Mayara 03/03/2016Imagem no Espelho conta a estória de duas irmãs gêmeas idênticas, Olívia e Victoria. Estamos em 1913. Orfãs de mãe, cresceram mimadas, sob a tutela frouxa de seu pai, que a tudo lhes perdoa (ou quase tudo, como vemos quando a trama avança). Olívia é calma, obediente e gentil, o extremo oposto de sua irmã Victoria, que é rebelde, aventureira e apaixonada pelo feminismo e pela luta dos direitos das mulheres. Tanta rebeldia não podia resultar em outra coisa a não ser em escândalo. Victoria se envolve com um homem casado e arrasa sua reputação, levando a da sua família junto. Desesperado, porque sua filha Olívia vai pagar pelos erros da irmã, o pai das duas toma uma decisão: Victoria vai casar-se com um dos seus advogados, Charles, que precisa de uma esposa para ajudar a cuidar de seu filho, uma vez que sua primeira mulher faleceu na tragédia do Titanic.
Victoria não quer se casar de jeito nenhum com Charles, a quem considera um tremendo chato, além de não ter nenhuma aptidão para ser mãe. A ironia é que Olívia se apaixonou por Charles desde a primeira vez que o viu, e adora o filho dele, Geoff. Sem alternativas, Victoria se casa com Charles (partindo, sem saber, o coração de sua irmã) e vai com ele para passar a lua de mel na Europa. Quando os dois estão lá, estoura a Primeira Guerra Mundial, que serve de background para uma grande parte desse livro. Pra quem gosta de História, como eu, é uma delícia ver os acontecimentos a partir do ponto de vista dos personagens.
Uma filha solteira decide ir à França, ajudar com os feridos. A outra, fica em casa, com o marido e enteado. Adivinhou quem fez o quê? Sim! Essa é a grande sacada do livro. Inconformada com o casamento, Victoria convence a irmã a tomar o lugar dela na sua casa e em seu casamento, e parte, feliz, para a França, decidida a ser útil lá. Enquanto isso, Olívia finge ser a irmã, se apaixonando cada vez mais pelo cunhado.
A trama então é contada ora sob o ponto de vista de uma irmã, ora sob o ponto de vista da outra, até que as duas se encontram, no final. A estória foi muito bem escrita e é bastante envolvente. Vale a leitura.