spoiler visualizarpevê 27/12/2017
Diferentes, coloridos e não desiguais.
Inicialmente, os/as autores/as versam sobre a temática de gênero no âmbito escolar e a forma em que será abordada. Falam sobre a percepção desde a infância da segregação de gênero e seus papéis. O que está imposto para cada pessoa a partir do nascimento. Seguidamente, a conceituação de gênero e o que a sociedade aguarda que se pense, goste e a forma que se deve agir. Apresentam a linguagem a ser utilizada durante toda a leitura, denominada de linguagem inclusiva, apresentando o fato de que até na escrita, o feminino é invisibilizado e excluído. Fala-se sobre as conquistas do movimento LGBT e o significado da sigla - que pode sofrer alterações ao longo da história.
Sucessivamente, o texto aborda os estereótipos de gênero presente em frases cotidianas que acarretam na naturalização/generificação desses termos pejorativos, além da influência da sociedade naquilo que somos e gostamos. Abordam as normas de gênero presente também nos meninos negros periféricos, acarretando na evasão escolar, em conseqüência do ambiente escolar enquanto espaço feminino, e a virilidade masculina enquanto quebra dessa feminilidade, através do abandono escolar, barulho, bagunça e risada. Essa desigualdade de gênero que produz e reproduz violência, desvalorização salarial, repressões e discriminação. Adiante, o livro apresenta o feminismo (um dos movimentos sociais mais importantes do século XX) e o impasse de algumas mulheres em se identificarem enquanto feministas; por acreditarem que o movimento busca uma superioridade feminina que acarretaria em mais segregação. Sucessivamente, é discorrido sobre as três ondas feministas, onde tambem abordará o feminismo negro. O livro traz informações importantes, tais como as diversas formas de violência contra a mulher, as Leis de amparo, os serviços de atendimento aos quais elas podem recorrer e algumas datas importantes.
Na segunda metade do livro que trabalhará a parte de sexualidade, inicialmente é abordada a questão da dificuldade da sociedade em reconhecer as sexualidades e gêneros que fogem da heteronormatividade, acarretando em inúmeros casos de violência. Essa violência que tem início desde o nascimento de uma criança, chamada de matriz de gênero, quando essa criança carrega uma carga de expectativas em cima da sua identidade de gênero que erroneamente é determinada a partir da sua genitália, e a partir dessa genitália serão determinadas por qual sexo suas relações de afeto se darão, assim como seu papel social. Seguidamente, versa sobre outras possíveis combinações de gênero, corpo, sexualidade. Expondo a contradição de o Brasil ser o país que mais mata LGBT no mundo, entretanto, é o país que possui a maior parada do orgulho LGBT no mundo. Fala-se da utilização da escola enquanto instrumento de fundamental importância no enfrentamento destas violências, pois a discriminação neste espaço tem gerado evasão escolar por parte das pessoas com identidade LGBT. Esse espaço deve ser inclusivo, onde os/as professores/as e todos/as os/as funcionários/as devem atentar-se as questões de gênero e sempre questionar suas atitudes para que não reproduzam preconceitos. Finalizando a leitura sobre a questão de gênero na escola, os/as autores/as retratam a escola como parte de uma sociedade que precisa combater através de uma intervenção pedagógica a desigualdade e os preconceitos. Ela tem esse poder de emancipar. Como forma de orientação o livro aponta como trabalhar em sala de aula as questões de gênero e dá dicas de leitura e filmes a quem se interessar no aprofundamento da temática.