Semeadores da Palavra

Semeadores da Palavra Luiz Antonio Giraldi




Resenhas - Semeadores da Palavra


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z..... 28/09/2016

O tema é a história das traduções bíblicas brasileiras e sua divulgação, especialmente as adotadas pela SBB (Sociedade Bíblica do Brasil), abrangendo um período que vai do século XVII até a década de 1980. O livro ressalta pessoas que foram importantes no processo de traduções ou distribuição das mesmas, apresentando 58 biografias.

A primeira pessoa citada é o JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA, tradutor pioneiro da Bíblia para o português (no século XVII). Tive uma surpresa com sua biografia, algo que nunca tinha investigado. Há uma conhecimento popular de que ele era padre e isso é reforçado em traduções que trazem o termo antes do seu nome. A informação é equivocada pois Almeida era protestante desde a adolescência e se tornou pastor e missionário da Igreja Reformada Holandesa (trabalhando na região da Ásia que hoje é o Sri Lanka). O uso da palavra "padre", que ele mesmo empregou em suas traduções, tem explicação no contexto de época, quando era usado indefinidamente para católicos e protestantes. O povo de hoje, incluindo a maioria dos evangélicos (pelo menos os que conheço) acredita que ele era um sacerdote católico romano por falta de investigação. Tratei logo de difundir esse esclarecimento no grupo de contato social da minha congregação e tenho certeza que deve ter sido uma surpresa geral também. Ressalte-se que o Almeida é até hoje a principal fonte das traduções bíblicas utilizadas pela SBB. Logicamente, padres trabalharam no processo de traduções também e isso é valoroso (o livro cita alguns), mas em relação ao Almeida registre-se e desfaça-se o engano, pois ele nunca foi padre. Fiz uma busca em outras fontes, como o Wikipedia, e revelaram o mesmo parecer. Poxa! Quanto engano podemos ter por um descuido em buscar mais informações. Vou deixar em destaque a referência bíblica em Atos 17:11.
Almeida não teve a oportunidade de ver o resultado final de seu labor (a Bíblia publicada de forma completa) pois isso só foi acontecer em 1753 (mais de 50 anos depois de seu falecimento). O período entre o início de suas traduções até a publicação completa da Bíblia foi de 108 anos. Graças a Deus por seu trabalho. Agora sei algo sobre o homem que tem seu nome gravado em uma das primeiras páginas de minha Bíblia.

ANTÔNIO PEREIRA DE FIGUEIREDO - Português e, de fato, padre. Foi o primeiro tradutor da Bíblia católica para o português, no século XVIII. Digo Bíblia Católica porque utilizou a Vulgata Latina (que tem acréscimos ao Antigo Testamento, chamados pelos católicos de deuterocanônicos e pelos evangélicos de apócrifos). O processo durou 18 anos, a tradução tem texto com linguagem bonita e culta, sendo bem recebida por católicos e protestantes da época. Interessante que a versão do Novo Testamento foi impressa à parte por Sociedades Bíblicas em uma estratégia para evitar conflitos no processo de evangelização de vários países (o que não deixou de ocorrer em muitos lugares).
A biografia do padre revela que ele era um homem dedicado em seus propósitos, se opôs aos interesses dos jesuítas por não concordar com algumas práticas e desejava a formação de uma Igreja Católica Portuguesa com mais autonomia, mas sem se desvincular do Clero Romano.

JOAQUIM DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ - Foi bispo católico na cidade de Coimbra (Portugal) e trabalhou em São Luís, Maranhão, no século XIX. O aspecto que o livro ressaltou foi que ele fez a primeira tradução bíblica em solo brasileiro, o Novo Testamento (entre 1845 e 1847) da Vulgata Latina.

JUSTUS PARISH SPAULDING - Missionário metodista dos EUA. Veio ao Brasil no século XIX (1836) e se tornou o primeiro distribuidor de Bíblias, recebendo literatura da Sociedade Bíblica Americana (SBA). O trabalho realizado foi de evangelização, venda de literatura e doação no Rio de Janeiro.

