Bruna.Toledo 27/03/2022Protagonista medíocre: temosA Trégua traz um ponto de vista que eu explorei pouco como leitora: o de um homem de meia-idade, viúvo e prestes a se aposentar. O livro é, literalmente, o diário do protagonista, onde ele discorre sobre acontecimentos do dia-a-dia que nem sempre são interessantes, ou mesmo relevantes, até que... ele se apaixona por uma mulher muito mais jovem, quase da idade da sua filha.
Esse foi um livro que me deu trabalho na hora de classificar. Eu tinha certeza que daria nota 2 ou 2,5. No início fiquei me questionando quando é que a história iria de fato se tornar interessante.
O desafio foi ainda maior pelo incômodo que o protagonista me causou. Entrar na intimidade, nos pensamentos mais privados de um homem branco, hetero, machista, homofóbico que, aparentemente, não tem profundidade nenhuma além do fato de ter perdido o seu grande amor há mais de 20 anos, não é exatamente o que eu busco quando decido ler algum livro. Diante disso, dei a esse senhor o prazo de 70 páginas para me convencer a continuar a leitura. Não cheguei a tanto, a história me conquistou antes.
Spoilers a parte, as últimas 30 páginas foram as responsáveis por transformar um livro tolerável em uma boa leitura cheia de reflexões.