoal, e, acima de tudo, um amor de cortar a respiração, por isso mesmo não merece nenhum spoiler porque é gratificante descobrir a cada página o que vai acontecer. Achei a primeira vez do casal muito bela, escrita com uma sensibilidade que não encontramos normalmente. É um livro marcante, desses que se demora a esquecer. Amei.

Dri 12/05/2011minha estante
Lizzy,querida...que romance inesquecivel de lindo.Amei demais.Ficou no meu coração para sempre!Bjs


Lizzy 13/05/2011minha estante
Dri, esse livro é super especial em todos os sentidos, também amei!


Eliz 13/08/2011minha estante
Livro lindo e inesquecível. A cena da biblioteca é uma das mais sensuais que eu tive a oportunidade de ler!


Lizzy 11/12/2011minha estante
Eliz amiga, eu também amo essa cena da biblioteca! Bjs


Taynara @adamadolivro 27/10/2015minha estante
Ei Lizzy, eu adorei sua resenha, me deixou super curiosa, e é claro que já estou lendo! Obrigada!




Maria 15/10/2010

Amar acima de todas as coisas.
Christian é lindo: moreno, alto e de olhos azuis. E como se não bastasse, tem jeito de pirata e é inteligente, ama a matemática. O Sr. Timms é amigo dele de estudos. Juntos, estão tentando provar que existe outra geometria além da euclidiana. E conseguem.
Archimedea Timms é filha do sr. Timms, e ambos fazem parte da uma comunidade chamada Quaker, uma dissidência da religião protestante, que prega, acima de tudo, a simplicidade e a não violência. Eles não seguem nenhum sacramento, não vão à igreja, não chamam os nobres de Vossa Excelência, não chamam o rei de vossa majestade. Entre os membros, se chamam de "amigo". Eles combatem a riqueza, a ostentação, o prazer mundano, e obviamente, a libertinagem toda que existia entre os nobres. O pai chama a Archimedea de Maddy. Ela tem 28 anos, não tem mãe desde os 10 e é o braço direito do pai, que é cego. É ela quem escreve as fórmulas matemáticas para o pai no papel e na lousa, durante as reuniões do conselho da matemática, no qual faz parte o Christian.
O Christian é o libertino de carteirinha, o mulherengo, o irresponsável, o duque, com toda a arrogância que o título lhe oferece. E é amigo do pai da Maddy. Juntos, ambos são apaixonados pela matemática e trabalham também juntos em projetos dessa área. A Maddy detesta o Christian, porque ele é tudo o que ela mais abomina. O pai sempre a manda levar seus escritos ao Christian, lá na residência monstruosa dele. E ele sempre a deixa esperando por, no mínimo, uma hora, até ter disposição para atendê-la.
Um belo dia, ele convida o pai e a Maddy para um jantar em casa, e a descreve fisicamente para o pai, que é cego. No dia seguinte, o Christian tem um duelo marcado porque "traçou" a mulher de um outro nobre. Durante o duelo, ele sofre um derrame, perde totalmente a voz e os movimentos da mão direita. Os familiares, principalmente os cunhados dele, os abutres, interessados em botar a mão na fortuna do duque, o internam num manicômio. Mas para o restante da comunidade, ele é tido como morto, ferido num duelo, uma medida para esconder a vergonha de ter um membro da família louco. O dono do manicômio é primo da Maddy, e ela vai trabalhar lá, porque precisa de grana. E com quem ela se depara? Com o Christian, feito um animal isolado de tudo e de todos.
E aí que a coisa toda começa: o Christian lutando para provar que é são, a Maddy lutando para não sucumbir aos encantos do Christian, mas é quase impossível resistir. E, como pano de fundo, a intolerância tanto da aristocracia (que não gosta da Maddy por ela ser extremamente simples; e a dos quakers, pelo Christian ser o que é.
O livro é lindo. O casal, de início bem improvável, luta contra a ganância e o preconceito deles mesmos e dos outros.
Aline Memória 13/10/2010minha estante
Amei a resenha, eu quero! *-*


Lizzy 13/10/2010minha estante
Maria, estou babando por esse livro, comprei conforme sua dica, tomara que não atrase. Adorei a resenha. Bjs


Lizzy 31/10/2010minha estante
Maria, seguindo a sua dica, terminei de ler esse livro e amei.


Gisele Melo 05/02/2011minha estante
Nossa Maria, que resenha! Já entrou pra lista!


Adri Ramalho 08/11/2011minha estante
E agora???
Quero ler. Amei vc ter me esclarecido um pouco mais desse livro.
Obrigado.
Bjsss


Flaveth 12/01/2012minha estante
como compro?




Dayane 04/05/2012

Vossa Graça e a Moça dos Tus
Estou um pouco perdida ao começar esta resenha, porque tudo que já escrevi sobre outros livros de alguma maneira não se encaixa aos meus sentimentos em relação à "Flores na Tempestade".

À medida que for escrevendo sobre esta história digna e revelante, vou liberando trechos que se auto-explicam e poderão dizer mais sobre esta poderosa história do que eu jamais poderia.

"Cama, mão atada, pés amarrados... amarrado como um por-co-ani-mal gordo e rosado... rabo encaracolado. Palavra desaparece, desapa­rece, sempre... afasta-se."

Christian é um homem nobre, de título importante, nada menos que um duque, que foi agraciado com o dom de uma inteligência ímpar, de fato um gênio da matemática.

Tudo em sua vida ia perfeitamente bem, com todas as regalias e depravações tão acessíveis para a nobreza britânica do século XIX, até que em um golpe do destino (ou o peso da mão do Senhor, como uns pensavam) ele vê-se enjaulado em um sanatório, incapaz de articular palavras com coerência e dar voz a seus pensamentos caóticos.

Na verdade, esse pobre homem sofrera um derrame e como seqüela a fala foi comprometida. Os recursos médicos da época o condenaram à um diagnóstico de loucura e incapacidade mental.