DANIEL PARISH KIDDER - Pastor metodista norte americano. Em 1837 foi o primeiro representante, de fato, da SBA no Brasil. Interessante os relatos do cenário brasileiro, pois a Bíblia era um livro desconhecido e inacessível. A maioria das bibliotecas não tinha e as edições católicas com os sacerdotes eram quase sempre em outro idioma. Kidder estabeleceu projeto junto a Assembleia Legislativa de SP para doação de Novo Testamento (na tradução do Padre Figueiredo) às escolas. Houve entusiasmo, mas o projeto foi negado por conta de interesses (uma censura ao movimento evangélico, que era o que mais importava para muitos religiosos). Escolas e pessoas, sabedoras da literatura que o missionário representava, tinham interesse em adquirir, incluindo alguns religiosos católicos. O catolicismo, na prática, não primava pelo acesso da literatura em mãos. Kidder enfrentou lutas ferrenhas de perseguição durante três anos. A luta mais dura foi a perda da esposa, vitima de doença fulminante de caráter tropical (não é citada a doença) por conta do trabalho. Graças a Deus por esses homens que labutaram arduamente pela distribuição bíblica.

JAMES COOLEY FLETCHER - Pastor presbiteriano, missionário, diplomata e divulgador da Bíblia no Brasil no século XIX. Viajou pelo país, descreveu a realidade brasileira em artigos, posicionou-se contra a escravidão e trabalhou também em outros países. Tinha contato com o imperador D. Pedro II, a quem doou um exemplar da Bíblia.

ROBERT REID KALLEY - Fundou a Igreja Evangélica Fluminense, a Igreja Evangélica Pernambucana e introduziu a colportagem bíblica no país.

Eita! Vou tentar ser mais conciso. Os homens a seguir também também foram missionários estrangeiros que trabalharam no país com a distribuição bíblica no século XIX:

FRANCISCO DA GAMA - Português e, na prática, o primeiro colportor (vendedores ambulantes de Bíblias). O trabalho desses homens foi valoroso e iniciou obras evangélicas. Alguns passavam semanas, meses e até houve caso de ano afastado de casa. No campo, enfrentando adversidades, principalmente perseguições, ao oportunizar o acesso ás Sagradas Escrituras. Os relatos e testemunhos desses homens também impressionam. Um universo que gostaria de conhecer mais coisas em alguma literatura (que no momento desconheço).

RICHARD CORFIELD - Primeiro agente da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira no país (SBBE).

ROBERT NESBIT - Pioneiro da distribuição da Bíblia na Amazônia. Fez um projeto incrível de ir navegando da foz do Amazonas até o Peru no barco Tabatinga, trabalhando na divulgação com ribeirinhos e entre os famosos e ricos comerciantes da borracha nesse tempo. Foi um dos heróis na fé, pois sucumbiu à febre amarela pouco antes de chegarem ao Peru.

ASHBEL GREEN SIMONTON - Fundou a Igreja Presbiteriana Brasileira e foi representante da Sociedade Bíblica Americana (SBA). Ressalte-se que esses trabalhos de divulgação bíblica no pais foi pioneiro para que as pessoas tivessem acesso às Escrituras Sagradas. Durante a estadia centenas de literaturas foram vendidas, doadas e encomendadas. Sua esposa faleceu de parto no país.

ALEXANDER LATIMER BLACKFORD - Agente da SBA no Brasil e revisor do Novo Testamento, na tradução de Almeida, para linguagem mais familiar ao português falado no país. Também perdeu a esposa no país e trabalhou na obra missionária na Bahia.

RICHARD HOLDEN - Agente das Sociedades Bíblicas em várias regiões do Brasil, com destaque na Amazônia, na Bahia e no Rio de Janeiro.

THOMAS GALLART - O primeiro colportor na Bahia, trabalhando na obra missionária e sofrendo perseguições.

