spoiler visualizarChay 21/05/2021
Resenha Sobre a Microfísica do Poder, de Focault
O livro de Foucault, nos aborda acerca da “Soberania, disciplina e governamentalidade”, ele faz uma avaliação sobre o pensamento jurídico, onde na idade média, ele girava em torno do exercício do poder do rei, o poder pode se basear em diversos saberes e discursos, esses discursos vem com o intuito de legitimar os direitos da soberania e fazer também uma legitimização da obrigação de obedecer.
Há uma relação entre “O Príncipe” de Maquiavel, segundo ele, as ações dos governantes para adquirir um poder, se dava pelas conquistas territoriais, cargos que eram doados pela Igreja ou por uma herança deixada por alguém, é necessário dominar o princípio de exercer com o poder e governar com ele, Foucault diz que é necessário estar atento ao adquirir um controle no e também sobre o cotidiano das pessoas, os costumes, hábitos e suas maneiras de pensar, e não apenas em ter um controle sobre os territórios, como Maquiavel diz.
Em minha leitura sobre os textos de Michel Foucault, vi que me sua teoria política, ele nos dá a noção de que o poder não tem um lugar específico dentro da sociedade, mas que ele está entre todas as relações sociais O poder vai estar em todo lugar, e é baseado em saberes e discursos, o poder não se concentra apenas no Estado.
Michel Foucault diz que o Estado é apenas mais uma instituição e que ela segue o caminhar da sociedade. Segundo Foucault, com esses discursos, é possível definir alguns processos de exclusão, pois irá determinar quem poderá e quem não poder falar acerca de determinado conteúdo, e o que pode ou não pode ser falado. A ideia geral que Foucault diz é que “humanizar” esses indivíduos para que eles venham a voltar a viver em sociedade.
É necessário entender também, que o poder não está contido apenas na repressão, sendo assim, na manutenção do poder através da submissão, esse poder é como se fosse um jogo de forças que está presente em diversas relações humanas, seguindo esse nicho, o homem pode vir a aceitar ordens do seu chefe, pois acredita no discurso dele ou simplesmente por estar com medo de perder o emprego que tanto sonha em manter. Por exemplo (nas relações familiares, na escola, faculdade e também em grupos de amigos). Todo indivíduo exerce um poder, mas depende do papel que ele está exercendo dentro daquele âmbito.
Também, Foucault nos aponta cinco características acerca do poder em sua teoria: 1 – O poder se exerce, ele diz que o poder não é uma simples posse, mas no sentido de possuir ou não possuir esse poder, ele é uma ação, ou seja, você exerce poder ou sofre por ele. O poder não é como se fosse um “bem”, ninguém ganha o poder de exercer autoridade a alguém, você ganha o direito de exercer esse poder.
A segunda característica, é que as relações de poder são imanentes, esse poder que ele tanto fala é oriundo e emana das próprias relações sociais, ou seja, ele é um efeito delas. Esse poder pertence a sua natureza, as relações de poder vão surgindo de uma forma bem natural, principalmente nas relações das pessoas, enquanto existir relações sociais, existirá relações de poder entre as pessoas.
O poder vem de baixo, o autor diz que as relações microscópicas de poder são o que mantém as relações macroscópicas de poder. Ou seja, isso significa que as percepções visíveis do exercício do poder, são reflexos das relações que já estavam ocorrendo em uma ordem pequena e singular, por exemplo: em uma empresa, o patrão dará as ordens e o horários para que todos cumpram, assim, quando um colaborador novo chega, ele irá obedecer a tudo que foi dito, afinal, foi acostumado a respeitar questões semelhantes na escola.
As relações de poder são intencionais, quando ele diz isso, ele quer dizer que ninguém chega a exercer uma autoridade/poder “sem querer”, todo e qualquer forma de exercer um poder, é algo estratégico, se alguém mandar você fazer algo na empresa e essa pessoa tem um determinado poder, você faz porque a pessoa precisa que determinada coisa seja feita.
A última característica, é “se há poder, há resistência”, quando se resiste ao poder, essa resistência faz parte do próprio poder, isso é algo que faz parte de sua própria existência, toda vez que existir um poder ou alguém exercendo poder em determinado lugar ou pessoa, existirá uma oposição a esse poder. Os indivíduos nunca irão aceitar uma ordem passivamente, irá haver sempre um questionamento, principalmente em qual a necessidade de cumprir essas ordens.