Murilo 16/07/2023
Uma leitura agradável e, nas entrelinhas, reflexões pertinentes para a vida.
A narrativa me levou há épocas da minha infância: cidade pequena, as andanças dos circos, as amizades, os dilemas da adolescência e os (in)compreensões nos relacionamentos familiares, amizades e escolares. Chamo a atenção para o tio da protagonista que encontrou na horta e no cuidado com a família os recursos possíveis para lidar com as adversidades. A mãe de Stela, uma mulher trabalhadora e preocupada com o bem-estar da família e a criação dos filhos, mas que não encontra tempo para si mesma, tendo nas radionovelas o único momento para chamar de seu. Isso me levou a pensar na necessidade da pauta da saúde mental maternal. Hermano, irmão de Stela, na busca pelo “que sou eu” (comum na fase da adolescência) percorre uma trajetória que o coloca em situações problemas: discussões familiares, dificuldades escolares, amores, bebidas e “amigos” não tão amigos. A chave de ouro: a narradora. Quem conta a história? Qual a relação dela com a família? Sobretudo com Stela com quem guarda cumplicidade e declara-se como “melhores amigas”? O “Borboletas na Chuva” é uma leitura agradável, e nas entrelinhas, guardam reflexões pertinentes sobre vínculos familiares e amizades.