A Cor Da Coragem

A Cor Da Coragem Julian Kulski




Resenhas - A Cor Da Coragem


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Lina DC 12/02/2017

"A cor da coragem" é uma obra baseada no diário de Julian Kulski, que no início da Segunda Guerra Mundial era um garotinho de dez anos de idade. É através dessa perspectiva, de um jovem inocente que vai se tornar um adulto precocemente em meio do caos que o leitor é levado aos acompanhamentos. Cada capítulo representa um ano da vida de Julian e a obra termina com os seus 16 anos de idade e o desfecho da guerra.
A narrativa é feita em forma de um diário, com data e dia da semana. São comentários, na maioria das vezes, curtos, pequenas observações sobre o que aconteceu naquele dia com Julian, seus familiares e seus amigos.

"Descendente de um rabino-chefe da Varsóvia no século XIX e de um rei da Polônia no século XVIII, Julian Kulski é um exemplo vivo da coexistência das religiões da Polônia antes da convulsão provocada pela Segunda Guerra Mundial e da tragédia do Holocausto orquestrado pelo nazismo alemão". (p. 15 - Introdução)

Inicialmente Julian narra a ida da família para Kazimierz, mas que alguns dias depois Stefan Starzynski, o prefeito de Varsóvia, envia uma carta para o seu pai (que também se chama Julian), para retornar o quanto antes. A partir desse momento, a vida dessa família muda radicalmente..
Em um período de dois meses, Julian (o pai) é eleito o prefeito de Varsóvia e a rotina da família Kulski se altera. Uma de suas melhores amigas, a Zula, precisa se mudar, a mãe começa a comprar alimentos no mercado negro e a vender objetos por lá também e as pessoas estão mais quietas, reflexivas e assustadas.
Nas ruas, Julian observa exércitos alemães perambulando, o toque de recolher sendo imposto e a vida leve e tranquila desaparece.
Conforme os meses vão passando, Julian começa a se ressentir da situação. Na sua mente, ele começa a bolar planos mirabolantes de vingança, como roubar placas ou fornecer a direção errada para os alemães que perguntam por informações. São coisas que podemos achar bobas, mas para um garotinho são feitos incríveis.
Porém, a guerra vai ficando cada dia mais e mais violenta e quando familiares queridos de Julian são presos, o garoto mergulha de vez na revolução. O pontapé inicial é quando Julian vai passar alguns dias com Ludwick Berger, seu antigo mestre de escotismo. Ludwick torna-se um mentor e o apresenta à Resistência, um grupo de indivíduos dispostos a arriscar a própria vida para expulsar os alemães. Fica claro para o leitor o quanto Julian amadureceu em tão pouco tempo. De um garotinho sonhador, ele se torna um soldado que é preso aos 14 anos pela primeira vez e depois aos 16 anos de idade, novamente, onde vai parar no Stalag XI-A.
Apesar da obra se basear em um diário de um garotinho, ela é rica em informações históricas. O livro contêm apêndices, um resumo sobre a Polônia na Segunda Guerra Mundial, questões para debate e até a biografia do autor. Visualmente, o livro está recheado de imagens, fotografias e mapas. Todas as páginas tem uma ilustração e informações adicionais.
Além de tudo isso, o livro contêm extras digitais em todos os capítulos. Para o leitor acessá-los, só precisa escanear os códigos QR ou digitar a URL que aparece sob cada imagem.
O livro é uma preciosidade e apresenta ao leitor uma descrição vívida dos horrores que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial. Uma história de sobrevivência, amor e família pela perspectiva de um jovem corajoso.

"Até então eu não me dera conta de que o Stalag XI-A abrigava prisioneiros de guerra de inúmeras nacionalidades. Descobri também que era um grande campo, com dezenas de milhares de homens. Apesar do tamanho, contudo, a administração era muito eficiente. Os alemães mantinham registros detalhados de cada prisioneiro, e logo recebi o meu número no campo - prisioneiro de guerra 45517". (p. 350)

site: http://www.viajenaleitura.com.br/
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Raffafust 17/10/2016

Geralmente contada pelo lado dos judeus, a Segunda Guerra Mundial teve diversas histórias marcantes, dessa vez ela chega contada por um cristão polonês que começa seu diário com apenas 10 anos e o finaliza aos 16 anos com o fim da mesma. Não menos vítima, mas de uma outra forma, o menino Julian Kulski descreve o dia em que soube que a Alemanha invadia seu país e quando entendeu que de fato aquilo mudaria sua vida e de sua família para sempre. Filho do vice-prefeito de Varsóvia, ele que sempre teve fartura em casa e mesmo muito jovem já namorava uma menina - judia- viu seu dia a dia ser alterado por soldados atacando os lugares que frequentava, soando toques de recolher e prendendo seus amigos pelo simples fato de serem judeus. Seu pai apesar de ter parentes muitos distantes que eram da religião - ou da raça, como Hitler julgava - era visto pelos nazistas como sendo um que não era puro totalmente.
Julian passou a odiar os nazistas e no início ele fazia coisas infantis mas já que demonstravam sua raiva por eles, como indicar locais errados e arrancar placas colocadas pelos soldados. Era um risco que o menino não importava em correr para atrapalhar aqueles que invadiram e destruíram seu país. Aos 12 anos ele se alista e luta contra os nazistas, vê amigos morrerem, vê sua família se separando e por fim acabará sendo preso. Prisão essa da Gestapo onde muitos morriam por maus tratos e tantos outros desapareceram sem que a família soubesse onde foram parar.
Julian enfrenta frio e fome para combater os nazistas e só o que tem é a certeza de que não desistirá enquanto não vencer os alemães.
Forte e comovente o livro nos leva para a vida de um combatente que só desejava ver sua família salva e seus conterrâneos soltos. Sabemos que a guerra dizimou muitos e que nem todos tiveram a sorte de Julian de poderem ver publicados seus livros, diferente de Anne Frank que morreu nos campos e de muitos outros, Julian conseguiu escapar e ao final da guerra com o país devastado pelos anos de massacre aceitou ir morar nos Estados Unidos, onde reside até hoje. Hoje, se sente americano, e informa no livro que acha que deve um imenso favor ao país que o acolheu, mas que claro não esquece sua origens e tudo que passou.
Um diário comovente, recomendo a leitura para todas as idades. No final há perguntas sobre o livro que são ótimas para relembrarmos o que lemos.

site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2016/10/resenha-cor-da-coragem-edvalentina.html
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