"touca modesta, pestanas de sereia, virtude, donzela.
A rapariga sorriu. Foi como um amanhecer entre as sombras. O coração moveu-se-lhe. Sentiu-se apaixonado, imerso na agonia da paixão."

Depois do cárcere humilhante, a única pessoa a lhe dar uma luz de esperança e compreender que havia um raciocínio coerente preso naquelas brumas de desentendimento e palavras desconexas foi Maddy, uma donzela simples, praticante da Sociedade dos Amigos, ou Quaker, uma denominação protestante.

Para entendimento da personalidade de Maddy:

Sociedade dos Amigos (Quaker)crêem- que todo indivíduo é capaz de sentir Deus diretamente, sem intermediário algum. Todos têm uma Luz Interior: o Espírito Santo, que guia o indivíduo quando este se converte e aceita essa voz.
A Bíblia seria o testemunho dessa Palavra. Alguns quakers têm-na como única influência.
Adotam modos de vidas simples: sem valorizar roupas caras, distinção de classe social, títulos honoríficos ou gastos desnecessários.
Igualdade – existe um forte senso de igualitarismo, evitando discriminação baseada em sexo ou raça. (Os quakers foram notáveis abolicionistas e feministas). As mulheres tiveram direitos iguais e participação dos cultos quakers desde o século XVIII.
Honestidade – recusam jurar, conduzir negócios obscuros, atividades anti-éticas.
Ação Social – organizações como o Greenpeace e a Amnistia Internacional foram fundadas pelos quakers e são influenciadas pela ideologia da Sociedade dos Amigos.
Pacificismo – os quakers se recusam a usar armas e violência, mesmo em defesa alheia.

Em virtude de tais regimentos de sua fé, ela acredita que recebeu uma revelação ao perceber que o duque na verdade está incapaz de falar com clareza mas que compreende o que lhe é dito se falado pausadamente e que raciocina, não está louco.

Ela toma como missão impedir que voltem a trancá-lo em um manicômio. E para cumprir seu propósito ela desafiará suas convicções e enfrentará seus dogmas, para mantê-lo a salvo e no meio de tanta força, apaixonará-se, perdidamente, pelo pecador, mundano e infiel Christian...

"Aban­donar desaparecer desertar de mim. Maddy! Deixar-me isto, deixar-me animal defender luta animais dentes punhos. Selvagem! Maldita sejas maldita sejas Missmaddy. ABANDONASTE-ME!"

Os pensamentos caóticos de Christian, dependem inteiramente da serenidade e da paz de Maddy para recuperarem-se, e ele de fato aprende a amar além do amor físico, além do falado, aprende a amar como se deve: sentindo...

"MissMaddy... serena e sensata, nunca olhando para trás, sempre enxergando o que está a frente. Da próxima vez será melhor, Christian... ela dizia... Te sairás melhor da próxima vez."

Sabe o que é mais lindo e marcante nesta história? É que não há amor a ser descoberto ou revelado, ele já está ali presente em cada página, em cada conquista do duque, em cada dúvida ou receio de Maddy, em cada empecilho, cada desafio e barreira. Eles estão unidos, o livro todo, um precisando e aprendendo com o outro.

Ao contrário de tantos livros em que a falha de comunicação é burra, aqui ela é sofrida, ela precisa ser superada, ela é uma constante, ela é a doença e a cada descoberta, há uma cura.

Não achei que Maddy, por estar dividida entre os dogmas de sua fé e sua paixão, seja hipócrita, eu a achei sobretudo humana, verdadeira. Não uma dessas heroínas de padrões morais e de coragem inatingíveis que nos fazem parecer pequenas e egoístas; ela é o que todos nós somos: um poço de incertezas, indas e vindas, erros e acertos, pecado e contrição.

As cenas de amor deles, acredito que tenha sido desafiador para a autora escrever, pois havia um fio tênue de religiosidade que poderia ser quebrado e vulgarizado por uma descrição muito crua e sem cuidado. Sem dúvida, uma escritora de talento e sensibilidade.

"...Recebi de Deus a missão de te amar, sem outra obrigação além de amar..."

"É impossível, somos um acidente no tempo e no espaço, dois mundos que colidiram."

"Porque tens que dominar tão bem estes prazeres carnais, e porque me mexo e contorço incendiada sob o teu corpo? ...Deixa de me beijar, para já, mas quero, quero, quero..."

"O coração dele batia, como que soando: minha! Minha! Minha!"

E para encerrar esse desabafo de elogios e gratidão por ter tido a honra de conhecer uma história tão bela, digo que há uma grande lição por trás da trajetória do casal. Amar a Deus sobre todas as coisas, não é ser religioso, dogmático é ser: honrado, fiel aos princípios e consistente em suas palavras, seguidor da verdade.

"Quando minto, deixo de fazer a vontade de Deus, para realizar a minha"

"- Ajudarme! - gritou Christian àquela fachada inexpressiva e lacri­mosa. - Deus... mandou... amar-nos. Só uma obrigação... amar-nos! Duquesa!
Maddy moveu os lábios e umedeceu-os.
- Não... acreditas? - perguntou Christian. - Pensas... que és... uma pequena quaker... mansa e dócil? - Outra gargalhada selvagem ergueu-se até às vigas do teto. - Obstinada... segura... orgulhosa... opiniosa... mentirosa. Não se inclina perante o rei, maldita seja. Entra... na cela do louco... de cabeça erguida... sem medo. Poderia ter-te matado... Maddy. Matado uma centena de vezes.
- Era uma revelação - sussurrou ela.
- Eras tu - disse Christian. - Tu, duquesa."

Uma linda história de amor, superação e respeito pelas diferenças.
Que pena que terminou...
Luana 05/05/2012minha estante
Nossa, que resenha maravilhosa é essa. Fiquei apaixonada por ela, é linda. Parabéns!!!


