Heart

Heart's Blood Juliet Marillier




Resenhas - Heart's Blood


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Sekhmet 06/01/2022

Mais uma recontagem da "Bela e a Fera" e junto de "Enraizados", de Naomi Novik, passa a ser minha recontagem favorita.
Essa história realmente tem tudo. É uma longa história; não tenha medo do comprimento. Ela voará enquanto você estiver imerso nela, e eu, por mim, gostaria que fosse mais longa.

Os elementos da Bela e da Fera estão lá; a rosa, neste caso uma flor rara chamada Sangue do Coração, o espelho mágico, neste caso muito mais sinistro do que o original. Eles estão tão bem entrelaçados na história que mal parece uma recontagem; não há nada de forçado nisso. A caracterização e o desenvolvimento são incríveis, e os conflitos do mundo real são intercalados com o mágico, tornando esta leitura espetacular. É uma história de esperança.
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Naty 21/05/2019

Uma releitura de A Bela e a Fera conduzida de forma diferente do original, mas de maneira realista, emocionante e assustadora também.
Vou falando, ao decorrer da resenha, da diferença entre o que acontece nesse livro e no clássico original da Disney:
1-Nesse livro, o pai da protagonista (Caitrin) morreu um pouco antes do livro começar e isso a marcou muito. O pior é que parentes distantes aparecem para se favorecer dessa situação e tomar o que é dela e da sua irmã (outra diferença, já que Bela, no filme da Disney, não tem irmãos). Gaston, nesse caso, poderia ser esse personagem que, por ser seu parente, quer se aproveitar dela. No entanto, apesar de o impacto desses acontecimentos na vida da protagonista ter relevância na história, esses outros personagens tem pouca representatividade na trama em si.
A autora coloca isso mais para fazer a prtagonista aprender a ser forte mesmo nas dificuldades e como uma forma de crescimento da personagem. Aí nós já vemos que o foco desse livro não é tanto o que parecemos exteriormente, mas nossas lutas e superações interiores. Esse também é o foco do filme da Disney, mas aqui isso é muito mais explícito. O próximo ponto que vou destacar é uma prova disso.
2-O objetivo de Caitrin não é fazer Anluan deixar de ser deficiente, mas faze-lo dar voz à esperança e fazer uma parte de seu povo que foi amaldiçoada descançar em paz, ou seja, morrer.
É um tanto difícil de explicar a trama que gira em torno de Whistling Tor, pois isso seria revelar muito do que só nos é revelado aos poucos e é um dos fatores que nos faz seguir lendo: o querer saber o que aconteceu e o que são aquelas vozes na floresta, aquelas aparições estranhas e aquelas pessoas (ou mortos vivos, se quiser) misteriosas. No entanto, tenho que dizer que quebrar a maldição nesse livro é retornar a esperança ao vilarejo e salvar essas pessoas da tal maldição.
Apesar de o filme da Disney trazer a questão de aprender a amar, aqui a autora traz o aprender a ter fé, o aprender a lutar pelos sonhos, o aprender a ser líder (no caso de Anluan). Ao contrário do filme da Disney em que, no final, Bela ganha um príncipe lindo em troca da fera, nesse livro ela pouco sonha com mudar a aparência de Anluan e sim de fazê-lo um líder capaz de defender seu povo e de compreender que, apesar das limitações, ele ainda pode amá-la e ela, no decorrer da história, passa a amá-lo a despeito de suas limitações.
Já vu dizendo que aqui não temos uma fera, mas sim um homem (Anluan) com limitações em um de seus braços, em uma de suas pernas e com certas deformidades em parte de seu rosto, mas nada muito assombroso. Esse não é o foco. O foco é em seu comportamento e em como ele deve mudar para defender quem depende dele e mudar o destino de Whistling Tor, um lugar marcado pelas consequências dos erros dos antepassados de Anluan.
Aqui já deu para perceber que Anluan representaria a fera. No caso aqui, uma fera muito mais humana e palpável que a do filme, mas que age basicamente da mesma forma: se escondendo e relegando a sua vida ao que ele acha inevitável.
Chegamos agora ao ponto em que você me pergunta como Caitrin chegou a Whistling Tor e conheceu a sua "fera". Nesse caso, tenho que dizer que ela foge da cidade em que morava com o pai e a irmã, fugindo da violência que vem sofrendo e é largada no meio do nada próximo a esse lugar horroroso. Ela é uma escriba e, assim que sabe que alguém precisa de trabalhos relacionados a reescrever livros, ela se prontifica. Assim ela chega a esse lugar, fugindo de seu passado, fugindo de seus próprio parentes e acaba achando refúlgio e amor onde ninguém queria nem chegar perto quem dera viver ali.
3-A maldição, nesse livro, não foi suscitada pelo próprio Anluan, mas por seu bisavô. Não vou contar detalhes do como e porquê, mas foi a partir dele que todos os seus descendentes paçaram a sofrer e, conseuquentemente, todo o povo de Whistling Tor.
Existe nessa história uma personagem (quem ler vai saber de cara de quem eu estou falando) que se mostra contrária a Caitrin desde o início e vai se provar mais importante para o rumo das coisas do que pareceria.
É aqui que quero parar um pouco para dizer que acabei sabendo basicamente como a autora iria conduzir a história e acabei, até mesmo, acertando os segredos que envolviam aquele lugar muito antes de eles serem revelados. Não achei isso muito bom, pois, para muitos, poderia mostrar que a autora não soube criar um clima de tensão e mistério. No entanto, conheço a autora e o foco da história simplesmente não é esse apesar de que eu queria um pouco mais de surpresa aqui. Sabermos, a partir de um determinado momento, o quanto os personagens estão correndo riscos ao confiar nessa tal personagem, eles mesmos não percebem, pois deram a ela a sua confiança. Ou a maioria deles deu.
4- Uma outra grande diferença para com filme da Disney é que aqui a maldição, o ambiente e a história é muito mais macabra. Tem horas que realmente dá medo. A gente vai conhecendo a história do lugar à medida que Caitrin vai lendo os livros de lá, mas tenho que dizer que, às vezes, é bem assustador. Bem mais que o filme com certeza. Além disso, NÃO É UMA LEITURA INDICADA PARA CRIANÇAS, POIS APRESENTA CENAS DE VIOLÊNCIA, TERROR E RELAÇÕES AFETIVAS DE FORMA REALISTA.