TORQUATO MARTINS CARDOZO - Trabalhou no Nordeste, sendo preso em Sergipe por conta de perseguição religiosa, sendo solto por D. Pedro II. Esse caso levou o imperador a legalizar o trabalho de colportagem no Brasil, através de resolução em 1868. Até então a perseguição e acusações eram arbitrárias por influência de religiosos.

EDWAR LANE - Pioneiro da divulgação da Bíblia em São Paulo, trabalhando como pastor.

JACOB FILIPE WINGERTHER - Colportor entre os imigrantes alemães.

JOHN ROCKWELL SMITH - Trabalhou na distribuição bíblica entre o final do século XIX e início do XX, sendo também responsável pelo projeto Tradução Bíblica Brasileira, a primeira versão completa da Bíblia feita no Brasil.

JOÃO MANOEL GONÇALVES DOS SANTOS - Pastor e agente da SBBE. Descreve uma das histórias incríveis da colportagem, com a fundação da primeira congregação protestante na cidade de São Bartolomeu, Minas Gerais. Tudo começou com um Novo Testamento emprestado, que circulou por várias mãos...

JOÃO BATISTA PINHEIRO - Colportor no Maranhão (séc. XIX). Não espero ser melodramático, mas o testemunho e história desse homem me pareceu muito tocante. Era determinado, foi também perseguido e não lhe pouparam de agressão mesmo sendo deficiente físico amputado de ambas as pernas.
A colportagem foi decisiva para divulgação da Bíblia, mas custou sofrimento e perseguições à muitas pessoas. Só agradeço a Deus pela visão e empenho de todas.

HUGH CLARENCE TUCKER - Entre o que se apresentou no livro, deixo em destaque a primeira tradução em braile (Evangelho de João, que começou a ser publicado e distribuído em 1854 no RJ) e a consolidação do primeiro edifício da Sociedade Bíblica no Brasil (no RJ, inaugurado em 1932, o que aumentou a distribuição bíblia). A biografia é extensa e mostra engajamento em aspectos sociais e, como não poderia deixar de ser, sofreu perseguições também. Uma história que chamou minha atenção foi sobre a venda em uma barco em que um sacerdote religioso adquiriu todas as Bíblias do colportor. Haviam padres quem em boa visão compravam literatura para seus trabalhos. No caso desse, fez discurso que as Bíblias eram falsas e atirou tudo no mar. Ressalte-se que eram Novos Testamento na tradução do Padre Antonio Pereira de Figueiredo (o primeiro padre tradutor da Vulgata para o Português).
Histórias de cegueira e ignorância tem muitas. Em minha cidade um famoso sacerdote, que o povo apaixonado quer canonizar, tacou fogo em Bíblias por considerá-las falsas e usou sua influência para afastar o colportor na segunda parte da década de 1910. O missionário teve quer buscar respaldo com o governo em Belém e retornou à Macapá onde iniciou os trabalhos da primeira Igreja Assembleia de Deus no Amapá, em 1917 (isso não está no livro, no que li até agora, mas resolvi deixar em registro).

FREDERICK GLASS - Outro notável colportor, que trabalhou na região do Centro-Oeste. As histórias não fogem do comum, com muitas viagens em lombo de mulas, perseguições, evangelização e testemunhos edificantes de conversões à Cristo. Me impressiono sempre com a receptividade e poder transformador da Bíblia para muitas pessoas. Esse cidadão publicou um livro décadas atrás chamado "Aventuras com a Bíblia no Brasil" (em 1926). É mais um que desejo ler e sei que serei profundamente edificado com os relatos preciosos de colportores como Glass.

FRANK UTTLEY - Foi secretário da SBBE no Brasil e participou do projeto da tradução bíblica brasileira. Um projeto com vários estudiosos que atualizou a Bíblia para o português falado no Brasil. Esse projetou uniu esforços da SBA e SBBE, se desenvolvendo entre 1903 até 1914, sendo a edição publicada em 1917. Importante ressaltar que as versões circulantes, com várias reedições, eram do protestante João Ferreira De Almeida (publicada em 1753) e do Padre Antonio Pereira de Figueiredo (publicada em 1790). O projeto de tradução das Sociedades Bíblicas levou a Igreja Católica a também investir em atualizações brasileiras, um processo que não fazia desde a tradução no Maranhão do Padre Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré (entre 1845 e 1847).