Dayane 05/05/2012minha estante
=) Obrigada! Mas a resenha nem de longe consegue explicar como esse livro é belo. Leitura obrigatória! Bjs!


Rosi Ramos 07/06/2012minha estante
Day, vc arrasou na resenha e na indicação desse livro.
Comecei a ler e estou estaticamente encantadas por essas duas contradições apaixonantes entituladas Maddy e Christian.
Obrigado pelo presente amiga.


Dayane 08/06/2012minha estante
Rosi, de fato o casal é uma contradição apaixonante! Amodorei demais esse livro.


maya 01/08/2012minha estante
me senti tocada por sua resenha ,linda demais




Rosi Ramos 18/01/2013

Simplesmente fenomenal....livro ímpar!!!!!
Terminei o livro na madrugada passada e vou confessar que estava em prantos de lágrimas... Livro mais lindo! já esta nos primeiros lugares de meu ranking.
Adorei o Christian que começou todo arrogante e senhor de si, destroçando corações e vendendo libertinagem e luxúria. No primeiro momento o livro mostra esse homem libertino na plenitude de sua saúde e atividade, vivendo um romance com uma mulher casada...considerado o ANJO PECADOR, homem lindo (cabelos negros, olhos azuis cobalto) inteligente, mestre na matemática, mente brilhante, homem da vida, mandante e senhor de riquezas e posses(duque de Jevreaulx), vivendo em fausto e luxo, que tem uma relação de partilha de conhecimento das mais improváveis com um senhor velho, cego e quaker, um irmão, como prefere ser chamado, que sem pompas vive a simplicidade da vida ao lado de sua filha e companheira Archimedea, mais conhecida por Maddy, solteirona de 27 anos, casta e de uma honestidade ímpar. Esta sente a princípio receio da aproximação de seu pai com essa duque devasso que a faz esperar horas e horas em sua ante sala cada vez que leva os papeis de estudo de seu pai a ele.

Enquanto Christian é o pecado e a tentação, a libertinagem e a devassidão, Maddy é o anjo, a honradez e a simplicidade em pessoa. Os dois são opostos, sol e lua, fogo e água.... E mesmo assim o amor insistirá em se apresentar aos dois e fazê-los escravos de suas sensações.

Trecho do livro:
"... Christian...parado nu a beira do lume tomando chocolate quente e frente de sua amante... "


Em vista à toda a arrogância que seus títulos e riquezas lhe proporcionavam, Christian também tinha momentos de rompantes onde aflorava a delicadeza que habitava seu ser. Um desses momentos me tocou por demais, a cena onde ele descreve ao pai cego de de Maddy que não via a filha há 18 anos, seus traços físicos, seus trejeitos, seu modo de ser da amada filha... isso me levou as lágrimas.

Christian teve sua vida destroçada após um acidente vascular(AVC)que o acometeu no momento de em que resolvia a rixa com o marido de sua amante em um duelo. Foi tido como morto no primeiro momento da apoplexia, mas por conta da fidelidade de seus cães, ele se salvou de ser enterrado vivo, mas carregou durante meses a peja de louco, pois o ataque o deixou sem fala(Afasia) e o impossibilitava de concatenar as idéias que explodiam em sua cabeça e que não conseguia expressar, se sentia preso a um corpo que não respondia...um gênio em um corpo descontrolado...e a mulher anjo veio salvá-lo...Maddy, simples e casta, ela foi o mourão, o estandarte que preconizou e insistiu em sua recuperação. Mesmo em seus momentos de indecisão, quando rogava a Deus que lhe mostrasse se salvar e ajudar Christian era sua tarefa divina, mesmo nestes, o amor estava ali, insistindo em picá-la, em fazê-la cumplice e parceira na causa de recuperação daquele que todos consideravam um tresloucado, que devia ficar preso para toda a vida, sendo massacrado e humilhado ao extremo, testado em todas as suas faculdades mentais.
Assim, no afã de cuidar e velar por ele, Maddy ficou exposta ao homem que existia além de todo o sentimento de notoriedade viral, e ele aprendeu com a mulher dos "TUS" a verdade da palavra nobreza de espírito e alma...e o sentido da carne e do desejo....

Trecho do livro:
"..."Com aquela carícia suave nos lábios, a respiração do homem confundiu-se com a sua ao afundarem-se num mar de sensações. Teve a impressão que uma luz divina lhe brilhava no interior, que a inundava de maravilhamento. Aquele homem de olhos fechados, pestanas tão frivolamente longas encostadas à pele. Até as pestanas eram profanas na sua abundância. A língua dele brincou com a dela como se fosse um rebuçado de gengibre que tivesse de saborear com pequenas dentadas. Mordiscou, brincalhão, o lábio inferior com os dentes e fez brotar do corpo dela uma torrente de verdadeira alegria carnal".

Deixo outro ponto marcante onde o sentimento entre os dois fica mais que cristalinamente exposto,pois estremeci de emoção com o mesmo:

"...Maddy inclinou a cabeça, encostou a face à do homem e acariciou-lhe suavemente o cabelo. Ele aproximou o rosto da garganta da jovem. Era a única coisa importante em todo o Universo, a sua única união com a realidade. Emitiu um som apaixonado para lhe dizer aquilo que, de qualquer modo, as palavras nunca poderiam exprimir. A imensidão da necessidade que sentia de a ter ao lado dele."
DEMAIS!!!!"

