Our Brave New Blog 19/11/2016
RESENHA A ARTE DE PRODUZIR EFEITO SEM CAUSA - OUR BRAVE NEW BLOG
Qualquer dia desses eu vou organizar um planão louco de traduzir a obra do Mutarelli para o sueco e fazer ele ganhar prêmio Nobel, porque, se a gente depender do Brasil para exportar cultura, estamos ferradíssimos. A estratégia é simples: traduz-se primeiro O Cheiro do Ralo, depois o livro de hoje, fecha com O Grifo de Abdera e aí serão eles que irão querer o resto dessa obra maravilhosa e singular da nossa literatura.
Quem acompanha o blog já conhece o senhor Mutarelli pelas resenhas de O Cheiro do Ralo e Miguel e os Demônios, mas, como são resenhas antigas, vou apresentá-los novamente a um dos principais escritores do Brasil no momento: Muta é um doido da cabeça que antes fazia quadrinhos, mas enjoou da antiga mídia e do pessoal que habitava as rodas de HQs, então trocou o traço pela palavra e vem arrebentando horrores nesse lado da arte também, tanto com as obras já resenhadas quanto com essa que vamos falar hoje.
Antes de tudo, como sempre, a sinopse: Junior volta para a casa do pai depois de velho por conta de problemas conjugais com a esposa e depois de ter pedido demissão do emprego. O pai divide a casa com Bruna, garota que aluga um quarto para poder morar perto da faculdade. Enquanto passa por essa depressão e tenta arrumar emprego para fugir da casa do pai, ele começa a receber pacotes sem remetentes que possuem vínculo com o escritor William Burroughs, e Junior vai atrás do sentido de estar recebendo aquela tralha toda.
O livro tem um ritmo diferente dos outros, que geralmente têm uma velocidade e musicalidade fortíssimas. Aqui Muta diminui um pouco e fala muito mais para retratar o cotidiano merda do protagonista, com certa lentidão e falta do que fazer mesmo, de forma que a história vai caminhando sem nada acontecendo até a chegada do primeiro pacote, sustentado pela habilidade incrível de humor do Mutarelli, com frases pontuais e certeiras.
O conceito parte das questões básicas da obra do mestre como a obsessão e o homem comum do século XXI, sempre com o recorte forte da sua hipocrisia e da sua paranoia em relação a todo e qualquer assunto, principalmente mulheres.
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