Box Coleção Agatha Christie: Hora Zero, O natal de Poirot, Treze à mesa

Box Coleção Agatha Christie: Hora Zero, O natal de Poirot, Treze à mesa Agatha Christie




Resenhas - Box Coleção Agatha Christie: Hora Zero, O natal de Poirot, Treze à mesa


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Carous 18/12/2021

>>Resenha de Hora Zero - lido em junho/2021| Nota: 4
O livro começa explicando o título. Hora Zero é o clímax. É a convergência de todos eventos e decisões tomadas pelos personagens que resultam no crime.
E também criticando os romances policiais por começarem pelo final - o assassinato -, quando a trama começa bem antes.

Não acredito que essas partes estejam no livro por acaso. Acho que Agatha Christie os colocou de propósito com o intuito de revelar e explicar o próprio processo criativo a terceiros.
Quem já leu seus livros sabe que é verdade; ela abrange muito mais do que o assassinato e a investigação policial.

Já vi quem reclamasse das histórias dela justamente pela demora para o assassinato ocorrer. Acham que é enrolação dela para deixar seus livros mais grossos. Mas, e se não fosse enrolação coisa alguma?
Em "Hora Zero", por exemplo, lá se vão mais ou menos 100 páginas até que a morte aconteça. Tendo em mente que o total de páginas do livro é 214. E isso se repete nas outras histórias dela; ela apresenta os personagens, os núcleos, as intrigas que um tem com o outro e lá pro meio do livro que acontece o assassinato.

O que gosto dos livros da Agatha Christie é que o leitor não é um figura passiva só absorvendo as novas informações obtidas através dos depoimentos dos personagens e conforme a investigação avança.
Antes dos policiais chegarem à cena, antes que depoimentos sejam recolhidos, já vimos um pouco da situação, conhecemos os envolvidos, vimos a interação deles e quem gosta ou desgosta de quem. Assim podemos especular enquanto a autora não revela quem é o culpado.

É bem diferente das aventuras de Sherlock Holmes, embora eu as adore, mas o leitor fica no escuro. Sir Arthur Conan Doyle esconde as pistas para assim seu detetive parecer genial.

Outra característica que gosto das histórias de Agatha Christie é que a motivação para os crimes é muito real, não é nada mirabolante - e nem o crime em si (descobrimos depois que a explicação nos é dada). Às vezes ela até repete o motivo de uma história para outra (achei a daqui parecia com outro livro seu que não vou comentar para não estragar a trama do outro livro).
Mas não fiquei decepcionada - e duvido que alguém fique - porque ela constrói bem o enredo.
Então, posso dizer que achei genial essa explicação indireta estar no livro. Considero um bom uso da metalinguagem.

É claro que minha parte favorita das obras dela é justamente conhecer os diferentes núcleos e as picuinhas que os personagens têm um com o outro e as tretas sórdidas. Adoro uma fofoca!

Como é de costume, "Hora Zero" tem muitos personagens, sobrenomes repetidos e todo mundo tem um grau de parentesco. Mas, estranhamente, não fiquei perdida nem tive dificuldade para memorizar cada um deles. Confesso que a lista de personagens na primeira página sim me assustou.

Este é o segundo livro que apenas leio para me distrair e não tento descobrir quem é o culpado. Descobri que é mais divertido assim, apenas aproveitar o passeio ao invés de bolar teorias.

Nunca vi ninguém comentando isso, mas adoro os casais que Agatha Christie junta e os flertes entre um e outro. Não é parte importante da história, mas acho fofinho. A gente conhece a Rainha do Crime pela genialidade de elaborar mortes, mas nos romances vemos que ela tinha um coração mole.

Eu só tirei algumas estrelas do livro porque achei o final abrupto. Fiquei com dúvidas se era aquilo mesmo ou uma indicação de que uma determinada personagem e livrou de uma situação X pra cair nela de novo.
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>>Resenha de Treze à mesa - lido em novembro/2021| Nota: 3,5
Achei muito confuso.
Eu comecei a ler "Treze à mesa" - que, em inglês, tem o título menos elegante, porém mais direto ao ponto de "Lord Edgware dies" * risos *. Aparentemente Agatha Christie gosta de confundir o leitor apenas na narrativa e não nomeando suas obras - bem interessada, mas lá pelo capitulo 25 só pensava: "Mulher, apenas pare de enrolar e me diga quem matou o Lord".

Era muita gente, muito lugar, muito álibi, eu não sabia mais de nada. Nesse mesmo ponto da leitura (lá pelo capítulo 25), Hastings fala de um personagem que ele conheceu e nos foi apresentado algumas páginas atrás num jantar e eu não me lembrava nem da pessoa, nem do jantar e nem do local em que eles se viram primeiro.

Cheguei a cogitar que vieram páginas faltando no meu livro porque tinha informação que era reforçada algum tempo depois que eu sequer me lembrava de ter lido antes.

Normalmente isso não acontece comigo nos livros da autora. Leio com calma, prestando atenção a tudo que é revelado. Se minha concentração está baixa, eu deixo o livro de lado para quando estiver melhor. Sei que é importante guardar as informações e normalmente guardo bem os nomes, as conjecturas do detetive porque gosto de ligar os pontos de onde estavam as pistas à medida que Poirot faz seu discurso do que ser guiada cegamente às revelações finais... Que foi o que ocorreu desta vez.

Enfim, divagações...

Resumindo: fiquei confusa. E nessa confusão, não apreciei de fato quando a verdade foi revelada, apenas dei graças a Deus porque não aguentava mais as voltas, os personagens que entravam e saíam da lista de suspeitos. Cara, eu nem lembrava mais dos álibis dele, então a polícia podia desconfiar até da minha mãe que eu ia aceitar!

Mas de toda forma, achei a premissa bem original. E esbocei vários sorrisos com os comentários afiados de Hastings ou quando Poirot caçoava do amigo (chamando de burro, o que Hastings é mesmo na minha opinião).
O humor inglês é realmente uma pérola que merece admiração.

Já a revisão da HarperCollins... Uau, não bastasse a preguiça para traduzir as palavras em francês, agora ela se estende para a revisão. Triste....

Enfim, vejo valor neste livro e foi uma acolhedora companhia na semana horrível que tive.
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>>Resenha de O Natal de Poirot - lido em dezembro/2021| Nota: 5

Acho que encontrei meu livro favorito de Agatha Christie

Desde o momento que peguei no livro, não conseguia parar de ler. E nem sentia o tempo passar; tanto é que terminei logo a leitura.

Apesar de haver um assassinato na Véspera de Natal, do patriarca da família ser uma pessoa horrorosa e os filhos todos guardarem rancores um dos outros, eu achei um livro muito prazeroso.

Já li outras obras de Agatha Christie em que a curiosidade de saber quem era o assassino quase abafou minha experiência. Eu precisava me acalmar e me controlar para não lugar as páginas e ir logo pro final. Eu curti esses livros, não me leve a mal, mas sentia que o desfecho demorava muito pra chegar. E as histórias da autora não são extensas.

Não sofri essa inquietação aqui. Quando menos esperava, Poirot desvendou tudo e foi tão rápido que fiquei chocada. O fato do livro ser dividido em partes e não capítulos com títulos sugestivos pode ter sido uma das razões para eu permanecer tranquila durante a leitura.

Este livro é de investigação, mas traz levemente a energia natalina. Principalmente se sua família é tão complicada quanto a dos Lee.
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