Não, o amor dos dois não foi fácil, foi sim de superação, de fugas e retornos, de indecisões e polêmicas, de imposições de todos os lados, e disparidades de gostos e vidas. Entre um casamento engendrado por seus melhores amigos, Durham e Fane, para satisfazer seu desejo de permanecer ao lado de Maddy após a fuga de outro casamento arranjado, Christian ainda tinha de conviver com as imposições de sua tia velhota, Lady de Marly, mais conhecida como mulher-dragão, por sua ferocidade e sagacidade ladina, entre a avareza e ganancia de cunhados e irmãs que lhe queriam tomar a fortuna e sua mãe carola, que o tinha como um corruptor libertino que deveria se regenerar com sua religião e preces...
Os momentos de ciúmes impetrados por Christian, e sua ferocidade me comoveram e me sufocaram, mas entendi que acima de tudo o amor por Maddy regia a vida desse homem fenomenal e a vontade férrea de vencer suas fraquezas eram o combustível que o levavam adiante sempre. Mesmo quando acreditava que não conseguiria vencer os medos, temores e acesso de terror perante as pessoas.
Fiquei estarrecida com essa estória de amor e luta, o modo como as coisas se desenrolaram nas 355 páginas do ebook que lí, me deliciavam em cada palavra, frase, parágrafo, capítulo, como muito poucos livros fizeram.

Quando Maddy deixou Christian e retornou para junto da comunidade de Quakers, alquebrada e fraca, meu coração se confrageu pelos dois corações sofredores....a submissão e a vergonha dela, junto do seu grupo de amigos(leia-se quakers) por ter vivido o desejo carnal e o sentimento intenso com seu amado, a fizeram fraca diante de todos e o momento onde ela iria se declarar culpada perante a Assembleia de irmãos foi o ápice de tudo. Quando Christian viu que as palavras que ela dizia a todos não eram a que realmente estavam em seu coração, disse: "Estas palvras que dizes não são suas...quem as escreveu para ti?" era o homem clamando por sua amada, era o louco querendo se perder e se achar na mulher de sua vida, era o amor pedindo redenção....

Trecho do livros:
"- Não... acreditas? - perguntou Christian. - Pensas... que és... uma pequena quaker... mansa e dócil? - Outra gargalhada selvagem ergueu-se até às vigas do teto. - Obstinada... segura... orgulhosa... opiniosa... mentirosa. Não se inclina perante o rei, maldita seja. Entra... na sela do louco... de cabeça erguida... sem medo. Poderia ter-te matado... Maddy. Matado uma centena de vezes. - Era uma revelação - sussurrou ela. - Eras tu - disse Christian. - Tu, duquesa. Tiraste-me dali. Casaste... com o duque. Disseste... que os criados não... tinham que pôr pó no cabelo. - Apontou para o chão. - Diz-me... que me ajoelhe... e fá-lo-ei. Será o presente do Diabo - acrescentou a torcer a boca. - Nem pérolas, nem flores... nem vestidos. Algo nada santo. Dou-te... este bastardo egoísta e arrogante... aquilo que sou... e o muito ou pouco... que posso fazer. Dou-te... a minha filha... porque vou ficar com ela... porque arruinarei o seu nome para minha satisfação... porque apenas tu, apenas tu... duquesa... compreendes porque o faço. Porque apenas tu... podes ensinar-lhe a ter coragem... a que não se preocupe... com o que digam os outros. Apenas tu... podes ensinar-lhe... a ser como tu. Uma duquesa. - Abriu a mão e o papel caiu no chão. - Uma verdadeira duquesa! Christian percorreu com o olhar a fila de quakers, que olhou com ferocidade. Em seguida, virou-se e dirigiu-se à porta. Uma vez ali, voltou-se e disse: - Espero lá fora... cinco minutos. Vem... ou acabou.

Só posso dizer o seguinte depois disso :



"PERFEITO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"
Cris Paiva 18/01/2013minha estante
Estou desde o ano passado ensaiando para ler esse livro. Eu pego na mão, leio as primeiras páginas e abandono. Não pq eu não tenha gostado, mas acho que ainda não estou psicologicamente preparada para tando drama!


Nay 29/04/2014minha estante
NOSSSAAAAAA
aMEI ESSA RESENHA e quero muito esse livro




Mikaela 12/09/2012

Uma joia entre romances históricos
Normalmente não faço resenha dos romances históricos que leio. São bons, mas a maioria que li costuma ser previsível. Flores na Tempestade te conquista timidamente, com doçura e depois te faz ansiar pelo desenrolar da história, tendo raiva dos protagonistas, mesmo sabendo de suas motivações. E honestamente, você fica com aquela sensação feliz e triste de ter lido um livro tão bom e ficar com saudades da história.Sei que essa resenha não faz jus à qualidade desse livro, mas mesmo assim...

Acometido de um AVC, o duque de Jervaulx é internado num manicômio, por ter dificuldades em falar e entender o que se passa ao seu redor. Embora hoje seja possivelmente claro saber que a pessoa acometida esteja apenas com algumas dificuldades, na época era considerado loucura e o duque libertino é despojado de seus luxos e passa a viver numa prisão( porque o hospício é como uma prisão para sua mente!) até esquecer de si mesmo. Até a chegada de Archimedea Timms, que reconhece o duque por ele ter ajudado seu pai em um brilhante artigo de matemática. Logo ela percebe que ele não está louco e passa ajudá-lo a se recuperar, apaixonando-se por ele e enfrentando, junto dele, a adversidade de um mundo que o considera lunático, as objeções de sua religião (Ela é uma quaker, uma doutrina que prega a simplicidade no agir e condena o relacionamento com pessoas que não tenham sido aprovadas pela Assembleia) e o passado negro do duque.

O livro é lindo, consegue ser doce, emociante e sensual. As motivações dos personagens são expostas claramente e suas dificuldades também, tornando os principais mais complexos, algo difícil de ver nos romances que existem aos montes. Jervaulx é orgulhoso e aprende a amar o que é simples; "Maddy" é rígida e puritana, e passa a descobrir que o amor pode ser muito maior do que dizem as regras de sua doutrina. Laura Kinsale é uma autora nova pra mim, mas pretendo ler outros livros dela. Espero que carreguem toda a beleza e pureza de uma história que sabe usar de todos os recursos de um romance com a qualidade da escrita.
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Zana 29/09/2015

Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão? - Legião Urbana, Eduardo E Mônica.