EDUARDO CARLOS PEREIRA - Pastor, participante do projeto da tradução bíblica brasileira e fundador da Igreja Presbiteriana Independente. Interessante a história. Houve desentendimento entre missionários americanos e brasileiros, por conta do capital na obra (uns primavam pela formação de instituições de ensino e outros pela aplicação dos recursos na evangelização com a literatura cristã). Os pastores brasileiros não aceitavam também a maçonaria no meio evangélico, divergindo e separando em 1093 através de um sínodo.

RUI BARBOSA - Que surpresa! O Rui Barbosa foi um dos intelectuais convidados no projeto da Tradução Bíblica Brasileira iniciada em 1903. Nessa parte o livro discorre um pouco sobre o cenário brasileiro desde os últimos momentos do Império. Descobri que o Ceará foi o primeiro a abolir a escravidão (1884) e o ato da Princesa Isabel não foi uma ação benevolente, mas pautado em interesses resultando de muita pressão de abolicionistas externos e internos no país. O fim da escravidão fortaleceu o movimento republicano, pois os fazendeiros escravocratas, em represália e revolta por conta de seus interesses, passaram a apoiar a República, deixando o Império sem sua principal base aliada. O texto descreve também um pouco do cenário religioso: o Império tinha ampla influência sobre o Catolicismo numa espécie de governo de padronado, pois nomeava os bispos e padres, construía igrejas e pagava salários. Até as determinações papais eram sujeitas e isso gerou um conflito entre as autoridades católicas de Roma e D. Pedro II (em 1874). A igreja era cheia de maçons e o papa se posicionou contra, com consequente afastamento de vários padres maçons, como de Belém. D, Pedro II mandou prender os sacerdotes anti-maçons que os afastavam por estarem contradizendo suas determinações. Não conhecia esse imbróglio religiosos do final do século XIX. A gente sabe que a revolução Francesa fez a separação entre o Clero e o Estado, mas isso ainda perdurou em algumas nações, como no Brasil.
Gostei de uma frase que é atribuída ao Rui Barbosa e resolvi transcrever:
"Se coloco a Bíblia abaixo de todos os livros, é ela quem mantém todos eles;
se eu coloco no meio de outros livros, ela é o coração desses livros;
e se eu coloco em cima dos outros livros, é ela a cabeça e autoridade de todos os livros em minha biblioteca."

ANTÃO PESSOA - Colportor no Nordeste nas primeiras décadas do século XX (época de cangaço e devotos fervorosos de pessoas como o Padre Cícero). Achei interessante os relatos sobre a conversão de um bêbado e o encontro de Antão com o Padre Cícero. Agressões, difamações e perseguições eram comuns aos colportores. Na passagem por Juazeiro do Norte, Antão teve um encontro com o famoso padre e autoridade na região. Padre Cícero o levou a sacada de seu sobrado e falou que ninguém fizesse nada a ele, mas também não comprasse sua literatura e não aceitasse nem que fosse de graça (detalhe: literatura bíblica publicada também na versão adotada pelos católicos, do Padre Antonio Pereira de Figueiredo). O povo ficou curioso e a determinação teve um efeito contrário, pois a noite procuraram o colportor achando que ele dava a literatura e assim foi feito por Antão diante da situação. Valeu a pena a distribuição gratuita. Antão percorreu o rio São Francisco e também o rio Amazonas em seu trabalho de colportagem e evangelização. Graças a Deus por mais esse valente e determinado obreiro em Cristo!

