paloma 14/10/2021
"A guerra não acaba quando termina" e essa história é a comprovação disso. Muito se fala sobre os bens perdidos, sobre as vidas perdidas. Falar sobre isso e contabilizar estragos não é errado, é bom dimensionar, é bom lembrar para não repetir. Mas e quem sobrevive ao horror de uma guerra? As marcas que essa pessoa carrega o resto da vida? Aqui falo sobre traumas psicológicos, todavia, há danos físicos irreparáveis e claro que pode ser uma mutilação (a vida para este indivíduo nunca mais será a mesma). Essa história traz outro exemplo que geralmente não é citado, Akio era apenas uma criança quando foi exposto, durante a explosão da bomba atômica em Hiroshima, a níveis altos de radiação que afetaram suas células reprodutoras. Ele não sabe disso, só tem consciência quando Hanako, sua filha que nasceu 27 anos após o fim da guerra chega aos 13 anos e é diagnosticada com osteopatia - degeneração progressiva dos ossos, uma doença genética que foi ocasionada pela exposição que seu pai sofreu na guerra.
"Não estamos em guerra, nem vou ser levada para um campo nazista. Mas será que não? Não trago em mim, no meu sangue e ossos, na minha vida, a marca da guerra."
Esse livro, essa história (que ao que parece é verídica) me pegou de uma forma muito profunda. É angustiante pensar em quantas pessoas são afetadas e pagam pelas escolhas de líderes mundiais. Pela ganância, pela luta pelo poder.
Apesar de ser um livro triste, considero essencial. Traz um choque de realidade necessário e é impossível não se emocionar ao lê-lo. É um livro curto e eu recomendo fortemente sua leitura.