ELE: Sua excelência Christian Richard Nicholas Francis Langland, o duque de Jervaulx, um brilhante matemático, libertino e sedutor da alta sociedade inglesa. Vivia um vida mundana e dissoluta, entregue a amantes casadas e a iminentes duelos até que sofre um provável acidente vascular cerebral sendo, então acometido de dificuldade para falar e compreender. Sua avarenta família, cobiçosa do seu título e poder, trancafia-o num manicômio fazendo de tudo para provar que ele perdeu a razão, instituindo-o incapaz. No hospício o duque é despido de toda e qualquer dignidade aristocrática e humana, sofrendo perseguição e torturas.

“Puseram-me a mão em cima, A MIM! Santo Deus, não tinham esse direito. Besta ignorante, agarra com força. (...) Fúria, luta, VERGONHA. Atado à cadeira, barulho, loucos deambulam... tinham-lhe roubado os amigos, a casa, a própria vida.”

Antes desse trágico destino ele conhece Archimedea Timms, dama que o tinha em péssimo conceito, filha do Sr. Timms, a quem ajudava a escrever um artigo para Sociedade Analítica de Londres. Logo depois, ele iria reencontrá-la no sanatório, onde ela passaria ser sua enfermeira, seu amor, sua guardiã e salvação!

“Solteirona, puritana, corça melindrada, olhos bonitos...”

“Era a única coisa importante em todo o Universo, a sua única união com a realidade. Emitiu um som apaixonado para lhe dizer aquilo que, de qualquer modo, as palavras nunca poderiam exprimir. A imensidão da necessidade que sentia de a ter ao lado dele”.

ELA: Archimedea Timms, era uma dama puritana que adotava modo de vida simples sem valorizar roupas caras, distinção de classe social, títulos honoríficos ou gastos desnecessários, pertencente de uma divisão da Igreja protestante, os quakers ou Sociedade de Amigos. Como uma quaker Archimedea era munida da crença de possuir a capacidade de sentir a presença de Deus sem nenhum intermediário, pois todos são dotados de uma Luz Interior, que é o Espírito Santo. Ao reencontrar Jervaulx no manicômio ela imediatamente percebe que ele não está louco, e tem como revelação que sua missão é protege-lo, desta forma enfrenta tudo e a todos numa sofrida batalha em que não deixa de questionar os próprios dogmas e convicções, apaixonando-se fielmente por ele.

“- Jervaulx - disparou Maddy -, recebi de Deus a missão de te amar. Tu és o meu marido e eu a tua mulher, somos esposos sem outra obrigação se não a de nos amarmos”.

Laura Kinsale retratou um improvável amor entre um duque libertino e uma puritana Quaker em um dos romances de amor mais belos e originais que jamais se escreveu. Seus protagonistas, contrariando a máxima de que óleo e água não se misturam, consolidaram-se em um amor magistral. Pois, como diz a canção ‘quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?’, não é mesmo?

É um livro admirável, possui um enredo maduro e bem escrito, seus protagonistas são carregados de vulnerabilidades humanas e conflitos internos, sobretudo o herói da trama repleto de insegurança e medo disfarçado, caracterizando-se como um personagem masculino de época ímpar. Sua linguagem errática e truncada, devido as dificuldades da fala e compreensão, surpreendentemente intensificou um efeito possessivo e sensual nos diálogos com sua Missmaddy. A estranheza vai para o comportamento do Sr. Timms, pai da protagonista, por se colocar à parte dos conflitos e decisões da filha, quando o natural seria aconselhar ou pelo menos emitir uma opinião.

Apaixonante. Recomendadíssimo. Alço o título de o melhor dos históricos para ‘Flores na Tempestade’!
Silvana Barbosa 29/09/2015minha estante
Já estava na minha lista .
Me animei ainda mais com sua resenha , Zana !


Zana 29/09/2015minha estante
Coloque na frente da fila que vale a pena Silvana ; )




NaiaraAimee 29/04/2020

Qu'ridaMaddy, melhor mocinha! Melhor Livro!
"És uma estrela que eu só podia ver no céu e maravilhar-me. Mas apercebeste-te da minha verdadeira natureza humana, e sinto-me satisfeita por teres caído à terra e por eu poder segurar-te nas mãos."

É difícil falar de um livro que mexeu com meu coração de uma forma tão única e maravilhosa! Mas cá estou eu e vou tentar resumir um pouco do que se trata Flores Na Tempestade e do que eu senti.

Maddy é uma moça que vive na simplicidade como manda seu estilo de vida quaker, cuidando do pai que, embora cego, é um brilhante matemático e esta a trabalhar com o duque de Jervaulx em um grandioso artigo. A encarregada pela comunicação de ambos é Maddy, que não gosta nada da maneira libertina como vive o duque, com sua riqueza que chega a ser "ofensiva". Ela nunca o encontrou pessoalmente, mas não sente nenhuma vontade em ser amiga de alguém como ele.

Jervaulx não se importa em levar uma vida desregrada e cheia de prazeres até que um dia ele é pego pelo esposo de sua amante e é desafiado em um duelo, que, embora ele não saiba, irá mudar sua vida completamente e fazer com que os caminhos dele e de Maddy se cruzem de uma forma inesperada.

Bom, se você leu o resumo até aqui talvez seja melhor pular o que vou contar a seguir e tudo que você precisa saber é que esse tema é muito original, a narrativa é incrível e vale muito a pena dedicar seu tempo a esse calhamaço de época. No entanto, se quiser prosseguir, apesar de não se poder dizer ao todo que isso seja um baita spoiler, pois acontece entre o terceiro e quarto capítulo, ainda assim você pode acabar perdendo um pouco da surpresa e isso pode comprometer sua leitura.

