Luciano Luíz 05/05/2016
O GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL (Edição Revista e Ampliada) de LEANDRO NARLOCH começa bem, falando em índias nuas no litoral... Olha, moças indígenas usando roupas seria um pouco complicado, e quanto ao litoral, bem, deixa pra lá...
Depois vem toda aquela saga da escravidão, alguns escritores, Acre, Aleijadinho, samba, Império, comunas, etc. e tal...
O livro segue os mesmos moldes da edição da História do Mundo. Tem textos fluentes em alguns aspectos e em outros, é bem chato e arrastado (Guerra do Paraguai, Comunistas, Império). A diagramação é aquela mesma dos demais livros da coleção, parecendo assim, livro infantil...
Tem uma grande quantidade de informações que valem a pena, e outras nem tanto (ou vai de cada leitor). Pois são novas visões dando outras perspectivas da história da nação. Mas tem umas piadinhas sem sal em algumas notas e aí mais parece um adolescente querendo se comunicar com um adulto e isso realmente não traz um humor tão bom não...
Um dos tópicos mais insanos é dedicado ao Pai da Aviação. Chega a ser engraçado que o autor do livro (um jornalista, não historiador) afirma que Santos Dumont não era tudo aquilo que a história conta. E o Narloch apoia os norte-americanos. Só que o maior estudioso em Santos Dumont do planeta é norte-americano, e ele aponta em seu livro ASAS DA LOUCURA toda a genialidade do brasileiro. Também fala dos irmãos estadunidenses, de algumas contribuições obscuras, mas deixa claro que foi Dumont quem alavancou a aviação. Dumont realmente não inventou o avião, mas realizou algo mais importante: fazer a máquina voar. Ele também não foi o primeiro a usar relógio de pulso, mas sem dúvida o homem que fez essa moda pegar de forma mais rápida outra vez... Sobre o relógio, beleza, mas de resto o Leandro tenta de tudo fazer para dizer que não... Bom, opiniões diferentes. Ele é um jornalista tentando ser historiador e de certa forma, até escritor...
O que sempre achei estranho é o fato dos irmãos americanos não terem fotografado ou filmado suas experiências de voo. A gente sabe que os estadunidenses tem essa mania extrema de registrar absolutamente tudo que fazem. Por que não fariam isso com seus projetos de aviões?! E sem contar que a imprensa gringa é do tipo que quando fica sabendo de algo (mesmo sensacionalista) gruda feito carrapato... mas, enfim...
O Leandro comenta sobre Paul Hoffman, autor de Asas da Loucura, mas pelo visto, o brasileiro leu apenas o que lhe interessava e não se importou com nada mais...
Tem mais temas nesse guia, só que não vejo vantagem em citar um por um. Compensa sua leitura. Não é um estouro, mas vale a pena. Acho que o melhor mesmo está sobre os índios e os negros. Já a Guerra do Paraguai ou o Acre, bem, é só pra quem realmente tiver um interesse fanático por eles...
Mas tem uns troços gozados, como a forma que o autor fala de diversos estados, como se só onde ele mora, desse algum lucro pro Brasil. Aliás, o Leandro disse que com tanto dinheiro jogado fora (com o Acre e outros), seria possível fazer um puta metrô em São Paulo... olha, nem que tivesse uma amputação, isso se realizaria... Afinal, basta ver quanto dinheiro desviado em corrupção... e claro, provavelmente em todos os estados... Acho que ele deve ter dado largos sorrisos ao humilhar as regiões com suas tecladas...
O restante do livro é mediano. Apesar de que em outros momentos tem-se a impressão que a obra é alguém tentando ser adulto e fazendo algum tipo de contato com uma criança. Sabe, usando um linguajar extremamente infantil... meio sem noção isso. Como se dissesse: "Estou falando a verdade e ai de você se não acreditar em mim." Mas é legal dar uma fuçada.
Ah, se fosse pra fazer uma resenha (bem) menor, seria assim: "Eu to certo e você ta errado e fim de papo."
Nota: 7
L. L. Santos
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