evenancio 11/07/2010
Peanus Vol 1
Charlie Brown, por decisão unânime, é considerado o mais jovem existencialista da história. Mesmo criança, Charlie Brown sofre com os muitos problemas da existência, do absurdo que é a vida, do por que de existir e por quê de estar ali. De fato, Charlie Brown é um perdedor nato. Porém o gostoso é ver que Charlie Brown aceita sua condição, mesmo no calor da inocência, e sempre está lá para mais uma partida de xadrez, mais uma partida de beisebol, mesmo sabendo que dificilmente ganhará alguma vez (afinal já são mais de 10 mil partidas sem ganhar nada). Charlie Brown nunca desiste. Isto faz dele um herói.
Tudo o que foi dito acima poderia ser trágico, mas foi retrato com um humor fino e agradável por Charles Schulz, o pessimista criador de Peanuts, as tiras em quadrinhos que foram publicadas diariamente em diversos periódicos nas mais diversas línguas entre 1950 e 2000. Schulz é o pai de uma série de personagens inesquecíveis, como o cachorro Snoopy, Lucy, Linus, Paty Pimentinha e, claro, o bom e velho Charlie Brown. Charles Schulz, figura notória, foi um dos mais bem pagos quadrinistas de todos os tempos: chegava a ganhar entre 30 e 40 milhões de dólares por ano. Seus produtos até hoje são comumente licenciados, sendo que Peanuts é uma franquia de sucesso.
Suas tiras foram compiladas numa edição nobre, tão nobre quanto o seu ator, e começaram a sair por aqui pela editora LP&M, com o mesmo tratamento dado lá fora, ou seja, em edições de alto nível. Neste primeiro volume temos compiladas as tiras publicadas entre 1950 e 1952, o início de tudo. É interessante observar os costumes da época, inclusive os brinquedos, assim como a evolução do próprio mundo. Num exemplo, a chegada em massa das televisões para os lares americanos, que contagiou até mesmo Snoopy, que instalou uma antena de televisão em sua casinha de cachorro.
Continua em:
http://www.evenancio.com/2010/06/peanuts-completo-volume-um.html