Vamos lá! Depois de uma apresentação em que finalmente Maddy conhece o lindo, sedutor e charmosos Jervaulx, no dia seguinte, quando o duque está prestes a duelar, um fato terrível ocorre, fazendo-o perder os sentidos e ser dado como morto. Mais tarde, ao ser empregada pelo primo em seu manicômio, Maddy reencontra o duque, descobrindo assim que ele ainda está vivo, porém preso em correntes como um animal, pois foi diagnosticado como alguém bastante perigoso e irracional.

Enxergando, no entanto, uma centelha de sanidade em Jervaulx, Maddy se propõe a cuidar dele e procura aos poucos fazê-lo recuperar a fala e seu modo de vida para que ele volte a se integrar na sociedade e possa se ver livre das paredes do manicômio.

Eu fiquei completamente fascinada quando percebi que a autora iria trabalhar em cima de um problema que eu jamais tinha visto em algum livro de época. Devido ao AVC que Jervaulx sofreu, seus movimentos de um lado perderam força e ele passou a não conseguir compreender muito bem os significados das palavras assim como também não era capaz de pronunciá-las. A autora soube passar com maestria a angústia, desespero e aflição que o mocinho sentia com essa situação. Muitas vezes ele até queria se expressar, ele sabia o que queria dizer, mas era impossível para ele formular de modo a fazer sentido, o que acabava deixando-o frustrado e por assim dizer um tanto violento; aquela era a única forma de conseguir liberar aquela sensação.

A Maddy foi um anjo na vida de Jervaulx. Ela percebeu que havia algo e se propôs a cuidar dele sem, porém, deixar seus princípios. É claro que em muitos momentos em prol do nosso desejo nós queríamos que ela fosse mais "maleável", mas Maddy foi criada a vida toda com os quaker, e não ia deixar e largar tudo só por causa de um homem. A fé dela era grande demais para isso e honestamente eu admirei muito essa força que ela teve, porque não sei se eu mesma a teria. Ela foi firme e mesmo assim não deixou de estar ao lado de Jervaulx o tempo todo, preocupando-se com ele.

Embora a autora não explique sobre os quaker de uma forma mais didática, você consegue emergir na cultura e crenças deles através das atitudes da Maddy, o que eu apreciei muito. E quando fui pesquisar vi que praticamente já sabia todo o básico sobre eles.

De modo geral, Flores Na Tempestade foi um livro original, marcante, com uma narrativa que te faz visualizar cada detalhe e faz você se sentir como o personagem. O casal é cheio de química e você se pega torcendo por Jervaulx para que ele consiga ficar com a Maddy e para que consiga sair dessa prisão mental. Um romance de época lindo, de tocar o coração e fazer você suspirar. Amo e defendo até o fim! Apenas Leiam!
JANEREINANDO 14/05/2020minha estante
Terminei agora e amei a leitura


NaiaraAimee 14/05/2020minha estante
É incrível, né? Só lamento não ter mais livros traduzidos da autora para eu poder ler, não entendo como nenhuma editora trouxe ela pra cá :(




Rosi 23/01/2011

A história é linda, + continuo achando a mocinha hipócrita.
adriana 08/12/2011minha estante
quem tiver este livro para venda ou emprestimo, por favor, me enviem, eu ja proucurei , e nao encontro este livro para comprar, eu quero muuuuuuuuuuuuito ler este livro, voçes que postarao é que sao culpadas obrigada




Lane 22/08/2012

Flores na Tempestade
Este livro é um daqueles que nos levam a um estado de contemplação, onde a ficção encontra nossa mente e elas dialogam entre si. Mais do que pela experiência da história, há um poder cativante em cada detalhe que te conduz a um espaço de transcendência, que por diversas vezes, mesmo que a passos lentos, te faz sentir a necessidade de capturar minuciosamente essa intensidade emocional (se é que essa ardileza seja possível).

E quando ele termina você se encontra em uma situação de desatino completo. Então você começa a se afogar em suas re-leituras, tentando novamente manter ou permanecer na sua essência.

Flores na Tempestade está entre os 3 melhores romances que já li e entre os 4 melhores livros que já li.

Por alguma razão, a profundidade da narrativa te leva a refletir sofre os sofrimentos humanos e a se questionar sobre o equilíbrio da verdadeira felicidade.
Comparado a outros romances, esta não é uma história onde os opostos se atraem, é algo sobre ver o outro, não da forma como os demais, mas de forma a embrenhar-se no mais intimo do seu eu verdadeiro.

Laura Kinsale criou uma história desafiante onde os conflitos internos e externos se colidem impiedosamente. Não existe conforto algum ao ler, é perturbador, é triste, é cruel, porém há alguns sorrisos, um humor que te solta no meio da leitura, mas por trás de cada riso solto há uma lágrima que desce lentamente pela face.

A escrita atraí o leitor, ela é poética e complicada - mas te suga- pode ser que haja quem diga que ela seja um pouco antiquada, entretanto você mergulha na contemplação de imagens e gestos. A compreensão se embriaga e você tateia as emoções de cada personagem.
Nesta história quem é o vencedor também é perdedor.

É o primeiro livro que leio da autora, mas por sua escrita, eu pude perceber que ela é daqueles gêneros que se arriscam naquele grupo pequeno de autores que gritam seus talentos não se importando com modas ou com a popularidade. Tornei-me sua fã - Obrigada Adri por me apresentar o livro! – \o/

Voltando a atenção para a história, a inquietação começa já no prólogo.

Christian, o duque de Jervaulx, começa a história na cama de uma mulher casada, nu ele se concentra em preparar seu adorado chocolate. Não presta muita atenção às preocupações da mulher em questão, que o informa que está grávida dele e o seu pensamento e raciocínio é que o esposo dela chegue logo, para que ele seja redimido de sua obrigação. Na verdade, ele nem se preocupa, nem com a mulher nem com a criança. E para completar a consternação de leitoras, que como eu detesto esses “tipos” de mocinhos, de imediato ele encontra com o esposo da mulher na saída.