LUIGI FRANCESCON - Fundador da Congregação Cristã no Brasil (CCB) e trabalhou na divulgação bíblica. Em um determinado momento a CCB foi a denominação que mais adquiriu bíblias (junto a SBB) e distribuiu no Brasil.
Essa parte trouxe-me um esclarecimento sobre o movimento pentecostal brasileiro. Acreditava que a Assembleia de Deus tinha iniciado essa visão na nação, mas historicamente o pioneirismo é atribuído à CCB através do trabalho de Francescon em 1910 (fundação da congregação no país). A Assembleia de Deus foi fundada no ano seguinte.
Outro ponto relevante é a fundação da CCB na Argentina em 1909, a primeira denominação pentecostal na América Latina.
A Congregação Cristã tem origens em uma divisão na Igreja Presbiteriana nos EUA.

GUNNAR VINGREN e DANIEL BERG - Colportores e fundadores da Assembleia de Deus em 1911. Vingren, por conta de uma saúde mais frágil, exerceu importante trabalho de pastorado e discipulado, enquanto Berg viajou mais por vários interiores da Amazônia e Brasil como Colportor, a partir de Belém. Berg também fundou a AD na cidade do Porto em Portugal (1940).
O livro não destacou, mas acredito que a Frida Vingren (esposa do Gunnar) merecia maiores descrições, pois era uma mulher multitalentosa (educadora, redatora, compositora, ativa na assistência social, evangelista, exercendo trabalho de discipulado na igreja durante viagens do esposo). Foi uma mulher semeadora da Palavra de Deus que até hoje é um exemplo para todos. E isso nos primórdios do século XX.

ALEXANDER TELFORD - Agente da SBBE no Brasil.

HUBERTO ROHDEN - Renomado padre e estudioso católico, fez a primeira tradução do Novo Testamento grego para o português, no Brasil.

CHARLES HAROLD MORRIS - Trabalhou na distribuição bíblica na Amazônia e na África.

JOSÉ ARAÚJO - Fiquei impressionado com sua história, pois foi um colportor deficiente visual. Além das dificuldades rotineiras a esses evangelistas, enfrentou obstáculos que só superou com a persistência e amor a Deus.

CHARLES WILLIAM TURNER - Construtor do edifício da Bíblia no Rio de Janeiro.

LEONOR RAEDER - Trabalhou nas sociedades bíblicas americana, britânica e brasileira.

CÉSAR DACORSO FILHO - Bispo Metodista, primeiro presidente da Sociedade Bíblica do Brasil.

ANTONIO DE CAMPOS GONÇALVES - Um dos principais revisores da edição revista e atualizada da Bíblia na versão de João Ferreira de Almeida. Diga-se de passagem, a de meu uso cotidiano e preferida.

O livro apresenta várias pessoas relacionadas aos trabalhos nas Sociedades Bíblicas, com participação de destaque na divulgação das Sagradas Escrituras. Vou deixar em registro apenas algumas que chamaram minha atenção por algo inusitado ou relevante:
PAUL W. SHELP, revisor do grego e hebraico da versão Revista e Atualizada de Almeida. Também colaborou na Concordância Bíblica baseada em Almeida.

O capítulo 11 fala de algumas pessoas na metade do século XX em diante, que foram importantes na distribuição bíblica, por trabalharem na SBB ou participarem de projetos de divulgação bíblica.
Nessa época foram publicadas a edição Revista e Atualizada da Bíblia de João Ferreira de Almeida (1959), o Novo Testamento na Linguagem de Hoje (1973) e a Bíblia versão completa na Linguagem de Hoje (1988).
Mas o que chamou minha atenção foi o surgimento de movimentos chamados neopentecostais a partir da década de 1950. Tentei fazer um paralelo com o trabalho dos colportores no século XIX. Penso assim: naquela época parecia haver uma aceitação bíblica principalmente por ela ser uma novidade, pois até então era um material de acesso a pouquíssimos. O povo ansiava por conhece-la e entende-la. o que nos ensinava Nosso senhor? Atualmente o povo parece estar interessado em milagres, em libertações ou conquistas que às vezes são até egoístas. Enquanto os primeiros tinham uma novidade em conhecer a Deus, atualmente o povo (não é regra e isso é só uma suposição pessoal) quer é fazer uma troca com Deus, tipo um negócio (faz-me isso e eu farei de tal forma). As igrejas pentecostais não tem esse propósito primordial, mas muita gente as procura com isso em mente. Assim, penso que o movimento neopentecostal cresceu nesse contexto. Espero não ter dito nenhuma bobagem. Nem é uma crítica, pois Deus conhece o coração do homem e opera para que este possa chegar a um conhecimento real de sua pessoa e propósitos.