Um problema que vi nesses livro foram algumas coisas que, para mim, poderiam ter sido mais bem explicadas, a exemplo dos espelhos e seus mistérios. Quanto ao título, antes que eu me esqueça, ele se refere a uma flor raríssima que está no jardim de Anluan. Sim, isso lembra muito o filme da Disney, mas a flor vai entrar na história aqui menos intensamente. Apesar de que ela será vital em certo momento da história. Em geral, nesse livro, tanto os espelhos quanto a flor tem um sentido totalmente distinto do que o filme original da Disney adotou.
Uma coisa que gosto nos livros da Juliet Marillier e está presente aqui também é a "demora" para que tudo se resolva. A autora resolve cada coisa por vez de maneira instigante e "passo a passo". Ela nunca passa por cima de algo para dar um final fácil. Ela resolve tudo em seu tempo certo.
Enfim, foi um livro bem legal, mas, com certeza, não é o melhor da autora. Ele é assustador e traz uma história da Bela e da Fera que não foca só na beleza e no amor, mas na esperança, na superação e, é claro, no amor também (assim como no filme). Falando nisso, o romance aqui também é bem escrito e convence o leitor ou, pelo menos, me convenceu bastante. Anluan não é aquele personagem masculino super legal, mas é uma pessoa que ganha o respeito de seu povo e de Caitrin também.
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