Deste jeito começamos a pensar que esta será mais uma história de paralelos e completamente clichê, mero engano. Até na construção dos personagens Laura Kinsale cria um mocinho diferente. Christian, um homem que vive entre o luxo e o poder que seu titulo monárquico oferece, entretanto libertino, é um gênio da matemática.

Archimedea Timms, -MissMaddy- é uma solteirona, filha de um intelectual matemático cego. Nascida e criada dentro da filosofia Quaker, Maddy tem a religião como seu alicerce de vida.
Maddy foi a grande surpresa pra mim, por ela ser uma pessoa religiosa, eu logo pensei que ela seria daquelas com ares virginais e santas. Tamanha foi minha surpresa ao constatar que não.

Os protagonistas são maduros, inteligentes, miseráveis e inseguros em seus conflitos internos, são pessoas presas dentro de si mesmas. A compreensão do humano aqui é essencial para entender a conexão entre ambos.

É cativante observar a luta interna de cada um, suas frustrações e angústias, as emoções que cada um sente, é maravilhoso ver a fase de transição de ambos e no final poder e enxergar as flores em meio a tantas tempestades e dificuldades. Há uma lacuna enorme entre eles e ela não é meramente social, a força dos protagonistas transcende a leitura.

A trama toma força a partir do momento que Christian sofre um acidente vascular cerebral* e é internado em Blythedale Hall um hospício, sendo considerado mentalmente instável por seus familiares
Confuso, apresentando alterações na sua parte cognitiva e disfagia, dominado por suas atitudes monarcas agressivas – porque ele é um duque-, as pessoas interpretam como sendo um quadro normal da loucura. A autora conseguiu retratar o modo que a medicina e a sociedade de verem e lidarem com esses tipos de doenças naquela época.

Sofrendo humilhações e torturas cruéis, Christian percebe que esta emparedado dentro de si mesmo. É inquietante ver a ruína interna que ele se encontra.
No entanto aqui conseguimos ver a magnitude da autora em criar e inserir Maddy no hospício. Se a intenção era causar furor e sair do piegas, ela conseguiu.

Duas criaturas diferentes, em mundos diferenciados, unidos sob a mesma ótica. Cada qual com sua razão, Christian porque precisava de Maddy pra sair do seu emparedamento interno e Maddy porque precisava fazer a vontade da sua Luz Espiritual Interna.
O que transpassa nas entrelinhas é que o casal não é motivado por uma paixão ardente, a heroína é simples e o mocinho é alguém que tem dificuldade de coordenação com sua mão direita.
Delicadamente e emotivamente - e não me perguntem como-, a autora a partir desse envolvimento, através de diálogos fraturados e quase incompreensíveis, desenvolve um estreitamento entre ambos e sem a gente perceber a construção do casal está feita.

É a força desse amor que impulsiona a ambos.

E não pense que por causa deste drama todo, a história fica sem sexo, não fica. As cenas entre eles são mais que o comum já lido. É como ver e sentir dois personagens fazendo amor, é completamente humano e somente quem teve a oportunidade de experimentar as duas coisas poderá compreender ao que me refiro.

O enredo é entrelaçado coerentemente sem superficialidades.

O final me fez chorar e eu fiquei horas sem conseguir ler outro livro.

Escrevendo esta resenha fecho meus olhos e fico relembrando partes e trechos do livro: o beijo na biblioteca dentro do hospício, a fuga do casamento, a cena com os gatinhos, a contemplação com o cabelo, o sorriso de pirata, as pálpebras sensuais essas e muitas outras me marcaram muito.

Flores na Tempestade é profundo e envolve a mente, é uma obra que merece todo respeito, e eu recomendo pra quem acha que todos os romances são sobre historinhas frívolas. Pra mim, Flores na Tempestade é a personificação de uma obra de arte quando um autor excepcional esta a frente.
Mais que recomendado, certeza que farei releitura!


* Em minha opinião, o autor pode não ser um especialista no assunto, mas ele ganha credibilidade quando aborda patologias em si baseadas em pesquisas verossímeis. Como sou curiosa e profissional da área de saúde, eu analisei a doença de Christian que poderia ser também considerado como sendo uma meningite e após uma breve pesquisa constatei que como a história ser datada na época da regência (1820), ainda não havia se confirmado o diagnóstico da doença que só foi feito em 1887. Entretanto a pesquisa só aumentou minha admiração pela autora, pois verificando no seu site, me certifiquei que a sua inspiração para a história foi sobre sua experiência com a doença de sua tia avó. Detalhe, que eu não posso deixar de registrar é que a própria autora responde a todos os comentários feitos no seu site, assim como a autora Diana Gabaldon (autora do livro Viajante do tempo, livro que encabeça minha lista de melhores romances que eu já li).



*Avaliei com 5 estrelas.
Adri Ramalho 24/08/2012minha estante
Ótima sua resenha.
Parabéns.
O prazer foi todo meu ao sugerir a leitura desse livro espetacular.
Bjksssss


Lane 25/08/2012minha estante
Eu quem agradeço!
=)


Flaveth 11/09/2012minha estante
Lane, meus books do céu!!! Entre os 3 romances!!!!???? Quais são os outros? manda uma mensagem pra mim, ok?

`Parabens pela resenha! Eu tenho este livro comecei a le-lo, mas parei... vou remota-lo

bj


Lane 11/09/2012minha estante
Obrigada Flaveth, envio sim. =)


Telma 03/12/2012minha estante
Lane,
eu também tô curiosa, como a Flá, pra saber quais são os outros 3 romances que você mais curtiu.
Me contaaaaaaaaaaaaaaaaaa
beijocas


Lane 03/12/2012minha estante
Telma, te enviei msg te contando, rs! Bjão!