O capítulo 12 fala dos anos 60 e o que chamou minha atenção foram duas coisas: o início do Projeto Luz na Amazônia, em 1962, e a origem da Igreja Pentecostal Deus é Amor.
Em relação ao projeto tenho muita admiração e gostaria um dia de acompanha-lo em uma viagem. Trata-se de uma colportagem moderna através do Barco da Bíblia. Uma iniciativa da SBB que percorre a Amazônia oportunizando o acessos às Escrituras Sagradas aos ribeirinhos e cidades na orla. Todo ano ele vem em Macapá e o visito mais de uma vez, sempre adquirindo material. O presente livro é um exemplo. Poxa, como gostaria de acompanha-lo em um trajeto! O barco, além das Bíblias, é farto em obras correlacionadas (vídeos, áudios, etc). Tem também um interessante museu, com muitas curiosidades, apresentadas em uma pequena palestra aos visitantes (já filmei uma).
A fundação da IPDA chamou minha atenção também. É uma igreja com muitos costumes e essa foi uma de suas motivações, pois nos anos 50 e 60 surgiram congregações neopentecostais mais liberais nesse aspecto e a igreja, através de seu fundador, tinha outra visão. Isso não é uma crítica e sim uma observação no livro. O Davi Miranda (fundador, falecido ano passado) foi um líder voltado à evangelização e compartilhamento bíblico. A IPDA em determinado momento foi uma das congregações que mais adquiriam literatura na SBB para uso na obra. Visitei essa igreja apenas duas vezes, a primeira em 1989, e isso me rendeu umas histórias que até hoje me causam riso por uma situação inusitada que vivi (mas isso não registro - foi muito engraçado mesmo e não se refere à igreja, mas a uma situação).

O capítulo 13 fala dos anos 70 e 80.
O que se destacou para mim nesse período foram as publicações da Bíblia na Linguagem de Hoje. É também um projeto abençoado que visa a facilitação da leitura em uma linguagem mais popular. O Novo Testamento na Linguagem de Hoje foi publicado em 1973, a Bíblia na Linguagem de Hoje, em 1988, e sua atualização como Nova Tradução da Bíblia na Linguagem de Hoje, no ano 2000.
É uma bíblia abençoada, que ajuda muito, mas até hoje tenho uma dúvida. Aos editores da tradução, não entendi a versão na linguagem de hoje do Salmo 116: 15 (comparem a versão "convencional" com a paráfrase na tradução da linguagem de hoje). Quem me mostrou isso foi um pastor da Igreja Betânia, em 1989, quando a Bíblia na Linguagem de Hoje era uma novidade. De fato tenho essa dúvida.

O livro, nos capítulos finais, descreve também a biografia de homens e mulheres que trabalharam na divulgação bíblica. Não registrei mais nomes porque é uma leitura motivacional, se destaca em inspiração para trabalhar na obra também de alguma maneira. O que fica é a inspiração.
Os primeiros biografados registrei porque tenho uma especial admiração por esses colportores.

O livro finda com o resgate dos principais pontos cronológicos do livro.

Faltou citar os projetos de Bíblia em áudio, das traduções à prova d'água (tenho uma e desperta interesses, sendo denominada por alguns de Bíblia do Ribeirinho) e as traduções em linguagem indígena, que contam com o trabalho precioso e importante de muitos missionários.



Como disse Jesus:

"Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;"
João 5:39
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