Dominique 14/01/2010Para nunca esquecer quem somos e o que podemos fazer..."- Antes de uma tragédia, não nos imaginamos carregando os pesados fardos que podem aparecer num momento de dificuldade. Então, quando esse momento chega, percebemos de repente que temos recursos em nós que nem imaginávamos que existissem."
Christopher Reeve
Ganhei o livro "Um otimista incorrigível" em um dos encontros dos skoobers daqui do RJ. Inicialmente, eu não estava nem ansiosa, nem animada para ler uma "biografia" do ator Michael J. Fox, mas conforme fui lendo, fui adorando a narrativa, que é leve e bem-humorada.
Ao contrário de muitas pessoas que ficam doentes e por conta disso, entregam-se a doença e a depressão, Michael encontrou nela forças e otimismo para lutar não somente por si mesmo, mas por outras pessoas também. Mães, pais, irmãos, esposas que perderam seus entes queridos para a doença e com isso criaram fundações em prol dos outros que estão na luta pela sobrevivência. Ou até mesmo a pessoa afetada, que reúne forças para lutar pela vida. Acho interessante como uma coisa que antes ignoravámos, depois de uma tragédia, começa a fazer parte das nossas vidas e das nossas lutas.
No livro, Michael conta como fez a maioria dos contatos que ajudaram-o a construir a The Michael J. Fox Foundation que apóia as pesquisas para a cura do Mal de Parkinson, doença degenerativa, que afeta os neurônios. Michael também luta ao lado de tantas outras pessoas pela abertura das pesquisas de células-troncos, o que levanta polêmica em vários aspectos da sociedade em geral, principalmente, do lado religioso.
Michael não deixa de afirmar e demonstrar onde ele encontrou forças para não esmorecer, que é ao lado da família, em especial, da esposa Tracy. Ele mostra o quanto é importante a família apoiar e estar ao lado em um momento tão sensível como esse. É onde também reconhece-se os verdadeiros amigos.
Um dos momentos que fiquei mais indignada foi quando Michael narra como Rush Limbaugh, o imitou em seu programa televisivo. Michael havia gravado um comercial para apoiar Claire McCaskill nas eleições, defensora das pesquisas de célula-tronco. No comercial, Michael apresenta todos os sintomas claramente, parecendo um "pião" na cadeira. Limbaugh, sendo republicano e contra as propostas de Michael, chamou-o de fingido, dizendo que este poderia estar exagerando os sintomas ou que não tenha tomado o remédio no dia para compadecer a massa. Michael fingindo ou não, o que Limbaugh fez demonstrou que péssimo ser humano ele é. Ao ofender Michael, ele ofendeu a várias pessoas que possuem doenças igual ou semelhantes.
Enfim, entre uma história ou outra, Michael conta como a doença de Parkinson mudou sua vida. Ao ler sua história e de tantas outras pessoas que ficaram doentes, eu somente tenho a agradecer a Deus pela saúde que tenho. Respirar, andar, correr, olhar, sorrir, tocar, entre outros movimentos, são dádivas que passam despercebidas todos os dias, mas que temos que valorizar.
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