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Andréa Marcela 28/01/2022

No começo da leitura, foi difícil comparar o que havia lido sobre o livro com o que eu estava lendo, mas ao insistir na leitura mostrou-se um romance não meloso e romântico, mas onde dois seres humanos completamente diferentes se encontram e o amor nasce? com todo drama dos preceitos religiosos e tal?
Rafael Kerr 28/01/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Talvez você já tenha me visto por aqui. Desculpe o incomodo. Me chamo Rafael Kerr e sou escritor.  Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria  - O oráculo.  Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.


Andréa Marcela 28/01/2022minha estante
Irei ler teu livro


Rafael Kerr 28/01/2022minha estante
Obrigado ?




Andrea Hirano 29/07/2010

Um amor que surge entre um Libertino (isso é meio batido já), mas não um que é tido como um louco, incapacitado que vai parar num manicômio, sofre muito com tratamentos "terapeuticos", e que só pode contar com uma pessoa, (a mocinha do livro) pura, casta, e pra pior tudo Quaker!!! Um livro que mostra a dificuldade de aceitação de ambos, a dele, que após um a tragédia não sabe mais o que acontece, não consegue falar e nem pensa mais com clareza e ela, sobre as crenças religiosas tão rígidas que via imposta a ela. E pra ajudar ainda o casal tem que enfrentar a ambição dos famíliares que querem dominar a fortuna do Duque. Cheio de intrigas e sentimentos conflitantes fazem desse livro uma leitura sensacional.
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Rubia 21/11/2017

Maravilhoso!! Inesquecível!!
Fico me perguntado pq não li antes esse livro, sabendo que muitas amigas tinham amado, eu devia já ter lido. Achei incrivel e emocionante essa história. O duque Christian que teve um AVC, e como nessa época de certo não se conhecia direito sobre isso, foi dado como louco, pois perdeu a fala, assim sua familia simplesmente colocou ele num manicômio. Ele era um brilhante matemático e por conta disso conhecia a mocinha da história chamada Maddy,ela era filha de outro matemático, por isso eles se conheciam. Maddy é uma quaker, religião que se chama Sociedade de Amigos, onde o se preza pela simplicidade, ajuda ao próximo, totalmente ao contrario da vida que nosso mocinho leva. Enfim Maddy irá trabalhar no manicômio onde Christian está, ela reconhece ele, e na hora consegue se comunicar com ele. Passa assim a ajuda-lo de uma forma linda. Faz de tudo para que ele se recupere e saia de lá. Claro que a consciência dela começa a pesar pois ela começa a ter sentimentos para com ele, onde por sua religião não poderia ter. Achei super coerente as dúvidas dela, qualquer pessoas que fizer parte de uma religião mais restritiva vai ter essa crise de consciência. O Christian não foi nenhum santo, e mesmo depois de conhecer Maddy fez umas coisas que eu não gostei, a Maddy foi perfeita no livro todo.. Enfim um livro lindo de viver...daqueles inesquecíveis...
Bee 22/11/2017minha estante
Adoro suas resenhas e com elas sempre encontro algo sensacional para ler. Obrigada por compartilhar isso com todos!


Rubia 23/11/2017minha estante
oi amore...não sei se eu te conheço!!mas agradeço, não sou boa em escrever não..mas eu quero transmitir o que senti lendo o livro..obrigada..


Edna 15/05/2019minha estante
Boa tarde. Onde você comprou esse livro? Procurei e não achei em lugar algum.


Rubia 22/05/2019minha estante
Edna ele é de Portugal, infelizmente só tem lá..já tentou ver na estante virtual?


Edna 25/05/2019minha estante
Já procurei na Estante sim rsrs. Sua resenha me "instigou". Obrigada pela resposta. Abraços.


Rubia 27/05/2019minha estante
Edna, é uma pena mesmo que esse livro não tenha no Brasil, pois ele é maravilhoso!




Katia 13/06/2016

Duque. Enfermeira. Mocinho doente. Mocinha religiosa.
Completamente apaixonada por esse romance!
Entra no rol dos meus favoritos com certeza!
A história de Christian, o duque de Jervaulx, e Archimedea Timms, Maddy, Missmaddy,
Um duque que ama chocolate (me apaixonei por ele já no primeiro capítulo), lindooo como um pirata, libertino, devasso, arrogante, vive a vida intensamente, é jovem, lindo e riquíssimo, retratando muito bem sua posição social, ama chocolates, ama cachorros, tem dois cães fiéis que são apaixonados pelo dono; e de uma quaker (sociedade religiosa dos amigos), moça simples, religiosa convicta, que abomina tudo que o duque representa.
Não é uma leitura muito fácil, mas é intensa e arrebatadora.
Christian sofre um AVC, é internado num manicômio, e sofre atrocidades pois o consideram como louco, até a chegada de Maddy que percebe que ele não está louco, mas que está enlouquecido através de uma revelação divina, ou simplesmente sua sensibilidade? Ela luta para arrebatá-lo desta condição, ficando ao lado dele contra tudo e contra todos, mas é uma luta intensa pois
Não é fácil, é angustiante ver o sofrimento dele, mas a superação dele... a luta... os momentos... a primeira vez deles ... o final na Assembléia.... o livro não sai da minha cabeça. Excelente!! Primoroso! Fenomenal!
CarlaC 13/06/2016minha estante
Vc leu, Katia?? que máximo! Esse é um dos meus inesquecíveis! :*


Alessandra 13/06/2016minha estante
Maravilhoso!!!


Janne 13/06/2016minha estante
Lindo demais!!


Katia 13/06/2016minha estante
Estou arrebatada por esse livro, o último livro q li e me senti do jeito q estou me sentindo foi Marlene, da Florência Bonelli. Carla, li sua resenha, vc descreve com maestria tudo q senti. Completamente apaixonada!!!!! É lindo, maravilhoso mesmo meninas!!


CarlaC 11/08/2017minha estante
Oi, Kátia. Realmente esse livro é aposta certa. Fico feliz por partilharmos mais um favorito. :)


Edna 15/05/2019minha estante
Boa tarde. Onde você comprou esse livro? Procurei e não achei em lugar algum.




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