Ileana Dafne 01/12/2016Surpreendente!!Antes de conhecer esse livro não havia tido qualquer tipo de contato com o jogo propriamente dito. Mas assim que soube do lançamento da Planeta fui atrás de conteúdos relacionados a ele e busquei o jogo propriamente dito.
Cam Rogers é roteirista de jogos e trabalhou no desenvolvimento de Quantum Break. Mesmo após seu afastamento do projeto, quando se pensou em romantizar o jogo, seu nome foi o primeiro cogitado por Sam Lake, diretor criativo da Remedy Entertaiment, uma desenvolvedora de jogos de sucesso, como Max Payne e Alan Wake. Como Rogers estava muito familiarizado com a história do jogo, lhe foi oferecido trabalhar nesse projeto, mas de uma forma que ele aproveitasse as informações e conceitos dos rascunhos. Rogers teve carta branca para usar qualquer uma das ideias da história antiga que [foram abandonadas] no meio do caminho... E se tivesse novas sugestões que sirvam melhor à narrativa, podia arriscar. “Torne-a interessante, torne-a bacana, é isso”.
E já de antemão posso afirmar que Rogers fez o que lhe foi pedido, escreveu um romance muito interessante e impressionante.
O jogo em si é algo além de um jogo de viagem no tempo, ele traz informações e conceitos intrigantes. A história tem mais explicações e conversas do que ação propriamente dita, mas quando a ação acontece é muito empolgante.
Num primeiro momento o livro e o jogo são praticamente a mesma coisa, eles trazem a ideia por trás de tudo o que virá adiante e dirá o básico. Só que no livro conseguimos ter um vislumbre maior de todos os acontecimentos. Rogers realmente conseguiu transcrever o jogo em um excelente romance. Eu gostei muito como os personagens são apresentados e como os acontecimentos se desenrolam. Mesmo que nunca tenhamos jogado ou não saibamos nada além da sinopse, tudo vai sendo explicado e as informações vão se encaixando perfeitamente. Parece realmente que estamos acompanhando o desenrolar de um jogo.
O livro é mais do que uma simples ficção científica. É um livro que em meio a termos complexos e difíceis, como viagem no tempo, física quântica e muitos dados científicos, o autor conseguiu criar uma narrativa fluida e envolvente, além de explicar tudo de forma que mesmo a pessoa mais leiga no assunto, saia compreendendo os pormenores.
A história é contada sob três pontos de vista principais, vez ou outra vemos sob outros pontos de vista, mas são pontuais e normalmente não se repetem. Os principais são focalizados no Jack Joyce, no Paul Serene e na Beth Wilder.
A história começa de uma forma bem impactante e que me deixou boquiaberta. Depois vemos a chegada do Jack de volta a sua cidade natal Riverport, Massachusetts, tendo andado pelo mundo nos últimos seis anos, após fugir da loucura de seu irmão Will e dos problemas que advêm dela.
Só que quando ele retorna fica sabendo que nesses últimos anos Will trabalhou na criação de uma máquina do tempo, em parceria com seu amigo de infância, Paul Serene, o projeto Passarela, uma busca pelo total controle do tempo.
Contudo algo dá errado e quando a máquina é ativada, dá início à contagem regressiva para fim do tempo e do mundo, e é ai que começa a aventura em busca de uma solução para evitar que o pior aconteça.
O livro é ótimo, tanto para quem curte jogos quanto para quem quer somente um livro com muita ação e com altas doses de ficção científica. Para quem jogou ou que esteja jogando também é excelente, já que acrescenta algumas informações e com isso alguns acontecimentos diferem do que ocorre no jogo.
A única coisa que não gostei tanto foi que em determinados momentos parecia que tudo correu muito depressa e em outros as explicações e diálogos se estendiam além do meu gosto, mas isso aconteceu nos dois primeiros terços do livro, porque na última parte do livro, só consegui parar quando terminei a última linha. E que final foi esse????
Recomendo muito esse livro para quem gosta de ler algo bem escrito, com altas doses de aventura, suspense e ficção científica.